6. Don't Call me Up

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De uns tempos para cá, eu percebi que as minhas interações com Nathália ficaram menores e tive mais aceitação no grupo dos meninos, então era mais fácil interagir com eles, pois tínhamos mais programas em comum do que as meninas em desenhos sem ação, o único que não tinha tanta separação era Turma da Mônica, mais todos tinham o seu predileto, o meu sempre foi o Louco, sempre me identifiquei em ver a vida um pouco mais alegre e agitada que o normal, dessa vez na entrada foi um pouco diferente.

- Entrada da escola - 

Eu via os meus amiguinhos de turma próximos, mais ao tentar ir conversar com as meninas, tomava maior gelo e aconteceu o que eu temia, ser excluída de um grupo de meninas, porém não sabia o que havia feito de errado ou se deixei de fazer alguma coisa.

— Oie Nathália — disse me aproximando dela

—  Oi Florence —  em tom desinteressado

—  O que houve para você ficar estranha comigo? —  diz em tom de curiosidade 

—  Acredito que você tenha assuntos melhores para conversar com o Marcos do que comigo —  diz enraivecida porque tinha sentimentos por ele —  talvez você se dê melhor com eles do que conosco —  apontou para as meninas do grupinho dela a Cintia, Denise e Amanda, me olhando feio como se tivesse pego o que não devesse.

—  Mais porque, ele estava caçoando de mim, contei tudo para a Tia Fátima e no final ele me pediu desculpas e voltamos as boas, que bicho te mordeu? —  totalmente sem ideia o porque ela estava sendo idiota comigo mais estava tentando entender.

Ela se aproximou de mim e trouxe para perto de mim os indicadores para perto do meu rosto e disse —  Belém belém, nossa amizade foi desfeita, nunca mais quero o seu bem —  separando os dedos na minha frente, significava que não tinha mais uma amiga e sim uma inimiga que entendeu tudo errado.

E ela saiu com a sua tropinha me empurrando para o lado enquanto entrava na sala, eu me sentava um pouco longe, umas duas carteiras dela e as amigas dela um pouco mais próximas a mim, então me sentia acuada por ter feito algo errado. 

- Sala de aula - 

Com a atividade na aula de pintura, tivemos uma forma interessante de expressar sentimentos, e como eu estava triste por ter perdido uma amiga, pelo menos eu considerava, até ver que ela não tinha nenhuma intenção em ser minha amiga.

—  Bom, vou passar de carteira em carteira perguntando que sentimento é esse que estão pintando, para eu colocar aqui a notinha de vocês e um carimbinho do coração —  em tom familiar de aconchego.

Passou na carteira de Jordana, tinha uma vista bonita e ela estava feliz, passou na carteira de Joel e tinha um retrato de raiva, pois não ia ganhar o brinquedo que havia pedido aos pais, passou pelo de Marcos que tinha uns tons vermelhos e rosas e ele não conseguiu explicar o porque daquilo, mais inventou que se sentia amado pela mãe e era a representação do amor mãe com ele  e passou por mim com os meus tons azuis depressivos com preto e cinza e ao explicar que eu tinha chateado uma amiga e fazia falta, Nathália a frente apenas se virou com brabeza e continuou a terminar sua criação.

Miriam ao perceber a situação, já tinha entendido tudo porém me deixou o seguinte conselho: —  Florence, as pessoas vem e vão, se ela esteve até o momento e não quer ser sua amiga mais, não tem problema, sempre tem outras pessoas que serão e o ciclo continua, entendeu? —  disse em tom reflexivo e simples para que eu pudesse entendê-la

Apenas balancei a cabeça me segurando para não chorar e continuar o que estava fazendo e entregar a primeira parte da atividade e apenas vi a professora terminar as avaliações e nos liberar para o recreio que logo após tínhamos aula de educação física.

- Recreio -

Fui chamada pelo Marcos e Joel para me juntar a eles na hora do lanche e trocar um pouco dos lanches que tínhamos, para pelo menos conversar de lutar interessantes de Power Rangers e as aventuras do Zoobumafu, que eram legais e tinham sempre uma coisa interessante para aprender até que Nathália chega para me atormentar, naquele momento já não suportava ouvi-la

—  Ah então você já tem outros amigos, que fácil trocar de grupo —  diz em tom de sarro e olhar de desprezo 

—  Quem me tirou do grupo foi você, esqueceu da cena que fez? —  repete a cena dos indicadores se separando para provocar ela 

Ela já estava bufando de raiva e por ela ser branquinha, o rosto estava todo vermelho —  Você devia sair de perto do Marcos, aqui não é o seu lugar —  diz com os dentes semicerrados e com um tom ameaçador

Marcos ao ver a tensão do clima, se levanta e entra no meio para nos separar até que eu tomei um tapa bem dado na cara, do tanto que tinha tanta raiva naquele momento que ficou a marca da mão dela no meu rosto.

Após todos presenciarem um ataque de ciúmes, fomos encaminhadas com o auxilio da Tia Marisa para a Tia Fátima, novamente. 

- Coordenação -

Dessa última vez, eles telefonaram para o meus pais e os pais da Nathália, pois a situação já havia saído do controle e tinham nos separado para não ter mais pancadaria, já que quem estava apaixonada pelo Marcos era Nathália e não eu e eu não havia me dado conta que Marcos sentia algo por mim, sempre tratei ele como um bom amigo.

Tia Marisa disse que nossos pais haviam chegado e eles não esperavam ver nós duas brigando, pelo que percebi, as coisas não estavam boas nem para o meu lado, a minha mãe veio olhar o que havia acontecido no meu rosto, já que estava com um saco de gelo no lugar, e logo após entrou na sala com a Tia Fátima. 

Foram momentos tensos, pois morríamos de medo dos nossos pais, sempre tinha algumas partes enquanto conversávamos sobre nossas famílias, e o nosso maior medo era se fizéssemos algo que precisasse chamar nossos pais e ai... esse dia chegou, para o nosso terror. 

A difícil vida de uma gostosaOnde histórias criam vida. Descubra agora