Corrida

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[N/A: Hello! Voltei! Mais um capítulo do nosso bombeirão. Espero que vocês gostem! Um beijo!]

Depois da troca de plantões, Nat foi abraçada pelas amigas e pelos demais colegas. Ganhou até mesmo um pequeno cupcake com uma velinha em cima.

Já passava das duas da manhã e era um plantão sem grandes acontecimentos, de forma que as três estavam na estação da enfermagem. Nat sacou uma das revistinhas que Steve tinha presenteado.

"Ah, Wanda." ela disse, se lembrando. "Pode me passar o telefone de Steve? Preciso agradecê-lo pelo presente."

As duas amigas olharam, curiosas.

"Que presente?"

Nat sorriu e mostrou a capa da revista que estava lendo.

"Uma revista?" Carol perguntou.

"Não. A coleção inteira das HQs da Viúva Negra."

Ambas mulheres se boquiabriram ao ouvi-la, Wanda principalmente.

"Mas gente..."

"Só por referência, o que Matthew te deu?" Carol perguntou, inocentemente.

"Um bolinho." ela sorriu. Fingiu que não percebeu que Wanda e Carol se olharam com sorrisos amarelos. "Nós não somos muito de presentes um com o outro. A coisa mais cara que ele já me deu foi o anel de noivado."

"Bem, te mandei o telefone de Steve por mensagem." Wanda disse, em tom de quem tenta mudar de assunto.

Nat sabia que as amigas possivelmente falavam dela em particular, mas não ligava. Sabia que ao longo de dez anos, a dinâmica de um relacionamento era diferente do que as demais pessoas da idade dela que eram solteiras estavam acostumadas.

"Eu não tenho palavras pra te dizer como amei o presente. Melhor vizinho de todos. Hahaha. Muito legal."

Poucos minutos depois, recebeu a resposta.

"Foi de coração. Te vejo logo."

~

Matt não perguntou muito a respeito das revistas. Nat já tinha comentado sobre quem era Steve outras vezes, e o noivo não parecia ter nenhuma grande objeção quanto a isso. Continuava na corrida contra o próprio trabalho, com equipes cada vez maiores para liderar, e menos tempo em casa. Natasha literalmente não conseguia se lembrar da última vez que tinha tido uma transa memorável. Gostava de pensar que tudo ia passar, mas era cada vez mais difícil acreditar.

Para se distrair e não ficar em casa pensando besteira, tinha resolvido começar a correr. Era algo que fazia em Portland com frequência, mas ainda não tinha conseguido tempo para fazer em Seattle até então. Além do mais... Não doeria perder alguns centímetros de cintura para entrar no vestido de noiva. Apesar de ter praticamente largado os preparativos do casamento e deixado a mãe e a sogra a cargo de tudo, o casamento ainda ocupava uma parte importante dos pensamentos dela.

Era uma noite particularmente gelada. Nat tinha dormido após o plantão e acordado quase à noite. Sem sinal de que Matthew fosse aparecer para jantar num horário de gente normal, Natasha colocou roupas de exercício e saiu.

Enquanto corria, o vento gelado a fazia se esquecer um pouco de tudo, inclusive ignorar o fato que se infiltrava pelos pensamentos dela: não estava feliz. Não estava empolgada. Apesar de achar que isso passaria eventualmente, se sentia cada vez mais funda naquele buraco de solidão, longas horas de trabalho e o stress de um casamento que, às vezes, ela nem sabia por que ia realizar. Não achava que haveria algo que mudasse substancialmente - ter filhos, por exemplo. Seria uma boa ideia, com uma pessoa que nunca parava em casa? A pior parte é que Matthew gostava de ser uma pessoa que trabalhava muito e colocava isso acima de qualquer coisa na vida. Por mais que Natasha reclamasse que queria mais tempo juntos, as coisas não mudavam. Pior, ela tinha certeza que não iam nunca. Quanto mais ele subisse na carreira, mais tempo ficaria ausente.

Take me home - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora