Depois do que pareceram dias, a reunião acabou. Aro estava por incrível que pareça estava mais chato que o normal e eu não tinha cabeça para aquilo no momento. Não haviam atualizações sobre kalleed e nem sobre Jasper a uns bons dias. Então tudo que discutimos foram suposições idiotas e teorias mais malucas ainda. Aro estava mais neurótico que o comum e aquilo estava deixando todos malucos, até Marcus parecia estressado e isso é um milagre vindo de alguém sem expressão a séculos.
Saí do salão principal sendo seguido por Alec, que não conseguia conter sua animação. Sinceramente, apesar de seus muitos anos de existência ter sido transformado tão novo ainda deixam suas marcas. Revirei os olhos.
- Alec, sei que você está se coçando para que eu te conte alguma coisa e já adianto que não vou. – falei sem olhar para ele, senti Alec bufar indignado.
- Não preciso que você me conte, eu consegui ouvir muito bem enquanto me aproximava. Você perdeu o seu juízo? Você sabe muito bem como as regras de Aro são, você deveria agradecer por ter sido eu a te encontrar ao invés de Jane ou Felix, principalmente porque você já foi destituído do cargo de babá. – Alec começou a falar sem parar todos os contras de eu ter estado no quarto de Alice noite passada.
- Escute. – eu o interrompi – Eu não fui lá para isso, fui com a intenção de conversar com ela para que as coisas pudessem se resolver. Seguindo o seu próprio conselho, inclusive. Conseguimos nos acertar até então, e as coisas saíram do controle um pouco – dei de ombro, com um sorriso em meus lábios. Alec riu atrás de mim.
- Olha eu devo admitir que você tem coragem.
-Coragem? – eu questionei. Ele parecia se divertir e aquilo me deixava preocupado. Arqueei a sobrancelha
- Ora, você sabe, Alice passou anos da sua existência casada com alguém que conseguia manipular emoções e levando em consideração que o prazer está ligado muito ao lado mental da pessoa, você vai ter que se esforçar muito para superar o que ele conseguia fazer. – olhei atônito para Alec tentando ter certeza do que tinha acabado de ouvir. Ele parecia se divertir, afinal seu sorriso agora tinha um brilho diabólico.
- Do que exatamente você está falando, Alec?
- Você sabe muito bem do que estou falando. – Alec passou correndo por mim dando risada. – Boa sorte, Demetri. – ele gritou antes de desaparecer pelo corredor.
Alice. P.o.v
Com os últimos acontecimentos no castelo eu havia esquecido que precisava caçar, minha garganta começava a dar sinais de queimação. Diferente de Demetri e os outros eu precisava caçar com mais frequência. Resolvi me arrumar para sair, confesso que não havia acostumado ainda com o manto, apesar de lindo era difícil achar roupa que combinasse com isso o tempo todo, mas não fiz anos de faculdade de moda atoa e não era isso que iria me impedir de aproveitar a bela noite que fazia em Volterra.
A noite começava a dar sinais de vida, pela janela do meu quarto eu podia ver os turistas passeando pelas ruas de pedra, crianças olhando maravilhadas para o castelo a sua frente. Meu coração apertou um pouquinho em saudade da minha pequena Nessie, eu definitivamente precisava fazer uma ligação para Bella em breve. Notei quando um grupo de jovens passou pelos portões sendo seguido por Heidi então percebi que era a minha deixa para sair. Caminhei pelo corredor em direção a saída e encontrei Demetri no caminho. Sorri para ele assim que nossos olhos se encontraram. Ele retribuiu com um sorriso malicioso e eu lembrei do que tinha acontecido na noite anterior e confesso que se pudesse corar estaria mais vermelha que os olhos dele. Claro que Demetri sabia que eu estaria de olho nele, já eu que não sabia o que ele faria com aquela informação, lembrar das minhas visões fez um arrepio correr minha espinha. Balancei a cabeça afastando a lembrança.
- Onde você vai? – Ele questionou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
- Preciso caçar e depois pensei em dar uma volta pela cidade, está uma noite linda lá fora e eu estou um pouco cansada de ficar naquele quarto. Heidi logo vai chegar então não quero ficar aqui enquanto o cheiro de sangue preenche o ar.
- Tudo bem, branca de neve, mas fique atenta a qualquer perigo, qualquer coisa você pode me ligar e irei correndo até você. – Demetri sorriu e piscou pra mim. Eu realmente estava começando a me acostumar com esse senso de humor dele, e não era trabalho nenhum admirar aquele sorriso debochado que ele sempre exibia. Demetri olho para os lados e me deu um selinho rápido. – Quando eu terminar aqui, te encontro na cidade.
