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Coloco meus fones de ouvido enquanto caminho de volta pra casa, o acontecimento anterior fica voltando o tempo todo na minha cabeça, me atormentando.. as palavras da Takahashi voltando em lopping nos meus ouvidos, eu sentia meu sangue ferver de tanta raiva. Estava tão esgotada de todas essas merdas que ficam acontecendo comigo, não consigo deixar de culpar Victoria por tudo isso.. o que me deixa mais irritada é saber que ela não dá a mínima para as consequências de suas ações.
Nunca fiz nada que prejudicasse a Amika e mesmo assim ela insiste em me atormentar, se ela colaborasse comigo nós até podíamos ser amigas. Não entendo essa inveja idiota que ela sente de mim, qual a porra da parte boa da minha vida que a faz sentir tanta inveja assim?! Se ela sabe de alguma, eu estou por fora!
Não importa se ela trabalha na cafeteria a mais tempo do que eu, nós temos o mesmo direito como funcionárias, tenho um relacionamento profissional com Tori e entendo o porquê dele gostar de mim.. eu chego cedo sem ele ter que me pedir, faço horas extras para ganhar um dinheiro a mais, respeito todos os outros funcionários mesmo a Amika infernizando a minha vida e bom, até agora nunca tive problemas nenhum com os clientes.. se Amika fosse uma funcionária melhor, talvez Tori gostasse dela também.
Estava perdida em meus pensamentos até sentir uma mão sobre o meu ombro direito, me viro rápido para trás por causa do leve susto que levei, assim que levanto meu olhar dou de cara com o rapaz da lanchonete que estava acompanhando a senhora Takahashi. Notando melhor nele, percebo como ele é alto e tem tanto os cabelos quanto os olhos castanhos, não pude deixar de perceber os traços em comum que ele tinha com a Takahashi, afinal ele deve ser neto dela.
Quando percebo que ele está prestes a dizer alguma coisa, eu tiro um dos fones e o encaro, esperando que continue.
— Me desculpe, eu não queria te assustar.. — Fala um pouco envergonhado — Eu te chamei algumas vezes, mas você não deve ter escutado por causa do fone de ouvido. — Ele coloca a mão por trás da cabeça, a coçando de leve.
— Ah, é eu.. eu não escutei.. — Pauso rapidamente a música que estava tocando nos fones — Desculpa, eu posso te ajudar com alguma coisa? — Pergunto do jeito mais gentil que consigo.
