A Suspeita

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O jantar entre Zé e Ariadne foi à base de um clima muito pesado. Ela passou toda a refeição tentando puxar assuntos e relembrar momentos que eles haviam passados juntos.
Zé, por sua vez, sabendo que tudo poderia se tratar de uma forma de reaproximação que ela tentava a toda custa, decidiu se manter o mais distante e quieto possível, alegando estar cansado.
A mulher, que estava com o braço esquerdo engessado, se alimentava tranquilamente e sem maiores problemas, utilizando a mão direita, e pelo menos nesse primeiro dia que passaram juntos, já dava para perceber que a estadia dela na casa do homem seria curta.

Percebendo que não iria conseguir avançar em nada naquela noite, ela decidiu se recolher e começar a pensar em novas estratégias para trazê-lo até ela. Afinal, o passo tão importante ela conseguiu dar, estava na casa dele 24h por dia. Agora era pensar em como tirar proveito dessa situação.

ZéCarlos aproveitou para assistir o jornal da noite e se informar sobre os atuais acontecimentos. Em seguida, começou a estudar os textos das gravações do dia seguinte.

Estudou... Estudou... Estudou...

O relógio marcava 23h, quando ligou para sua amada por vídeo chamada.

ZéCarlos: Atrapalho? (Assim que ela atende)

Adriana: Nunca, mozinho. Estava aqui passando os textos de amanhã.

ZéCarlos: Sabe, estou morrendo de saudades de você...

Adriana: Não fazem nem dois dias que nos vimos e você já está com saudades?

ZéCarlos: Cada minuto é muito tempo sem você. Será que tem como eu dar uma fugidinha e ir até aí? Queria tanto dormir agarradinho com você...

Adriana: Você não pode. Não agora.

ZéCarlos: Que vida cruel! (Se joga no sofá fazendo drama)

Adriana: Sua hóspede já está instalada?

ZéCarlos: Já sim. Pedi para ela ficar no meu quarto, porque é mais confortável. Já eu, vou ter que me virar aqui no sofá.

Adriana: Até que esse sofá não é tão desconfortável assim. Vivi ótimos momentos aí... (Dá um sorriso malicioso)

ZéCarlos: Olha, senhora Garambone, você não me recorde desses momentos, se não serei obrigado a ir correndo ao seu encontro para testar seu sofá. (Ela gargalha) Seu sorriso é tão lindo, mozinho...

Adriana: Amor! Nossa! Agora me deu uma vontade imensa de comer banana, com leite em pó e creme de leite.

ZéCarlos: Creme de leite? Não seria leite condensado?

Adriana: Não! Creme de leite mesmo. Vou preparar. (Se levanta do sofá e vai até a cozinha, tentando achar um lugar para apoiar o celular) Consegue me ver direitinho daí?

ZéCarlos: Consigo sim, amor. Mas ainda não entendi a combinação dessa comida.

Adriana: Amor, vai ficar uma delícia. Já estou com água na boca.

Ela começa a cortar as bananas dentro de uma tigela, pega o leite em pó e coloca por cima...

Adriana: Isso vai ficar muito bom, então na próxima vez, você vai ter que experimentar.

ZéCarlos: Isso eu vou passar. Quem sabe em um outro momento. (Faz uma cara de negação)

Adriana abre a caixinha de creme de leite e coloca na tigela.

Adriana: Está faltando mais alguma coisa... (Fica pensativa) Acabei de ter uma ideia genial! (Volta para a geladeira)

ZéCarlos: Vai acrescentar mais o quê?

Gravando o DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora