Naquela mesma semana, às vésperas de seu casamento, Isabel compareceu à modista da cidade para realizar os últimos ajustes do seu vestido de noiva. A euforia preenchia a garota, ansiosa por viver ao lado do amado e, além disso, seria uma grande festa, já que aconteceria no jardim do casarão.
Com o auxílio de Miguel, que naquela manhã saiu como cocheiro, a moça saltou primeiro da carruagem e, em seguida, Berenice recolhendo o parasol que a sua dama de companhia segurava. A moça deu o braço direito para a condessa, e caminharam juntas pela calçada até a fachada do ateliê.
— Não se esqueça, hein?! Colha o máximo de informações possíveis a respeito da rameira! — Berenice advertiu em um sussurro repleto de seriedade.
Isabel apenas concordou, mexendo a cabeça, frustrada por ter suas tagarelices interrompidas a respeito do casório.
— Oh, não se preocupe, madrinha. — ela deu uma piscadela para a mais velha, forçando um sorriso. — Tenho os meus truques.
Assim que chegaram ao ateliê, as mulheres foram recepcionadas por Anita, filha caçula de Antonieta. A condessa acomodou-se em uma confortável poltrona sendo servida por biscoitos e uma xícara de chá.
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— Então, Isabel, está ansiosa para o casamento? — Antonieta indagava enquanto demarcava os ajustes a serem feitos no vestido com o auxílio de um alfinete.
— Aí! Nossa! Bastante! — a moça comentou com deslumbre, encarando o reflexo no espelho à frente. — Mal posso esperar pra viver com o meu Joaquim! — libertou um suspiro apaixonado ao dizer o nome do noivo.
A vontade de Berenice foi de rolar os olhos, entretanto, forçou um sorriso para as moças, sorvendo um gole de chá. Não diria, nunca disse, mas desde o instante em que escolheu Isabel como sua dama de companhia, nutriu uma pequenina atração pela jovem, mas perdeu o interesse ao perceber que a moça era perdidamente apaixonada por Joaquim, um criado de uma fazenda próxima.
— Isabel decidiu que irá me abandonar após o casamento. — a condessa disse, sustentando o olhar da moça. Estava entrando no jogo.
Anita arregalou os olhos, questionando:
— Isso é verdade? — cabisbaixa e com as bochechas avermelhadas, Bel concordou com um aceno. — Nossa! Mas a senhora já encontrou outra dama de companhia? — dirigiu-se à Berenice.
— Ah, ainda não! Inclusive, estamos precisando de recomendações, sabe?
Isabel riu baixinho com a resposta da condessa, mexendo na trança.
— Hum... — Antonieta titubeou, ajeitando a fita métrica no pescoço. — Bem, muitas moças passam por aqui... — forçou um sorriso para a condessa. — Mas tenho uma que se encaixa perfeitamente nos quesitos: jovem, polida, letrada e se me permite, é muito bonita!
Franzindo as sobrancelhas grossas, Anita indagou:
— Ah, a quem a senhora se refere, mamãe?
— Ora, não se lembra daquela moça? A Lívia? — Antonieta sorriu.
A moça concordou, erguendo as sobrancelhas, mas manteve-se silenciosa sob o olhar curioso da condessa.
— Já está liberada, Isabel. Os ajustes serão mínimos dessa vez. Anita, ajude-a a se trocar, por favor, querida! — a modista sorriu para ambas as moças. — Estaremos aguardando-as na antessala.
Enquanto seguiam para o cômodo, o coração da condessa batia descompassado, afinal de contas, estava próxima de encontrar a senhorita Albuquerque.
— Perdoe-me a intromissão, senhora Silveira, mas gostaria de comentar minhas sugestões longe dos ouvidos das nossas moças. — Forçou um sorriso e um rubor assumiu as bochechas delicadas.
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A Sedução de Lívia (DEGUSTAÇÃO) (AMAZON)
RomansaEsta obra encontra-se registrada na Câmara Brasileira do Livro (CBL) com identificação do direito autoral como DA-2023-035417. DISPONÍVEL COMPLETO NA AMAZON E PELO KINDLE UNLIMITED No Brasil do século XIX, a condessa Berenice Silveira vive uma vida...