Lembranças

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A porta do quarto calmamente foi se abrindo, meus olhos brilhavam à medida que ia se revelando mais daquele ambiente; a primeira coisa que notei foi uma mulher parada a porta, lindos cabelos loiros caiam por seus ombros, usava um lindo vestido verde água, seus olhos curiosos e vermelhos me examinavam cautelosamente. O quarto era enorme,  uma decoração rustica, nada parecido com o que estava habituada  com os Cullens, mas ao mesmo tempo exalava feminilidade e delicadeza algo que jamais imaginei encontrar aqui nesse castelo. A loira continuava a me examinar, vi que era de fato a hora de me apresentar:

“Olá, sou Alice C... – Parei antes que a palavra que tanto me trazia dor saísse dos meus lábios- “Vim passar um tempo aqui em Volterra, desculpa,  eu não queria incomodar batendo aqui desse jeito, mas não conheço tão bem o castelo” – falei meio sem jeito, realmente não sabia o que havia me levado ali, droga Alice, sempre tão curiosa

“Athenodora, querida, quem está aí? “– A voz de uma segunda mulher me chamou atenção –

“Acho que é uma novata, droga, Corin nem ao menos nos comunicou que teríamos uma nova babá” – Athenodora falou, ríspida, ignorando a minha presença ali. Uma segunda mulher se aproximou da porta para que pudesse me observar, seus longos cabelos caiam em camadas pelas costas, os olhos num tom vivo de carmim revelavam que havia acabado de se alimentar, apesar do seu olhar, seu semblante era gentil quase angelical, não pude evitar de sorrir para ela.

“É um prazer, Alice, não recebemos muitas visitas nesse andar, desculpe, Athenodora tem esse jeito meio frio de ser” – falou sorrindo para mim – “Ah, que cabeça a minha, nem me apresentei, prazer, me chamo, Sulpicia, esposa do Aro” – Não pude deixar de me espantar, ela parecia um anjo, doce e gentil, não entendia como ela teria ido parar ali. Vendo a confusão em meu rosto tratou de desviar o assunto.

“Então, querida o que te trouxe aqui? – perguntou curiosa. Nem tive a chance de responder, nesse momento vi o terror em seus olhos, um vulto passou rapidamente, fechando a porta a minha frente, em seguida Demetri puxou-me pelo braço, arrastando-me dali tão rápido que mesmo com minhas habilidades não pude prever

“o que pensa que está fazendo aqui, Cullen?” – a forma como ele pronunciou meu antigo sobrenome me atingiu em cheio, o nojo em seu tom de voz era nítido.

“Não sabia que existiam áreas proibidas nesse castelo, o que pensa que está fazendo? Solte-me” – falei 

“Existem muitas coisas nesse castelo que você não sabe, e que nem tão pouco saberá” – a frieza em sua voz era firme e carregava um tom de desgosto.  Como se pudesse ler a minha expressão Demetri parou poucos passos do meu quarto, soltou meu braço e virou-se calmamente para mim - “Escute, Cullen, eu definitivamente já tenho problemas demais nesse castelo, não se torne mais um, ok? “- ele suspirou, e voltou a me fitar “Eu realmente não sei o que a fez vim aqui, e com certeza não me importo, só fique longe para o seu próprio bem” - Demetri seguiu a passos firmes saindo do corredor. Entrei no meu quarto completamente frustrada com o que acabara de acontecer, quem ele pensava que era para me tratar daquele jeito,  caminhei até a sacada do quarto e sentei no parapeito da janela, pude olhar a lua, fiquei imaginando se em algum lugar Jasper estava a olhar também, ele era fascinado pela noite, adorava andar pela floresta sentido o orvalho batendo em sua pele depois de uma longa caçada, Forks de fato não nos permitia isso tão frequentemente já que na maioria do tempo o céu estava coberto por uma enorme camada de nuvens. -Suspirei. Não pude evitar as lembranças que insistiam em vim na minha mente

“... Jasper e eu caminhávamos na floresta da Pensilvânia, tínhamos acabado de caçar, era a nossa primeira década juntos aos Cullens , eu sabia o quanto aquela mudança de vida, de estilo e de alimento era difícil pro Jasper, ele estava tentando duramente se adaptar a nós, para mim era mais fácil, já que eu já havia me preparado para aquilo, mas pro Jasper, que passou o início de sua vida como vampiro em meio a guerras, e sangue humano, era muito complicado a abstinência, haviam dias que a sede o dominava, mas ele resistia ao máximo por mim, o amor que tínhamos um pelo outro nos dava força para superar aquilo, era uma força tão forte que nos unia que eu só conseguia olhar para ele, o brilho da sua pele causado pela luz da lua era hipnotizante. Percebendo o meu olhar Jasper parou de caminhar, olhou em meus olhos com curiosidade.

