In another life, I was by your side [Renga/Lanreki]

Snow Memories

(...)

Depois que a chuva diminuiu um pouco, os dois seguiram o caminho até o apartamento de Langa. A volta estava sendo mais devagar do que a ida, já que, por conta da chuva, eles não podiam andar de skate no caminho de volta. Depois que haviam se soltado do abraço, eles não conseguiram olhar na cara um do outro. Langa respirou fundo e criou coragem, pegando na mão de Reki e andando ao lado dele. O ruivo não sabia como reagir e só ficou olhando para baixo, tentando acalmar seu coração, que ainda batia rapidamente. 

Ao chegarem na frente do apartamento, Langa seguiu para dentro, mas parou na porta olhando para Reki, que estava parado na chuva.

– Você não vai entrar? As suas coisas ficaram lá em cima… Você não vai querer buscar? – Langa falou, tentando não se embolar com as palavras, enquanto seu coração ainda não havia se acalmado.

– Ah… É mesmo… – Reki riu envergonhado, se aproximando do outro com calma.

Langa deixou o ruivo entrar primeiro e fechou a porta da entrada. Os dois subiram as escadas em silêncio, tentando não se encostar e também tentando não cair, já que estavam encharcados de chuva. Ao chegarem no andar onde ficava o apartamento dos Hasegawa, Langa pegou a chave no bolso de sua calça e destrancou a porta. As luzes estavam acesas e ele anunciou sua chegada, retirando os tênis que estava calçando.

– Cheguei… – Ele falou um pouco assustado, pois sua mãe logo apareceu em sua frente.

– Langa! O que você estava fazendo na chuva? Você não podia se molhar! Como você pode ser tão descuidado? – Ela falou, levando uma de suas mãos até a testa de Langa.

– Mãe… – Langa falou com uma voz baixa, envergonhado e retirou a mão de sua testa.

– E onde está o Reki? Você não fez ele ir embora, não é mesmo? Ele estava preocupado com você, Langa. Você tem que ser grato por ter amigos assim, ele… 

Langa deu um passo para o lado, deixando um espaço para que Reki ficasse no campo de visão de sua mãe. Ele acenou para ela.

– Boa noite, senhora Hasegawa… – Ele sorriu, com um pouco de receio da reação da mãe do outro. – Desculpa por não ter cuidado dele direito… Eu…

– Não foi culpa dele! – Langa se pronunciou, surpreendendo os outros dois ali presentes. – Fui eu que… Convenci ele a me acompanhar até o parque… Desculpa, mãe… 

Nanako estava surpresa e feliz, pois Langa não costumava falar tanto e ele parecia estar bem, de qualquer forma. Ela suspirou e levou uma mão até a cabeça de Langa, afagando os cabelos molhados de seu filho. 

– Pelo menos vocês dois estão bem… Entrem logo e se sequem. – Ela buscou rapidamente duas toalhas.

Uma foi entregue a Reki e a outra ela secou os cabelos azulados de Langa, que resmungou um pouco, dizendo que não precisava fazer aquilo e Nanako ignorou o que ele falou, terminando de secar os cabelos de seu filho. Reki andou até sua mochila, que ainda estava largada no mesmo canto que ele havia deixado quando chegou. Ele colocou a mochila nas costas e andou até a porta novamente, calçando seus tênis, que estavam encharcados. 

– Não quer ficar para jantar conosco, Reki? – Nanako perguntou, olhando para o ruivo.

– Não precisa se preocupar, senhora Hasegawa… Eu posso fazer alguma coisa para comer em casa… – Ele falou sem jeito, sentindo os olhares para cima dele.

– Mas ainda está chovendo tanto… Você pode ficar doente assim… Não quer passar a noite aqui e voltar para casa amanhã, quando não estiver chovendo mais? – Ela perguntou com um sorriso no rosto. – Tenho certeza que o Langa adoraria ter alguém para conversar de noite…