Lutas e visões

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As ruas estavam vazias então corremos em direção ao castelo e em poucos minutos já estávamos no campo de treinamento. Demetri tinha um sorriso sarcástico no rosto. 
- Você tem certeza que quer fazer isso? Não quero te machucar. 
- Não sei porque você está me subestimando assim. – respondi caminhando para perto dele. 
- Eu fui treinado para ser um guerreiro. Luta está no meu DNA. Vai lutar usando salto? – Demetri retirou a camisa que usava e colocou em cima do banco. Seu corpo era definido mas não chegava a ser exagerado. Um pouco mais que Edward pude concluir. 
-  Não seria um problema, mas não quero estragar meus sapatos. – Tirei os saltos e coloquei de canto. Agora eu estava com menos 15 cm de vantagem. 
- Agora sim é a Alice que eu conheço. – Demetri riu, caminhei calmante para perto dele. Demetri estava acostumado a lutar mas a sua prepotência e precipitação poderiam colocar ele em desvantagem. Ambos analisavam a postura um do outro a medida que nos aproximávamos. Ele continuava com um sorriso sarcástico no rosto. Revirei os olhos e ele resolveu atacar. Como falei sua precipitação era seu maior defeito. Não tive dificuldade em desviar. Peguei seu braço e o empurrei para longe. Novamente Demetri veio em minha direção, seu plano era tentar um ataque por trás. Como previsto ele atacou, mas graças a isso consegui pular por cima dele, fui para cima de Demetri que conseguiu desviar e segurou meu braço tentando imobilizar mas graças ao meu tamanho consegui passar por baixo de seu braço e seu pé direito bateu no meu tornozelo quase perdi meu equilíbrio. Os movimentos de Demetri eram facilmente visto por mim. Provavelmente ele havia esquecido de esconder suas decisões, sorri pensando o quão fácil seria. 
E então eu o vi, Jasper estava saindo de Galveston. A mesma mochila que levou no dia que partiu ainda estava com ele. Mas então vi seus olhos vermelhos, Vermelho como o de qualquer outro vampiro, e o pior apareceu; Maria. Maria corria ao lado de Jasper. A visão me distraiu e não vi Demetri vim em minha direção. Fui tirada dos meus devaneios quando senti o corpo de Demetri se chocar com o meu e fomos ao chão. Demetri tinha o  braço pressionando meu pescoço, sua outra mão segurava a minha cintura. 
- Nunca se distraia em um campo de batalha. – Demetri olhava pra mim com um sorriso vitorioso. Sua respiração estava descompassada e eu podia sentir a mesma contra o meu rosto. O cheiro de Demetri estava mais forte agora, intenso e doce como canela, era inebriante. Nossos rostos estavam a poucos centímetros um do outro, nossos olhares se cruzaram e permaneceram ali, fixos um no outro. O olhar dele totalmente vermelho contra o meu totalmente dourado. O sorriso de Demetri desapareceu e no lugar uma expressão que eu não conseguia decifrar se formou. Ainda estávamos ofegantes e nossas respirações se misturavam, a mão esquerda de Demetri apertou a minha cintura, ele fechou os olhos por uns instantes e saiu de cima de mim, sentando ao meu lado na grama. 
- Você estava indo muito bem. O que houve? Você ficou parada de repente. – Demetri perguntou olhando a paisagem a sua frente. Sentei ao seu lado passando a mão atrás do cabelo para tirar os pequenos galhos que grudaram. 
- Eu o vi. – Demetri ergueu a sobrancelha como se perguntasse “quem”  - Jasper. Eu tive uma visão com Jasper. Eu não estava esperando por isso. Ele estava com Maria, a mulher que o transformou. E seu olhos... Seus olhos estavam completamente vermelhos.  – apoiei meu rosto entre as mãos. Não conseguia acreditar que Jasper tinha voltado para aquela vida. Não fazia sentido algum. Demetri passou o braço a minha volta e me puxou para mais perto.
