Consciência mínima

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[N/A: Obrigada pela recepção a essa história! Como sempre, vocês são super carinhosos <3 espero que estejam curtindo! :)]

Levaram o pobre rapaz para fazer exames, e Nat ajudou no que era possível. Tony discutia com Maria a respeito das possíveis abordagens cirúrgicas e o que era possível fazer naquele momento, mas só saberiam com certeza depois da tomografia, pelo menos. Tinha dado entrada com um GCS de 11, uma lesão moderada. Abria os olhos quando alguém falava com ele, resposta verbal confusa, e conseguia se desvencilhar da dor.

Mais ou menos uma hora depois, ele estava sendo levado para o centro cirúrgico. Nat pegou os pertences e as roupas que seriam levadas para o depósito, para serem retiradas por alguém da família, ou entregues de volta para ele quando tivesse alta.

Estava colocando tudo no envelope - as roupas, ainda com cheiro de fumaça, e o celular, que não parecia estar funcionando. Procurou direito em todos os bolsos por alguma aliança ou jóia - tinha trauma de já ter perdido a aliança de um paciente idoso, cuja esposa tinha falecido poucos meses antes.

Não encontrou nada de joia, mas encontrou uma foto. Era ele segurando um garotinho sorridente, que não devia ter mais que um ano. Sorrindo, pôs tudo no envelope e a foto por cima. Tinha a sensação de que ele pediria aquele item mais cedo ou mais tarde.

Assim que voltou do depósito, se deparou com a cena de uma mulher um pouco mais velha que ela, parecendo nervosa, indagando a respeito de Steve. Ao lado dela, havia um outro bombeiro - talvez um colega de profissão. Ele tinha olhos azuis e era um pouco mais baixo que o paciente.

Carol explicava todo o quadro e como Steve tinha dado entrada.

"Ele está em cirurgia nesse momento." Nat completou. "O dr. Stark é o responsável, ele está em ótimas mãos. Daremos mais notícias assim que tivermos."

Ambos se olharam por um instante, a moça engolindo em seco. Nat se perguntou brevemente se ela era esposa ou namorada. Estava obviamente preocupada, mas se fosse Matt na mesma situação, Nat talvez estivesse chorando desesperada.

Os dois se sentaram em bancos diferentes, e Natasha entreouviu um pedaço da conversa.

"...ainda é o seu telefone que está nos contatos de emergência?" ele perguntou para a moça, e ela deu de ombros.

"Acho que ele esqueceu de mudar, eu estava em casa... O que aconteceu?"

"Fomos atender a uma ocorrência, acho que Steve foi tirar um cachorro preso no segundo andar e conseguiu, mas a parte de cima da escada, onde ele estava, cedeu completamente. Acho que teria morrido se estivesse sem o capacete."

"E como não se queimou?"

"Acho que caiu em um lugar onde já tínhamos controlado as chamas, por sorte..."

Quase sete horas depois, ele finalmente saiu da cirurgia. Eram mais de três da manhã, e agora, restava a parte mais difícil, que era o pós. Aqueles próximos dias seriam extremamente críticos, e a moça, que Nat descobriu se chamar Margaret, e o amigo, James, estavam cientes. Pelo que ela tinha entendido, ele tinha pais idosos que moravam em outra cidade e ainda não sabiam do ocorrido.

Quando saiu no domingo às seis da manhã, ele ainda não tinha acordado, o que era completamente esperado. A equipe que ia fazer o plantão de dia já tinha recebido as informações mais recentes, e agora, Nat só voltaria na terça-feira de manhã.

Dirigiu exausta até em casa, com a cabeça a mil. É claro que não era raro ver acidentes no campo de atuação dela, mas por algum motivo, sempre era diferente quando eram jovens que se acidentavam no trabalho.

Take me home - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora