O Meu Lar?

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Aproveito o máximo que posso cada momento daquele dia com ela. Não sei como funciona a espada, então não posso perder a chance de desfrutar disso. Esta escuro, estamos cozinhando juntos e rindo. Sentia falta de ouvir a risada dela, já havia me esquecido do quão gostosa era.

Jantamos. Recolho as coisas da mesa e lavo os pratos enquanto ela arruma as coisas para dormirmos. Será que irei acordar ao seu lado? Nos deitamos, ela deitada sobre meu peito olhando nos meus olhos. - "Boa noite, amor!" - Bia semicerra os olhos com um sorriso.

"Boa noite, princesa!" - Beijo sua testa e adormecemos.

Acordo, está frio, olho ao meu redor e não estou em casa com ela... ao invés disso, me encontro na caverna. Saio do lugar, sentindo um vazio e uma certa dor de cabeça.

Chego em minha... "casa". Como algo, tomo um banho e tento dormir um pouco...

Três semanas depois.

Tenho ido sempre a caverna, para passar os momentos que posso com Beatriz, nunca sei quando pode acabar, e por isso preciso fazer com que todos os dias sejam o último para mim e para ela. Tento fazer ser o mais mágico e lindo possível, penso que deveria ter feito isso antes.

Estava voltando mais uma vez das quedas, onde ficava a espada. Sentia tanta dor desde que comecei a usar a espada, comecei a sentir dores no corpo e na cabeça, mas não me importo, nada que um remédio não possa resolver. O que me perturba realmente, são os pesadelos constantes... são horríveis! Em muitos deles eu acabo matando a Beatriz, cortando sua garganta, e em seguida aparece um grande lago de sangue e eu estou me banhando nele. Esses sonhos me assombram. Meu celular vibra, então aparece um nome na minha tela, "Julia". Abro a mensagem: "Oi, Leo! Você poderia me fazer um favor?"

Solto um sorriso de canto. - "Claro! O que seria?" - A vejo digitando, então ela para por um tempo e volta a digitar: "Poderia me mandar a localização de onde fica aquela floresta que você tanto me falou?"

Coloco as informações no Google Maps e mando para ela. - "Prontinho. Mas posso saber por que a senhorita quer?"

"Só por curiosidade. Você me falou tanto da beleza desse lugar e de como você gostava, que quis dar uma olhadinha." - Achei fofa essa curiosidade dela, contei várias vezes sobre o local, deveria ter mostrado fotos a ela.

"A sim, tudo bem. Eu tenho algumas coisas para fazer, então nos vemos mais tarde no jogo, na taverna?"

"Com certeza! Hoje é você quem paga."

"Tudo bem, até mais tarde!

"Até!"

Coloco o celular no bolso e pego minha mochila, lá vou eu para a floresta novamente, ver minha amada. Soo tanto enquanto ando, isso é estranho, não estou fazendo tanto esforço físico para isso e ainda está frio. Será que estou com febre? Tento aferir minha temperatura mas não consigo sentir nada, então decido prosseguir com a caminhada. Em pouco tempo chego na caverna, cansado e cheio de sede. Pego uma das garrafas de água e bebo tudo. Me aproximo devagar da espada e em fim a toco. Viajo em instantes para o cenário do jogo, acordando ao lado da mulher que amo. Viro para o lado direito da cama, encarando seu rostinho até que ela abre os olhos e me sorri me encarando sonolenta de volta.

"Bom dia, amor!" - Ela me beija suavemente, e nesse momento eu sinto que deveria fazer algo que queria ter feito antes: "Quer casar comigo?" - Pergunto olhando no fundo de seus lindos olhinhos, que rapidamente se enchem de lágrimas.

"Você está brincando comigo? É uma das suas pegadinhas?" - Ela me pergunta tão incrédula, mas com um sorriso no rosto.

"Claro que não, minha princesa. Beatriz Renê Monteiro, você quer se casar comigo e dividir meu sobrenome?"

Ela se desaba em lágrimas, enquanto vem para cima de mim e me enche de beijos. - "Sim, sim! Para sempre sim!"

A envolvo com meus braços, a abraçando forte, lhe dando um beijo apaixonado. 

"Vamos fazer isso hoje!" 

"Vamos! Precisamos dar um jeito de organizar tudo!" 

Seguro seu rosto em minhas mãos: "Deixa tudo comigo e se concentra em achar seu vestido."

Ela assente com a cabeça e então começamos com os preparativos. Vou atrás dos materiais para a festa, e contrato pessoas para decorar enquanto acerto com o pessoal da comida. Seríamos apenas nós, já que de alguma forma nossos amigos não existiam aqui. Vou a uma loja e escolho um terno azul escuro, com um certo brilho. Dou as instruções para o cocheiro, de onde Beatriz estaria e para levá-la ao lugar que ocorreria o casamento. Vou para lá e a espero no altar.
Tudo estava tão lindo, quase como do jeitinho que havíamos planejado. Na estrada tinha uma cascata de flores, formando uma cortina.

Coração E EspadaOnde histórias criam vida. Descubra agora