Começos forçados

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[N/A: Hello! Mais uma história inédita pra vocês! Espero que curtam. Eu gosto muito de escrever a respeito de relações humanas de uma forma geral, e gosto de fazer isso de uma maneira verossímil! Dito isso, boa leitura!]

Natasha entrou apressada com o Honda Accord e parou diante da cancela do hospital, respirando pela boca por conta da ansiedade. O guarda de camisa azul e boné saiu da pequena cabine, e esticou um cartão de estacionamento, numa pergunta silenciosa sobre onde estava o dela.

"Ah, o cartão!" ela disse, atrapalhada, buscando dentro do envelope que estava sobre o banco de passageiro por um cartão verde com o número 38 em vermelho. Esticou para que o guarda visse, e ele deu um breve sorriso, erguendo a cancela e deixando-a entrar.

"Bom dia!" ele cumprimentou.

"Bom dia!" ela disse, olhando pelo retrovisor e acelerando ao ver que havia uma SUV branca atrás.

Virou à direita no primeiro entroncamento, para onde a placa apontava que eram as vagas de funcionários. Entrou e viu a marcação da vaga 181. Foi indo devagarzinho até encontrar em um dos últimos lugares à esquerda o número 38. Era bem embaixo de uma árvore, e apesar da sujeira que seguramente viria, ela ficou feliz por ser um lugar na sombra.

Pegou o conjunto de scrubs azul claro e os crocs brancos, além da própria bolsa, e se encaminhou para dentro do enorme prédio. O coração batia forte; era o primeiro dia de trabalho em Seattle, e apesar de bem qualificada para a posição, Natasha tinha certeza de que, naquele momento, tinha se esquecido até de como fazer um curativo.

Pegando o novo crachá, apresentou-o na recepção, onde uma mulher de meia idade olhou para ela sem dizer nada.

"Bom dia! Eu sou a enfermeira nova, eu..."

"Ótimo." ela disse, sem emoção. "Pode encostar seu cartão na catraca. O vestiário das enfermeiras é no terceiro corredor à esquerda. Depois pode se apresentar no seu andar."

"Obrigada..." ela olhou o nome da mulher no crachá. "Bonnie." complementou com um sorriso, e a mulher cedeu de má vontade, correspondendo.

Apressada, sentindo as finas sapatilhas se dobrarem sob os passos dela, Nat entrou no vestiário conforme as instruções de Bonnie. Várias moças conversavam nos corredores, e ela foi vendo que, afixado a cada fileira de armários, havia o setor. Entrou na fileira que dizia "neuro" em um papel sulfite.

Foi andando tímida até o armário 38. Tudo dela tinha aquele número. Duas moças conversavam e davam risadas sentadas no banco.

"Bom dia." Nat disse, sentindo a boca seca. As duas pararam de conversar.

"Você é a novata." A loira de olhos castanhos disse, sorrindo. "Bem vinda."

"Eu sou a Wanda." a moça de cabelos acaju disse. "E essa fofoqueira é a Carol."

"Cala a boca." Carol disse para a amiga, e as duas riram. "Qual seu nome?"

"Natasha. Acabei de vir de Portland."

"Vai amar aqui. E não se assuste com a Pepper, ela é toda certinha, mas é uma de nós no fim das contas." Carol disse enquanto Natasha se trocava.

"Pepper Potts-Stark, certo? Fiz a entrevista com ela."

"Ela é um amor." Wanda disse. "Mas morre de medo de alguém achar que é favorecida pelo marido e vice-versa. O Tony é médico, é o chefe da neuro."

"É, ela quer tanto provar que não favorece ele em nada que vive vetando várias loucuras dele." Carol riu.

Natasha refez rapidamente a trança embutida que tinha feito e pendurou o crachá na gola dos scrubs. Subiu com as meninas logo em seguida. Wanda e Carol conversavam sobre coisas do hospital que Nat ainda não conhecia, mas não se ofendeu. Estava muito nervosa para manter conversa, de qualquer forma.

Take me home - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora