11 - Madrugada

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Hector

Faltam dez minutos para meia noite. Acho que vou ter um ataque antes disso. Visto uma blusa de manga longa, depois que anoitece costuma ficar mais frio aqui perto. Arrumo meus cabelos rapidamente, tentando controlar meus dedos. Eu fico tão nervoso com tudo isso. Escuto uma batida na porta enquanto passo meu melhor perfume. Magnus a abre, colocando a cabeça para dentro de meu quarto, me olhando sorrindo.

Ele me chama com a mão antes de abrir um pouco mais a porta, me dando espaço para sair e segui-lo até o andar debaixo. Na ponta da escada, segurei em seu braço, chegando mais perto de sua orelha para sussurrar algumas dicas de como sair de casa sem fazer barulho.

— Vamos sair pela porta da cozinha, é bem longe da sala e ninguém vai escutar a gente saindo — Eu passo na frente dele, o puxando pela mão até a cozinha — Vem, Magnus.

O chamo baixinho enquanto passo pela cozinha, desviando de tudo que fosse capaz de fazer barulho. Ele segura em minha mão enquanto andamos até a porta, passando por ela rapidamente. Sorri bobo ao pensar que poderíamos fazer isso todos os dias. Fugir para o meio do pomar, ficarmos no meu quarto até amanhecer..., mas esse é um futuro que nunca irá acontecer.

— Para onde quer ir? — Ele pergunta sorrindo ladino enquanto me olha.

— Foi você quem me chamou, deveria saber para onde eu quero ir — Ele me olha rindo, apertando minha mão.

— Queria levar você para o rio — Ele sorri, me olhando por cima do ombro — Naquele lugar onde a gente quase fez aquilo.

— Aquilo? — O olhei sorrindo bobo e puxei seu braço, o impedindo de continuar andando. O virei em minha direção, o puxando para mais perto de mim — A gente pode — Passei meus braços por seus ombros, sentindo sua respiração bater em meu rosto — Fazer lá em cima.

— Fazer? Fazer o que? — Ele me pergunta, se fingindo de bobo — O que você quer fazer comigo, Hector?

— Muitas coisas, Magnus. Muitas coisas — Ele me olha rindo enquanto o puxo em direção a ponte de antes. Estou nervoso. Céus, sinto que vou vomitar.

— Hector — Ele me chama enquanto estamos no meio da ponte, me puxando pra perto dele — Tudo bem se eu tentar de novo? — Ele pergunta enquanto passa a mão pela minha bochecha enquanto sorri. Seus lábios estão bem perto dos meus, posso sentir sua respiração de novo em meu rosto.

— Prometo não me assustar de novo — Rimos enquanto ele encosta os lábios nos meus, me dando um selinho demorado — Magnus — O chamo enquanto abro os olhos fazendo carinho em seu braço direito — Vamos logo para a riacho.

— O que quer fazer comigo lá? — Ele me olhou mordendo o lábio inferior enquanto passa a ponta dos dedos por minhas bochechas — Você é muito bonito, sabia? — Nego com a cabeça enquanto ele sorri — Pois devia saber. Você é muito bonito.

Soltei um riso e nego com a cabeça, o puxando para o meio das árvores, andando em direção a bifurcação que ficava ali perto. Estou cada vez mais nervoso. Eu nunca tive tanta coragem assim. Nem quando o Valentim estava aqui. Droga, eu queria parar de lembrar dele. Tenho que me concentrar no Magnus agora.

O puxei em direção ao riacho, pegando a lanterna na caixinha que tinha ali perto, para caso alguém resolvesse subir aqui em cima de noite. Quando escuto o barulho do riacho, sei que já estamos mais perto. O nervosismo toma conta de minhas mãos, que começam formigar e tremer. Acho que Magnus percebe, já que aperta minha mão com força. Eu o olho enquanto desligava a lanterna, deixando nós dois totalmente no breu.

— O que vamos fazer nessa escuridão toda? — Ele aperta minha mão antes de chegar mais perto de meu corpo, me abraçando por trás — Está com frio?

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