Perdida

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A espera foi horrível, pensava o tempo inteiro a respeito do que a coordenação poderia querer comigo. Minhas faltas não foram tão significativas a ponto de merecer repreensão. Minha mente desviou desse foco, quando o ouvi chamar por Marli. Minha amiga saiu acenando. Não sei se foi impressão minha ou Marco começou a fazer a chamada mais lentamente, sua voz compassada e meio rouca acabando com a minha sanidade. Eu começaria a ficar ofegante de necessidade em breve. Maldita a hora que vim para essa aula.

Quando a chamada enfim terminou, eu já estava uma pilha de emoções. Minha cabeça girava com um turbilhão de perguntas sobre a coordenação e sobre Marco. Meu sexo pulsava, pura excitação e desejo, o coração acelerava à media que ele levantava e ia até a frente da mesa de professor, onde se encostou e começou a me encarar.

_ Liz. - A voz rouca de Marco lançou uma onda de arrepios pelo meu corpo, me deixando ainda mais molhada do que eu já estava.

_ Professor.

Ele soltou um riso abafado.

_ Sério?

_ O senhor tinha um recado da coordenação para mim? - Pergunto sem encará-lo. Tenho medo de como o meu controle pode facilmente se perder.

_ Não tinha. - Ele diz com seriedade.

_ Nesse caso, estou indo. - Me levanto da cadeira e ele se aproxima. Sinto que minhas pernas podem ceder.

_ Liz, espere. - Marco fala e eu fico parada, ainda sem encará-lo. - Por que você não olha para mim?

Porque estou com uma louca vontade de ser fodida por você, mas você é um cretino que saiu da minha vida com uma maldita carta e não pretendo ceder à tentação, eu penso. Mas me limito a olhá-lo, como ele pede. E que inferno, ele está ainda mais lindo de perto, com seus olhos negros me encarando com intensidade.

_ Senti sua falta. - Ele diz como se resolvesse tudo e eu perco a paciência.

_ Mentiroso de merda. - Eu pego a minha bolsa e caminho avidamente em direção à porta.

_ Sei que também sentiu a minha. - Ele fala em meu encalço e eu viro para ele, furiosa.

_ Você não tem o dire...

_ Eu vi como você ficou vermelha ali no canto da sala. - Marco me interrompe e sorri de canto. - Estavam falando de mim? 

Eu o observo, calada.

_ Eu acho que estavam. E isso me deixou louco, Liz. Louco. - Ele olha para baixo, para as calças esticadas. - Meu pau pula, toda vez que penso em você.

Engulo em seco, olhando para a região que ele acabou de citar e umedeço os lábios. Caramba, eu gostaria muito de sentar nele agora.

_ Não sei se esse é o linguajar adequado para usar com os alunos, professor.

_ Por Deus, é claro que não é! - ele ri, e passa uma das mãos naquele cabelo macio. - Mas não vamos fazer os envergonhados, depois de tudo o que vivemos.

_ Antes de você me deixar, sem aviso prévio. - sorri, o mais cínica que pude. Minhas mãos começavam a suar.

_ Não foi... - Marco suspirou. - Foi uma merda. Me desculpa, eu sinto muito. O tempo inteiro.

_ Foi por isso que não me ligou uma única vez? Ou por isso que não me avisou que estava de volta? - eu o acuso.

_ Grande parte, sim. - Vejo sinceridade em seus olhos mas não compreendo. - Eu tive vergonha de como agi com você.

_ E a outra parte?

_ Se eu visse você outra vez, estaria perdido. Não teria um momento de paz enquanto não a tivesse de volta. Não poderia trabalhar, ou viver, e como justificaria pra minha consciência o fato de ter te deixado por uma profissão que não sou capaz de exercer porque só penso em você?

As palavras me pegaram desprevenida. Parte daquilo me desarmou. Ainda assim, eu estava furiosa. Anos de mágoa mal contida. Eu o encarei, imóvel, sem qualquer possibilidade de ação.

_ Liz... - Ele sussurrou e eu perdi um pouco mais da minha razão. - Posso te tocar?

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