Run.com. - Jikook

Crawling death.

Depois de uma semana, onde Jimin passou todos os dias se lamentando por não ter pego a corda deixada por Jungkook e ter tirado logo sua vida, decide fazer o que o homem havia o pedido.
A verdade é que Jimin não tinha muito o que perder, depois que perdeu todo o resto de sua sanidade mental nos últimos dias. Seu braço estava com um enorme esparadrapo, que cobria os pontos que ele havia tomado pela última vez que havia se mutilado. Ele havia jurado que jamais faria isso novamente, mas aquele corte não doeu nem 1% do que toda a dor psicológica e física que Jungkoook estava o fazendo passar.
O garoto pega a corda, a coloca em sua bolsa juntamente com sua câmera, tranca a porta de casa, e em passos lentos anda em direção a vista mais bonita que ele conhecia.

Seus passos eram tão lentos quanto a tortura que sua mente fazia a cada respiração que ele dava. A cada momento em que seus pulmões se enchiam de ar ele sentia uma pontada em sua alma, que mostrava que mesmo que mesmo com sua sanidade mental escassa, não era nula, e ele ainda era humano o suficiente para sentir a vida. Mas não parecia ser humano o suficiente para sentir remorso. Chegava a ser cruel.

Após cerca de uma hora de caminhada, Jimin chega no local que um dia havia sido seu local favorito em todo mundo, o local onde ele vinha para se libertar de toda pressão que tinha em seu trabalho anterior. Jimin não gostava de relembrar de todos os momentos traumatizantes que havia vivido por anos de sua vida, já que sempre que sua mente ousava em relembrar daquilo, fazia com que Jimin entrasse em completo estado de pânico.

Por quanto tempo alguém que tinham atitudes errôneas são realmente culpadas por seus atos ou apenas foram manipuladas para estarem lá? Por quantos anos era plausível Jimin dizer que não era sua culpa?

Ao chegar perto do precipício, olha para baixo, vendo a imensidão de distância que havia entre o local onde Jimin estava, e o mar, que cercava tudo lá embaixo. As ondas quebravam nas rochas, fazendo um som que na mesma medida que era relaxante, apavorava o garoto.
Toda a imensidão que havia dentro de si, ele sentia que mesmo sabendo nadar em seus pensamentos, a correnteza sempre o levaria para um inferno criado unicamente na mente de Jimin. Seus pensamentos são interrompidos quando ouve uma gaivota voar atrás de si, passando com uma velocidade bem rápida ao lado de seu corpo, fazendo com que Jimin um passo para frente por conta do susto, e então quase perdesse o equilíbrio naquele local. Jimin se joga para trás, para conseguir levar seu peso em direção contrária ao precipício, logo caindo de costas no chão, sentindo o sol quente em seu rosto, e fechando os olhos quando o mesmo bate em sua vista.

[lembrança...]

—Jimin? Leve-o para fora. Ele precisa pegar um ar.— diz o enfermeiro-chefe para Jimin, que confirma com a cabeça, e sem dizer nada, segura na cadeira de rodas, levando o paciente até o jardim em passos calmos por todo o corredor.

Ao chegar no jardim, Jimin respira profundamente e sente o cheiro medicinal do laboratório sumindo em relação ao cheiro natural e calmo de grama recém cortada, e então, ao parar com a cadeira de rodas, coloca o paciente de frente para a vista mais bonita daqui, onde o sol podia encostar em sua pele, e em seguida, olha para o paciente.

—Aqui está bom para você, hm?— Jimin pergunta, ajeitando o leve lençol que cobria o colo do homem que ali estava. Amarras de couro prendiam suas mãos em cada braço da cadeira de rodas, fazendo com que ele estivesse impossibilitado de se mover. O paciente ignora a pergunta de Jimin, que ajeita sua blusa e respira profundamente, olhando novamente para o mesmo.

—Jooseung?— Jimin pergunta com a voz suave, tocando levemente em seu braço, e então o homem o olha assustado, como se Jimin tivesse feito um movimento brusco.