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Quando Amaya disse que não fugiria mais de seu passado, nem ela havia se levado tão a sério. Poderiam a chamar de burra, mas a vontade de ver sua mãe sempre esteve presente, e em sua mente pressentia que poderiam ter uma relação saudável mesmo seu pai sendo um ser humano horrível.

Agora não tinha mais o que se arrepender, já estava enfrente aos enormes muros que cercavam as casas onde a maior parte de seus parentes moravam.

Abriu a porta que nunca estava trancada e se colocou a andar pelo caminho que os funcionários faziam até a maior casa dentre as outras.

Ela havia mudado bastante, não a reconheceriam e com certeza seria confundida com alguma faxineira, era o que ela esperava.

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-Está mesmo considerando ir até lá? -Himari questionou a amiga enquanto observavam a cafeteria em um final de tarde.

-Você sabe que no fim das contas, não tenho problema nenhum com ela -Deu de ombros -A gente era tão próximas, mesmo quando meu pai começou a nos ignorar ela continuava me contando histórias e dizendo o quanto me amava...

-Melhor se arrepender de ir do que não ir né?

-Se eu voltar chorando você vai me consolar?

-Eu não vou precisar, você tem um homem gostoso o suficiente para fazer muito mais que um simples consolo. Até eu iria preferi-lo...

E enquanto Himari pisca sugestivamente, Amaya se estica para bater em seu ombro.

-Você é insuportável, não sei porque ainda te conto tudo que acontece na minha vida.

-Por que a gente ama uma fofoca -A loira disse óbvia -Marias fifi com muito orgulho!

-Vou encontrá-lo essa noite, depois de ver minha mãe -Amaya da de ombros enquanto Himari a olha com carinho.

-Tome cuidado tá? Se acontecer qualquer coisa, não excite em me ligar.

-Combinado chefia -Responde a mais nova batendo continência.

-Será que vai dar certo você finger ser uma faxineira? Elas não costumam se sentar e esperar em um sofá.

-Vai dar certo, acredita -Amaya respondeu convicta, era o que ela esperava.

-Se der errado vou rir da sua cara e te obrigar a limpar os banheiros...
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A conversa que teve com Himari mais cedo a assombrava, esfregaria na cara da loira que deu certo.

Enquanto adentrava a casa onde passou sua infância, se lembrava de tudo o que passou por lá. Se sentou no sofá onde ela e sua mãe passavam algumas noites esperando seu pai voltar, e se sentiu preenchida de lembranças de uma época em que ela não era tão maltratada.

-O que faz aqui? Achei que havia liberado todos os empregados hoje...

A voz que soou de trás de onde ela estava logo se calou quando Amaya começou a se virar.

-Filha? -A mais velha perguntou surpresa, seus olhos se encheram de lágrimas enquanto se aproximava e analisava sua filha -Já faz tanto tempo, achei que nunca mais a veria...

-Você sabe que não tenho nada contra você, mãe -Fez uma pausa enquanto se abraçavam -Afinal, você até me ajudou a fugir.

-Sabe que não poderia ver você passar pelo mesmo que eu -Diz enquanto se abraçavam mais uma vez -Temos que ser breves, seu pai já deve estar para chegar e ele não gostará nada de te ver depois de tanto tempo, eu nem sei como você teve coragem de vir até aqui...

-Era o único jeito de te ver -A interrompeu enquanto se sentavam no sofá -As coisas continuam iguais?

-Sim, você sabe que só posso sair acompanhada; não poderíamos nos encontrar nem se quisesse, seu pai iria ficar sabendo e seria horrível para mim. Você sabe como esse clã funciona.

-Cheguei -Uma voz grossa soou da entrada casa.

Amaya viu sua mãe ficar tensa enquanto apertava sua mão, seu pai iria surtar quando a visse e sua mãe não poderia dizer nada.

-Não lembro de me dizer que tínhamos visita hoje -Voltou a dizer retirando seus sapatos, quando ergueu os olhos, percebeu que era a filha que havia ignorado a alguns dias -Olá.

-Como assim olá? -Amaya pergunta confusa -Não vai surtar e fugir como fez da última vez?

-É de meu conhecimento que você está com os seis olhos, finalmente fará algo de bom para as pessoas que te criaram.

-Você quer dizer às pessoas que me maltrataram né? -Questiona enquanto se levanta -Eu nem o namoro!

-Filha... -Sua mãe tenta intervir antes de ser cortada.

-Tanto faz, você conseguindo se casar com ele e trazendo honra ao nosso clã -Fez uma pausa enquanto parecia pensar -Poderíamos até te colocar de volta aos registros enquanto assumisse o clã.

-Por que pensa que faria isso por você ou esse clã maldito!? -Volta a questionar se sentindo irritada -É sempre assim, você só importa com o que trás lucro ao clã ou melhora a sua imagem! Não importa se sou sua filha, se serei bem tratada ou qualquer coisa do tipo.

-A honra desse clã é a única coisa que me importa, se você conseguir me ajudar, ótimo. Se não, continuará sendo uma inútil  sem energia amaldiçoada alguma.

-Inacreditável -Diz frustrada -Eu sabia que tinha me fudido quando te vi na cafeteria, todo aquele showzinho de não olhar na minha cara foi programado né?

-Bom, parece que seus esforços foram atoa. Pensou que ficar sem celular nos iria impedir de te rastrear e no fim até o destino me ajudou a te encontrar.

-Tchau mãe.

E dando um leve e rápido abraço em na mais velha, se coloca a passar por seu pai e ir embora.

-Amaya -Seu pai volta a falar antes que ela possa fechar a porta -Trate de voltar aqui apenas se estiver noiva de Satoru Gojo, se você não o fizer, eu arranjarei um noivo descente.

-A vai tomar no cu velho lazarento -Diz enquanto bate a porta.

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é isso gente até o próximo :)

All blue (Gojo X OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora