In another life, I was by your side [Renga/Lanreki]

A story from another life

(antes de começar o capítulo, aviso que pode haver gatilhos por conta de overdose/suicídio/acidente fatal/com menção de sangue. prossiga com cuidado)

(...)

Langa Hasegawa, canadense com descendência japonesa por parte de mãe, nunca foi uma pessoa de muitos amigos, não sabia como se comportar em situações sociais e por isso acabava se isolando por escolha própria, mas algumas vezes isso acontecia sem nem perceber. Além de não ser uma pessoa extrovertida, ele tinha certa dificuldade de entender o porquê das pessoas fazerem o que faziam e agirem de tal maneira. Ele havia ouvido várias vezes as garotas de sua sala conversarem sobre signos, horóscopo, destino e almas gêmeas. Aquelas palavras eram coisas que Langa não conseguia compreender direito e, mesmo depois de horas de pesquisa, ainda não entendia como algo como aquilo podia decidir como as coisas iriam acontecer.

Não até aquele dia, o dia que mudou tudo o que Langa pensava sobre destino. Ele chegou na universidade atrasado, como sempre, seus professores já estavam acostumados a vê-lo chegar naquele horário. Ele fazia faculdade de artes, não tinha muitos planos de carreira para o futuro e só havia escolhido aquela faculdade por que parecia ser a mais fácil, também para sua família parar de cobrá-lo que precisava entrar na faculdade.

Naquele dia, ele sentou ao seu lado, com uma expressão séria no rosto e seus cabelos tinham um belo tom de vermelho. Ele continuou olhando para frente e Langa acabou dormindo com a cabeça apoiada em seus braços. Aquele pequeno cochilo acabou por durar a aula inteira e Langa só acordou quando sentiu alguém o cutucar, levantando a cabeça para dar de cara com o mesmo cara de antes. Langa não conseguia parar de olhar nos olhos dele, tinham uma cor de mel tão bonita. Ele avisou que a aula já havia terminado há um tempo e Langa olhou ao redor, vendo a sala vazia e piscou algumas vezes, logo se levantando e pegando sua mochila. Ele saiu em silêncio da sala e seguiu para a próxima aula, seguindo sua rotina como qualquer outro dia.

Durante o almoço, Langa se sentou em um canto do corredor, odiava ficar rodeado de pessoas barulhentas e não tinha nenhum amigo mesmo. Ele pegou seus fones de dentro da mochila e os conectou em seu celular, colocando alguma música aleatória para tocar, para abafar qualquer som dos arredores. Ele pegou em sua mochila um sanduíche que havia comprado mais cedo e o desembrulhou, dando uma mordida no mesmo. Langa ficou comendo devagar, olhando para o nada, não pensando em nada, como fazia sempre. Mas sua atenção logo se focou naquele mesmo ruivo que havia sentado ao seu lado e ele o seguiu com os olhos, vendo o mesmo ir até seu armário para pegar alguma coisa. Uma ideia veio à mente de Langa naquele momento. Talvez ele poderia tentar conversar com ele? Mas o que ele iria falar? Nunca havia tentado começar uma conversa com ninguém e não tinha a menor ideia de como devia fazer isso. Ele ficou tão focado nisso que não percebeu o ruivo se sentar ao seu lado.

Ele não falou nada, só pegou uma marmita de sua mochila e a abriu. Langa ficou curioso e olhou o que tinha dentro da mesma, já que não tinha costume de ver as pessoas trazerem marmitas. O ruivo percebeu que ele estava o observando e o olhou um pouco confuso, logo percebendo que o outro estava encarando seu almoço.

– Hm... Você quer um pouco? – O ruivo perguntou um pouco sem jeito, levantando levemente a marmita, não sabia se era aquilo que devia fazer naquele momento.

Langa retirou os fones, os deixando pendurados em seu pescoço e olhou para o ruivo com os olhos um pouco arregalados. Ele só tinha lhe oferecido comida, por que seu coração estava tão acelerado? Langa apontou para a comida e perguntou o que era exatamente e o ruivo explicou cada coisa que estava ali. Ele ofereceu algumas das comidas para o outro experimentar e Langa aceitou, um pouco envergonhado e sem saber como reagir direito, já que não falava com ninguém na escola praticamente. O ruivo ficou ao lado de Langa, comendo enquanto cantarolava alguma música baixinho, que o outro não conhecia, mas que era bom de ouvir e Langa decidiu deixar os fones em seu pescoço e apreciar aquilo enquanto durasse. Eles terminaram de comer e ainda faltava um tempo até terminar a hora do almoço.