Cullens ou Volturis - Alice e Demetri Volturi (Hiato)

Frustrações do passado.

Virei-me para Alice, minha vontade de arrancar sua cabeça passou diante dos meus olhos, porem algo no olhar da vampira me chamou atenção. Um sorriso ecoou nos seus lábios, parei.
—Faça isso se quiser ter a sua cabeça arrancada. Vamos Demetri, não seja idiota, um vampiro com sua larga experiência saberia que ao destruir algo que o Aro tanto queria ele não pensaria duas vezes em te matar, fora que arrancar a cabeça de alguém na entrada do castelo não é muito inteligente. 
Mas que droga! Respirei fundo mais por costume que por necessidade. Saí andando em direção aos jardins do castelo. Desde que soube da vinda de Alice para cá fui o primeiro a me opor. Ela não era uma de nós, nunca seria. Mas Aro parecia não ver. Claro – revirei os olhos- era muito mais cômodo para ele ter ela aqui. Oque ele parecia não ver era que não existiam motivos plausíveis para ela está nesse castelo ou para ela está viva. Os Cullens vivam infringindo as leis, e nós como a realeza dos vampiros deveríamos puni-los, mas nada foi feito. Parei na frente do lago, ir ali sempre me ajudava a pensar melhor. Nessa época do ano as folhas começavam a cair deixando um tom de dourado no ambiente, a brisa começava a aumentar anunciando o inverno que se aproximava, as pequenas carpas do lago se agitavam ao sentir minha presença causando agitação na agua, não sabia o motivo de termos elas ali, ninguém vinha até aqui. Ouvi passos atrás de mim, não precisei olhar para saber que era a Cullen que se aproximava, meus olhos escureceram. 
— O que você quer agora? – perguntei ainda fitando as carpas no lago tentando soar tranquilo
—Só queria entender o porquê de tudo aquilo, vamos ter que conviver então não quero que haja desentendimentos entre nós. – A voz dela soava calma apesar dá nossa discussão. Alice continuava a se aproximar calmamente até mim, mas parou quando rosnei para ela
—Escute Cullen, você e a sua família nos desafiam a anos, quebram regras e acham que estão imunes a nós, e agora por algum motivo que eu não sei você decide vim viver com aqueles que dizia odiar. Não preciso ter seus dons para saber que é só questão de tempo para isso virá uma tragédia. – Ri silenciosamente, o pensamento de uma batalha fazia meus olhos brilharem
— Não haverá guerras, Demetri. – Ela fez menção de falar mais alguma coisa, mas parou
Era ridículo que ela acreditasse nisso, mas não ia intervir, esse não era o meu papel na guarda, mas eu ia descobrir o que a trouxe aqui uma hora ou outra. Virei-me para perguntar, mas percebi Alec vindo correndo até nós, analisando a situação, parou ao meu lado fitando Alice. A tensão no ar era evidente, notando isso ele resolveu mudar de assunto
—Caramba, seus olhos estão realmente escuros, há quanto tempo não caça? 
—Fazem uns quatro dias. Isso não seria um problema, mas alguém resolveu impedir meus planos hoje – Falei ríspido
—E você Alice? - Alice deu de ombros.
—Acho que faz uma semana ou mais, realmente preciso ir caçar essa noite. – Ela fez uma pausa e suspirou. - Alec, não teria como você ir comigo? – Alec virou para me olhar, riu.
—O Velho Demetri aqui está te importunando? Desculpe-me, mas Aro foi claro com relação as ordens dele. - Alice suspirou irritada e vi a silhueta dela passar em direção aos quartos. Alec me olhava curioso. Virei-me para ele com a sobrancelha arqueada.
— Qual o seu problema? Está querendo se meter em confusão? 
— Alec, você sabe o que aquela família representa para mim, sabe que nunca vou entender porque o Aro foi tão benevolente com tudo que os Cullens fizeram, mas não pôde ser comigo quando eu mais precisei. Nunca consegui perdoar Aro por aquela morte. Quando a humana dos Cullens apareceu achei que finalmente seria recompensado, mas não; Alice interferiu com uma de suas visões irritantes, e mais uma vez eles estavam livres. Aquilo me atingiu como um choque.
—Você sabe que Alice só estava protegendo a família dela. Ela nunca deixaria a humana morrer, nem a Edward. Além do mais a morte de Bella não mudaria nada para você. Você continuaria a sua eternidade sofrendo por algo que aconteceu a décadas atrás. Não culpe Alice pelas suas frustrações do passado, Demetri. – Senti todo o meu corpo estremecer, Alec tinha razão. Era engraçado ouvir isso do rapaz, mesmo com suas centenas de anos, ele continuava com a aparência de um adolescente de apenas quinze . Suspirei, passei a mão sobre o cabelo
—Tudo bem, você tem razão. Mas ainda acho uma idiotice ter que ficar de babá dela, ela não é uma recém-criada, sabe se cuidar, e se ela resolvesse ir embora você sabe que eu a encontraria em qualquer lugar 
—Você pode ir lá e contrariar Aro pessoalmente ou aceitar e ser legal com ela. A escolha é sua. – Alec falou rindo enquanto se distanciava de mim. Ele parou por um momento
— De qualquer forma vocês vão ter que ir caçar juntos essa noite, precisam entrar num consenso sobre o cardápio – Alec piscou para mim e desapareceu dentro do castelo, ainda conseguia ouvir a risada dele daqui. Respirei fundo. O que foi um erro, havia humanos por toda parte lá fora, minha garganta queimou, a sede começava a me incomodar. O sol já estava a se pôr logo o movimento pelas ruas seria reduzido, hora perfeita para sair a procura. Saí do jardim andando em direção ao meu quarto, precisava de um banho e roupas limpas, a hora da caçada era uma das partes favoritas do meu dia, não que eu precisasse causar boa impressão para atrair algum humano desavisado, mas a emoção de ver seus olhos com luxúria antes de atacar dava sempre um prazer a mais. Tirei as roupas e entrei no chuveiro deixando com que a água quente me acalmasse. Tem sido dias difíceis, e tenho certeza de que daqui para frente todos os dias serão. Dei uma olhada no espelho, meus olhos estavam mais escuros que o de costume, em partes pela sede, mas em parte pelo ódio que eu ainda estava sentindo. Saí do banheiro e me arrumei. Sair a noite com certeza era melhor, Volterra estava cheia de turistas, eu poderia me vestir como um humano normal e me misturaria fácil no meio deles. Saí do meu quarto rumo ao quarto de Alice, só espero que ela não me atrase mais do que já atrasou.