- Não fique assim. Como falei essa é a nossa natureza e poucos conseguem fugir disso. Talvez ele só mantivesse por sua causa. Agora que vocês não estão juntos não tem porquê. – Demetri afagava minhas costas mas não olhava na minha direção.
- Era muito difícil para ele se manter sem o sangue humano. O resto da família sempre estava com um pé atrás com relação a ele. Como se esperassem um erro. Mas eu não, sempre acreditei e apoiei. Não consigo entender. 
- Você quer que eu tente localiza-lo? Posso te dizer onde ele está agora. – Demetri deu de ombros. Ponderei sobre isso. Eu poderia ir atrás de Jasper e esclarecer as coisas, mas o que eu faria? Exigiria que ele voltasse a ser o que ele não era? Não, jamais faria isso.
- Agradeço, mas não há o que eu possa fazer com relação a isso.  – encostei minha cabeça em seu ombro, a imagem de como estávamos a poucos minutos atrás veio na minha cabeça, a expressão de Demetri ecoava nas minhas memorias.
- O que está pensando? – ele perguntou finalmente olhando em minha direção.
- Que é muito errado atacar alguém no meio de uma visão. – menti. Demetri riu
- É muito errado ficar prevendo os movimentos dos outros. Pessoinha trapaceira – dessa foi a minha vez de rir.
- Cada um usa as armas que tem. Espero que você não lute daquele jeito nos campos de batalha. 
- Você fala isso porque nunca viu Alec lutar, sem os poderes dele, ele é praticamente inútil. 
- Que feio falar assim dos amigos, Demetri – eu estava sorrindo para ele, a nossa conversa estava sendo muito agradável.
- Cada vez que você sorri assim é uma pontada no meu coração e olha que ele está morto. 
- Tecnicamente todo o seu corpo está morto, Demetri. – Cada vez que ele me elogiava eu me sentia corar, e isso nem é possível.
- A imortalidade as vezes tem um preço alto. As vezes penso na quantidade de coisas que deixei para trás. Claro que é bom ser forte, rápido, e totalmente perfeito. Mas a vida não é só isso. Eu por exemplo poderia te convidar para jantar, ou pra irmos ver essas baboseira de filmes humanos e várias outras coisas. Isso ajudaria você a ficar bem muito mais rápido. – Demetri parecia aborrecido. 
- Para mim a imortalidade foi a única forma de me manter viva. Mas as vezes penso nisso também. E o que nos impede de fazer essas coisas? 
- Não acho que ir a um restaurante e não comer seja normal. E também não acho que eu conseguiria ficar duas horas em uma sala com vários humanos sem matar nenhum deles.
- E suas aventuras com as humanas? Você provavelmente conseguia ficar com elas sem mata-las, não bebendo o sangue pelo menos. 
- É diferente, elas iriam morrer de qualquer jeito. E não tinham testemunhas.
- É só questão de esforço.  Um dia vamos tentar coisas assim. Não estou acostumada a ficar tão parada. -Demetri sorriu e fez carinho no meu cabelo. 
- É bom ter alguém pra conversar sem ser Alec e Felix. Jane é muito na dela então só Alec e Aro conseguem falar com ela, com Heidi a minha relação era outra, mas quase não a vejo mais. Então é bom que você esteja aqui. 
- E então é isso né, um ajudando o outro. Mas quero deixar claro que vou querer uma revanche. – Demetri riu
- Vai ser um prazer te derrubar de novo. – ele piscou para mim e mais uma vez a cena anterior passou na minha cabeça. 
- Você não vai ter tanta sorte assim. – revirei os olhos e Demetri me puxou para mais perto. Fechei os olhos. Eu estava bem. Demetri era um bom amigo e aos poucos ia me ajudando a curar meu coração e eu faria o possível para ser uma boa amiga para ele também. 

Cullens ou Volturis - Alice e Demetri Volturi (Hiato) Onde histórias criam vida. Descubra agora