Run.com. - Jikook

Salvation.

Naquele momento, Jimin arregala os olhos, dando um passo para frente, sem saber se sentia aliviado ou mais desesperado por ter mais uma ameaça dentro de sua casa. Quando Jimin abre a boca para falar, Jeon coloca um dedo sob a boca de sua máscara, indicando para Jimin permanecer em silêncio naquele momento.
Jeon para ao lado de Jimin, com suas mãos atrás das costas e seu pescoço levemente tombado para o lado, enquanto observava onde o homem estava. O cheiro de sândalo invadiu as narinas de Jimin assim que Jeon se aproximou, um odor inebriante e intenso, que fez com que Jimin não tirasse os olhos do homem.
"Se ele não fosse um completo louco, até que ele poderia ser atraente" o menino pensou, tendo certeza que estava a beira da loucura após constatar o pensamento que havia acabado de ter.

O invasor então volta de costas, observando o quarto do garoto desta vez, sorrindo e dizendo:

— Que quartinho lindo... — o homem diz de forma irônica, e quando olha para trás para ver o rosto do garoto, se depara com aquela figura macabra: Jeon com sua máscara de coelho, terno, e suas mãos juntas atrás de seu corpo.

— Que porra?! — o homem diz se aproximando, e antes de pudesse fazer qualquer coisa, Jeon leva uma de suas mãos para o braço de Jimin, o levando para trás dele, o mantendo num local seguro. Numa fração de segundos o invasor leva um chute no estômago tão forte que o faz cair a um metro de distância de Jeon, enquanto sua arma cai nos pés de Jungkook.

— Eu que te pergunto. Quem é você? — Jungkook responde enquanto pega a arma do chão, a analisando. O invasor permanecia no chão com um olhar incrédulo, certamente apavorado com a visão que estava tendo.

— O que você fez com o Tom?! — o invasor diz com sua voz trêmula, deixando com que o medo transparecesse por seus poros. Jimin permanecia atrás de Jeon, e por algum motivo, o garoto se sentia mais seguro do que nunca naquele momento. Jeon ri levemente, dando um passo em direção ao homem caído.

— Tom? — Jeon diz forçando um tom confuso, enquanto colocava uma de suas mãos na cabeça de sua máscara como se tivesse tido algum tipo de revelação. — Ah! O Tom era aquele cara lá embaixo? — Jeon diz num tom de surpresa, soltando uma risada sarcástica. — Isso vai responder sua pergunta. — Jeon finaliza a frase, jogando algo no homem. Naquele momento, Jimin não conseguiu identificar o que era, mas quando o invasor pegou o objeto em mãos e observou mais atentamente Jimin pôde ver do que se tratava: era um dedo humano. Havia um anel preso ao dedo, que ainda não parecia pálido, era como se tivesse acabado de ser arrancado.

— Puta merda, você é louco! — o invasor grita enquanto apontava para Jeon, que continuava rindo como se não conseguisse ver fim na graça da situação.

— Você invade a casa do meu noivo e eu sou louco? — Jeon retruca, fazendo com que Jimin desse um pulo com aquela frase. Noivo? Do que Jeon estava falando?

Jimin sentiu o coração disparar, um nervosismo gelado se espalhando pelo corpo quando ouviu Jeon, em um tom absurdamente fora de contexto, referir-se a eles como se fossem noivos. A palavra ressoou no ar como uma estranheza, sem qualquer vínculo com a realidade deles. Não havia qualquer intimidade ou ligação que sustentasse aquilo — na verdade, o que havia entre eles era o medo que Jimin sempre sentira de Jeon, uma sombra constante que o envolvia sempre que estavam perto.

A relação entre os dois era marcada por uma distância sombria, pela agressividade de Jeon, cuja presença impunha uma tensão sufocante. Jimin, acostumado ao olhar duro e aos gestos bruscos, agora se via diante de algo que não fazia sentido. Jeon, o mesmo que sempre lhe trazia frio na espinha, agora falava como se houvesse um laço profundo entre eles, algo que jamais existiu.

O medo sempre acompanhava Jimin quando Jeon estava por perto, uma sensação quase instintiva de que qualquer movimento errado poderia desencadear uma tempestade. E agora, ao ouvi-lo falar de noivado — algo que nem em sonhos passaria pela cabeça de Jimin —, essa mesma sensação se intensificou. "Noivos?", ele pensava, o pânico crescendo. Era como se Jeon estivesse brincando com sua mente, distorcendo a realidade de maneira cruel e imprevisível.