"Eu continuo fugindo da minha própria vida
Porque prefiro não lutar
Ela me persegue assim que o sol nasce
E também durante a noite"Two Feet - Back Of Mind
- Onde você estava? - HanSeok perguntou assim que HanSeo entra na sala. - Que cheiro de alfa é esse?- Que cheiro?
- Esse que está saindo de você. - HanSeok pega um peso de papel da mesa.
- Nin-Ninguém.
- Você nunca aprendeu a mentir. - Balança o peso de papel. - Eu não falei para não sair com ninguém, mandei você tomar aqueles remédios não é por nada não. - Joga o peso que bate na cabeça de HanSeo causando um corte superficial do lado direito da testa. - Não saia dessa empresa para se encontrar com ninguém, faça seu trabalho bem feito.
- Sim senhor.
- Nos vemos no jantar. - HanSeok sai da sala e HanSeo enfim pode respirar.
HanSeo pega um pequeno lenço branco de dentro de seu blazer e limpa o sangue que escorria por seu rosto, e quando termina de limpar ele se lembra do que seu irmão disse, então ele fecha os olhos e puxa o ar e sente o cheiro que vinha de sua roupa, e esse cheiro era o de petricor.
- Esse cheiro... Raro. - HanSeo se sente atordoado na cadeira. - Não pode ser, eles não existem mais.
Quando HanSeo era pequeno e sua mãe ainda era viva, a mesma contava histórias sobre os puro sangue, ou como eram conhecidos os lupus puros. Ela contava que houve uma época onde existiam alfa, omega e betas lupus puros, eles eram conhecidos por se transformar em lobos, e na época tinham os mais comuns que eram os de pelo marrom, cinza e vermelho, e os mais raros que eram tidos como realeza ou líderes, que eram os de pelo branco e os de pelo preto. E ainda tinha os cheiros, cada um tinha um cheiro diferente e quando mais raro mais importante era o lobo, e um dos cheiros mais raros era o petricor. Até hoje nunca foi visto ninguém com esse aroma. HanSeo quando ouvia essas histórias sempre quis ser um deles, o quão legal seria se transformar em um lobo, mas sua mãe sempre dizia que eles eram criaturas sanguinárias e que matavam todos que viam pela frente.
- Ele não parecia ser mal. - Puxa o ar de novo, mas o cheiro já estava se indo. - Talvez tenha sido só o perfume dele, não tem como eu ficar com o cheiro dele em minha roupa, nem meu alfa ele é. - HanSeo balança a cabeça como se quisesse tirar esses pensamentos.
Vincenzo por outro lado ainda se deleitava com o aroma de HanSeo, ele podia senti-lo a quilômetros de distância.
- Foi muito difícil arranjar todas essas informações. - Um homem de aparência abatida joga uma pasta lotada de papéis na frente de Vincenzo. - Porque que saber sobre essa empresa.
- Nada que seja problema seu. - Cassano solta seu isqueira na mesa e abre a pasta e começa a analisar seu conteúdo.
- O CEO desta empresa é um grande babaca, ele nem sabe o que está fazendo, vi... - Homem não teve tempo de terminar a frase. Cassano havia pegado um abridor de cartas e enfiado na jugular do homem, que agora se engasgava com seu próprio sangue.
- Não fale mal do ômega alheio. - Vincenzo volta sua atenção para os papéis. - Ele não é o dono. - Fala sem ligar para o homem morrendo a sua frente. - Talvez eu saiba quem seja. - Diz enquanto olha um nome. - Não tem foto dele aqui. - Amostra a folha. - Onde está?
- Grrrr.
- Só foi um cortezinho.
- Grrr...Na-grrr...Não...Grrrr... Sei.
- Nada útil. - Vincenzo puxa o abridor de cartas do pescoço do homem, fazendo assim jorrar sangue por toda a sala e ocasionalmente acelerar a morte do indivíduo. - Irei te achar, provavelmente seja você que faça ele sentir tanto medo ao ponto do cheiro ser insuportável.
Cassano se levanta da mesa, arruma toda a papelada e sai daquele quarto que já começava a feder a sangue, Vincenzo odiava o cheiro de sangue.
Ele segue em direção de seu carro esportivo preto, entra no mesmo e sai dirigindo pelas ruas de Seul, ele nunca gostou muito dessa cidade, para ele não tinha nada melhor que a Itália. A cultura europeia sempre lhe atraía como um imã. Mas quem diria que sua alma gêmea estaria na Coreia do Sul, o quão hilário isso era.
Depois de alguns minutos ele chega em seu apartamento. A primeira coisa que o mesmo faz é abrir uma garrafa de vinho e seguir em direção ao banheiro. Cassano adorava tomar banho de banheiro enquanto escutava uma bela ópera e bebia um maravilhoso vinho. Ele poderia até ser um lobo que gostava de sentir a terra e as folhas em suas patas, mas a vida fingindo ser um lobo não puro também era bom, principalmente quando era a hora do banho. Era sempre a mesma rotina, banheira, vinho e ópera. Melhor combinação.
- Amanhã eu começo a te caçar, tenho certeza que não será tão difícil de achá-lo. - Diz de olhos fechados e apreciando o solo de Pavarotti.
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Lupus - Vincenzo/HanSeo
FanficVincenzo Cassano morava na Itália desde criança, mas depois de um acontecimento ele volta para a Coreia do Sul em busca de algo, para ser mais exato... Alguém.