BÔNUS: A conversa perfeita no momento perfeito

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Capri, Golfo de Nápoles, Itália — 20 de janeiro de 2026

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     Tess abriu um sorriso largo e escorregou a mão até o cabelo de Max, os dedos se perdendo entre seus fios loiros. Ele estava esparramado pela cama, os braços por baixo do travesseiro em que a cabeça estava apoiada e os lençóis brancos o cobrindo até a altura da cintura. Max dormia plácido desde as últimas horas da noite anterior, desconhecendo completamente o que ocorria à sua volta, inclusive a presença ativa da esposa — que o observava atentamente com o coração transbordante de fascínio.

Ela era apaixonada por muitas coisas, inclusive — e principalmente —, por observá-lo dormindo logo pela manhã. Na relação, Max era a pessoa que preferia ficar na cama até tarde à se levantar pouco após o sol nascer, enquanto Tess amava observar a grande estrela do universo tomar seu lugar no céu e sair para correr antes que a cidade, fosse Londres, Amsterdã ou qualquer outra onde estivessem, virasse uma loucura. 

Às vezes ela tentava convencê-lo a lhe acompanhar em suas caminhadas ou corridas matinais, mas sempre acabava indo sozinha. Max realmente preferia continuar dormindo. E, embora Tess desejasse ardentemente que ele apreciasse as maravilhas da manhã consigo, era secretamente viciada em chegar em casa na pontinha do pés, tomar banho no banheiro social apenas para não acordá-lo e, em seguida, subir na cama e o assistir dormir serenamente, na maioria das vezes com o corpo apoiado em suas costas, o rosto colado ao seu e os dedos das mãos brincando com seu cabelo. 

No entanto, naquela manhã foi diferente: Tess apreciou Max antes de sair. Ela queria correr cerca de seis quilômetros e não fazia a mínima ideia de quando voltaria ao hotel, pois havia acordado um pouco mais tarde do que o programado. Ao se levantar da cama, cerca de vinte minutos após seu despertador tocar, se arrastou até o banheiro para se arrumar. Demorou mais algum tempo para sair porque, além de observar Max, precisou arrumar pelo menos metade da bagunça que eles haviam feito na noite anterior. 

Havia roupas por todos os cantos possíveis: nas poltronas e cômodas e nos divãs e recamiers. A última coisa a pegar antes de a exaustão alcançá-la foi o body chain que decidira usar para sair. 

Tess beijou o rosto do marido, ainda dormindo, e se retirou. 

Era inverno, e por isso a pequena ilha italiana deixava de ser um dos destinos favoritos das pessoas e estava praticamente vazia, sem turistas se apertando nas lojas e restaurantes e filas quilométricas, mas era o lugar perfeito para o casal holandês. Tudo o que eles mais queriam era ficar longe da movimentação insuportável presente nas cidades visitadas durante aquela estação, como Paris, na França, e Grindelwald, nos Alpes Suíços. 

Eles estavam em Capri há cerca de quatro dias e amavam cada vez mais a pacacidade que abraçava cada cantinho da ilha. Enquanto corria, indo de calçada em calçada, Tess observava a baixa movimentação e os sorrisos estampados nos rostos que ela rapidamente enxergava. O vento estava um pouco frio, mas bom. Bom o suficiente para não fazê-la desistir da ideia de correr o dobro do que correra na manhã anterior e voltar para o hotel e se aconchegar entre suas cobertas e os braços de Max. 

Mesmo estando de férias, Tess queria continuar mantendo uma rotina saudável. Ir para a academia, correr e andar por longas distância não eram as coisas que ela mais amava fazer, mas sabia que precisava — pelo menos um pouco, uma vez que, se exagerasse, colocaria em risco sua própria saúde. E ela definitivamente não queria que nada lhe acontecesse. Qual seria o sentido de ter lutado tanto pela própria vida para, por exagero próprio, jogar tudo ralo abaixo?

Tess não se deu conta do instante em que começara a se perder nos próprios pensamentos, mas, ao cair em si e tirar a mente daqueles universos tão distantes, voltou a se concentrar na corrida. 

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