“o que foi, pequena?’ – Sorria para mim, seu sorriso e sotaque do sul me deixavam ainda mais apaixonada por ele.

“Só estou admirando o meu jovem soldado” sorrir para ele, Jasper me puxou para um abraço apertado, que durou longos minutos. Ele suspirou, me afastou só o suficiente para olhar em meus olhos – “ Eu não sei oque seria da minha vida sem você, Alice, você trouxe um brilho a minha vida, algo novo que eu jamais experimentei sentir, um sentido e um caminho a percorrer, obrigado por me salvar de mim mesmo – depositou um beijo no alto da minha cabeça, um onda de paz e segurança me invadiram, sabia que vinham dele.

“Eu sabia que te encontraria cowboy, desde então procurar você era o meu maior objetivo, agora que encontrei jamais te deixarei ir” – fiquei na pontas dos pés e o beijei, sabia o que nos aguardava lá na frente, e todos os desafios que enfrentaríamos, mas naquele momento tudo oque eu queria era aproveitar o nosso momento ..,” – Abri os olhos, eu não podia ficar me torturando desse jeito, a forma como tudo aconteceu, a forma como ele me deixou, eram duras demais para aceitar, todo o nosso esforço, todas as nossas lutas, todos os nossos momentos. – A angustia e o desespero queimavam em meu peito, onde será que eles estava? Teria voltado pro Sul? Atrás de Maria? O pânico percorreu meu corpo com essa possibilidade. Balancei a cabeça tentando não pensar no pior, talvez ele tivesse apenas precisando do seu espaço, um pouco de tempo e talvez tudo voltasse ao normal, manter a esperança era necessário em momentos como esses. Olhei ao meu redor, o castelo a noite era ainda mais sombrio, pensei em tudo que me levou a está aqui, eu vim aqui procurando um recomeço, talvez não tenha feito a melhor escolha, mas não podia contaminar todos ao meu redor com o meu estado de espirito, tudo estava bem na minha antiga família, Bella, Edward, Nessie e Emmett e Rosie  que viviam outra lua de mel. – Sorrir ao lembrar da terceira casa que destruíram em uma semana.  Sei o quanto a minha decisão partiu o coração de Esme, dois filhos indo embora assim, mas Carlisle a confortaria, e um dia quem sabe eu estarei pronta pra voltar para eles

"Cullen! Aro deseja vê-la na sala do trono agora, pediu para eu vir chama-la, então por favor, desça dai e me acompanhe” – era Demitre, olhei para baixo e o vi olhando em minha direção. Demorei a raciocinar as palavras de tão absorta em pensamentos que estava. Minha expressão deve ter me denunciado

“Por favor, Alice, não me faça ir até ai leva-la a força, sim? Vamos! “– Passei a mão no rosto para me recompor, mesmo que eu não pudesse chorar, a minha  apatia era nitidamente notável, pulei para o chão com graciosidade, olhei para Demetri com a sobrancelha arqueada.

“Parece que finalmente seu pequeno cérebro aprendeu o meu nome, né? Volturi?” – o desafiei, ele havia sido indiferente a mim todo esse tempo sem ao menos me conhecer, sei que nossos encontros não tinham sido lá muito agradáveis, e que nossos clãs eram inimigos declarados, mas eu estava ali, eu estava sendo aceita ali, e ele teria que me engolir, afinal eu era a nova joia do Aro. Chegando a sala dos tronos as portas se abriam, Aro, Caius e Marcus estavam em seus tronos, Aro caminhou até mim com um sorriso nos lábios.

Cullens ou Volturis - Alice e Demetri Volturi (Hiato) Onde histórias criam vida. Descubra agora