E então ele saiu correndo rumo ao salão principal. Não conseguia conter o sorriso. Demetri realmente era bem diferente do que eu havia imaginado e nunca na minha existência inteira eu cheguei a imaginar que por baixo dos escuros mantos e de todas as regras, existia um Demetri tão bobo quando esse que eu estava adorando conhecer. Quando eu imaginava vim pra Volterra, achei que ficaria para sempre isolada no meu quarto apenas seguindo ordens, mas eu estava aos poucos me abrindo para essa nova vida aqui e isso me deixava de certa forma esperançosa mas ao mesmo tempo não conseguia deixar de sentir saudades da minha família, por mais que aqui eu esteja aprendendo a me reerguer, eles sempre foram o meu maior suporte, espero um dia poder voltar.
Cruzei os portões do castelo bem a tempo de ouvir o primeiro grito de dor, apressei o passo tentando me distanciar o mais rápido possível daí. Eu sabia que nós éramos feitos para isso, era nosso instinto, mas existia outra alternativa então eu não achava justo com os humanos que eles fosse visto apenas como comida. Enquanto eu caminhava em direção a saída da cidade parei por um instante e observei as pessoas ao meu redor, famílias inteiras passeavam pela cidade, casais apaixonados trocavam carinho inebriados pela magia de Volterra. Apesar do inverno que se aproximava o céu estava repleto de estrelas e uma fina camada de orvalho preenchia o ar, era simplesmente maravilhoso observar tudo aquilo, por um segundo desejei que Demetri estivesse comigo para que pudéssemos compartilhar essa mesma visão.
Adentrei a densa floresta, já estava longe o suficiente para que nenhum humano pudesse notar a minha presença, sentia falta de Forks nesse quesito, da imensa natureza ao seu redor, aqui em Volterra eu tinha que andar bastante até encontrar algum animal longe o bastante de qualquer humano, o que acabava fazendo com a caçada fosse um pouco mais demorada do que o habitual. Uma brisa bateu no meu rosto e senti o cheiro de um cervo a alguns metros de onde eu estava, então eu me preparei para ataca-lo mas o vento mudou de direção e me trouxe o cheiro dele. Jasper. A dias eu não sentia nada, não via nada e agora ele estava aqui perto de mim. Me coloquei em posição de ataque e ele pulou na minha frente, afastando uma mecha do cabelo. Ele se assustou ao ver minha postura defensiva e suas mãos se levantaram em rendição.
-Pelo amor de Deus, Alice. Eu não vim te machucar, jamais seria capaz de fazer mal a você. Eu estava por perto e sentir sua presença, queria ver como você estava – Sua voz era cautelosa e baixa como se ele tentasse se esconder de algo.
- Por que você continua na cidade, Jasper? Porque você não vai embora e me deixa em paz? – recuei alguns passos para trás mas Jasper se aproximou.
- Eu simplesmente não consigo deixar você, eu sei que isso é um pouco irônico, levando em conta a situação que estamos agora, mas desde que eu te reencontrei eu não consigo te deixar.
- Você já me deixou, me deixou a mais de um ano. Por favor Jasper, você não sabe o quanto é difícil tudo isso, tudo que sofri com a sua ida para agora você ressurgir totalmente diferente de quando partiu dizendo que não consegue me deixar, por favor é muito difícil olhar para você, é difícil não reconhecer você.
- Alice, eu ainda sou o mesmo – Jasper pegou minha mão e colocou no lugar onde seu coração deveria bater. Nossos olhos se encontraram e eu desviei o olhar.
- Não, você não é. – minha voz falhou por alguns segundos, minha respiração estava descompassada, o vento frio soprava forte na copa das árvores espalhando o cheiro do orvalho, que se misturava ao cheiro amadeirado de Jasper – A pessoa que eu amava jamais deixaria alguém machucar outra pessoa, a pessoa que eu amava jamais machucaria pessoas novamente... – Não consegui conter o choro, Jasper continuava segurando minha mão em seu peito, sua respiração acerada mostrava que ele tentava não chorar.
-Estou afundando e desta vez temo que não haja ninguém pra me salvar, acho que eu meio que gostava do jeito que você entorpecia toda a dor da minha existência... – A sua voz estava embargada pelas lágrimas que ele já não conseguia conter e eu conseguia sentir toda a sua dor e mágoa misturada com a minha. Não sabia até que ponto aquilo era real, ou apenas projeção de suas emoções
– ...Agora você não está aqui pra me ajudar a passar por tudo isso... Eu sinto sua falta, Alice. Eu fui um tolo, eu nunca deveria ter ido, nunca deveria ter achado que ficando sozinho eu estaria melhor mas a cada dia que se passava era mais difícil para mim, eu lutava todos os dias contra os meus monstros internos, contra o mostro que eu fui criado para ser, e por mais que eu tentasse eu não conseguia esquecer e seguir em frente, eu me sentia um impostor na sua vida, na vida da nossa família... Eu estive correndo dos meus demônios com medo de olhar para trás, eu estive fugindo de mim mesmo com medo do que eu acharia. Como posso te dar tudo de mim quando eu sou apenas metade? Como eu deveria amar você, quando eu não amo quem eu sou? – Jasper me puxou para si e me envolveu em um abraço apertado, nossas lágrimas, dores, angústias, medos, todos se misturando. O passado de Jasper tinha sido muito difícil, e eu havia sido tola de acreditar que isso não o assombrava mais, havia negligenciado algo que estava bem em baixo do meu nariz esse tempo todo. A culpa me atingiu em cheio e eu sabia que Jasper conseguia sentir.
- Por favor, não se culpe por nada, eu que deveria te pedir um milhão de desculpas, Alice, nem em toda a eternidade haveria espaço para eu conseguir me desculpar o suficiente com você. – Eu me afastei de Jasper ainda em silêncio.
– Jasper, quando você foi embora, eu perdi uma parte de mim, tudo isso é muito doloroso, toda essa história ainda mexe muito comigo, nossa relação foi muito importante para mim, me fez crescer, me trouxe inúmeros momentos maravilhosos, você era a minha vida, a pessoa que estava no meu destino, fizemos muito bem um para o outro e nunca haverá um amor que possa ser igual a esse, mas eu realmente preciso deixar você para trás, eu preciso seguir adiante porque a vida não espera, o tempo não espera, você se foi, e eu não podia mais ficar deitada esperando a eternidade passar, porque ela simplesmente não deixaria de existir, então eu precisei ser forte, precisei me reinventar, enfrentar toda essa dor que estava aqui dentro e agora eu estou conseguindo seguir em frente, estou conseguindo ver o mundo além do nosso relacionamento, estou me redescobrindo aqui e não posso voltar atrás agora. Eu espero que você possa me perdoar algum dia mas eu realmente estou escolhendo a mim agora. Eu vivi a minha existência inteira cuidando das outras pessoas, das suas ações, seus erros, seus desejos, e estar na hora de eu fazer o mesmo por mim. – Jasper ouviu tudo em silêncio, seu olhar agora estava vazio, fixo em um ponto qualquer da floresta
- Eu preciso ir embora. – Falei dando as costas para ele. Era difícil demais para mim continuar aquela conversa, era mexer em coisas que eu queria superar, Jasper jogou meu coração nas chamas, ele me deixou, e agora eu estou seguindo em frente. O passado por mais tentador que possa ser, precisa ficar no passado. Eu amei Jasper como nunca amei alguém antes, ele foi o primeiro na minha vida, na minha existência e eu jamais imaginei sequer um momento que não estaríamos juntos, mas agora as coisas são tão diferentes, eu não sou mais aquela Alice, ele não é mais o mesmo Jasper, a vida precisa seguir seu curso e eu não estou disposta a interferir.. – olhei para Jasper uma última vez antes de correr para dentro da floresta densa. Ouvi quando seu corpo caiu no chão e ele foi vencido pelas lágrimas, uma onda de dor e angústia preencheu o espaço ao seu redor e eu continuei correndo para longe. Nunca imaginei que escolheria a mim, nunca imaginei que não voltaria correndo para os braços de Jasper, mas apesar do turbilhão de sentimentos que me encontro agora de uma coisa eu tenho certeza, estou mais forte do que nunca.Deixem um comentário para autora ficar feliz :) quero saber oq estão achando.
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Cullens ou Volturis - Alice e Demetri Volturi (Hiato)
FanfictionUm dia Jasper decide que vai embora, e Alice não pode viver mais com os Cullens, pois a dor da perda de seu companheiro a consome. Mesmo sabendo que Jasper está vivo Alice vai a Volterra determinada a esquecer o amor de sua vida. Porém, convivendo c...