Capítulo 5

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O tempo

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— Vamos Ken! — Takeshi insiste, incentivando o garoto a continuar com o árduo treino, à medida que ele sobe por uma corda, usando a força dos próprios braços. Às vezes Ken acredita que o general se esquece do detalhe de ele ter apenas dez anos. 

— Só assiste ,seu velho! — o príncipe caçula do fogo reclama com o tom debochado, e como desafio, começa uma subida que não é fácil, mas o general tinha de admitir que o garoto está se saindo bem.

— Eu ouvi isso, moleque. — Takeshi avisa, mas Ken não pareceu abalar-se, uma vez que mesmo com os obstáculos, consegue chegar no topo do teto do dojo. — Muito bom. — sorrindo, o general reconhece. — Agora pule e mantenha-se de pé, sem fazer barulho.

— O que? — o príncipe exclama — Se quer me matar, use uma katana. — respira fundo e o suor respinga. — Porquê a taréfa que determinou é impossível, e é suicídio.

— Agora Ken! — Takeshi impõe-se — Se quer mesmo ir para Mobett, precisa superar seus limites.  — o general toca em sua motivação, e o príncipe entende o recado. 

Em busca de obter força e experiência o suficiente para realizar o único objetivo pelo qual tem algum desejo de alcançar, Ken confessou a Takeshi sobre seus planos. O general do fogo não concordou com a escolha de Ken, e considerou que partir para o topo gelado é uma decisão por demais precipitada vindo de uma criança, mas o príncipe lhe assegurou de que esta é sua única vontade, por assim dizer. 

Ken mostrou-se entusiasmado com a ideia de fazer parte do exército invisível criado pelos líderes elementares há muitas gerações; guerreiros que habitam nas sombras da escuridão e do anonimato… Apenas os melhores conseguem chegar, ou ao menos, é o que dizem sobre a guarda especial da aliança.

Takeshi por sua vez, aceitou o pedido de prepará-lo, mas tem esperanças de poder fazê-lo mudar de ideia com o passar do tempo… será que irá conseguir?  

— Certo… — o garoto respira fundo e salta nove metros em direção ao solo, aterrissando sobre as pontas dos dedos , sem desequilíbrio, sem barulho algum, sem medo.

— Pegue uma espada. — Takeshi não demonstra reação, e Ken cogitou perguntar-lhe se não teria um descanso, mas obedece, e ao fazê-lo, sem nenhum aviso o general avançou a seu encontro, empunhando outra espada, sem dar-lhe tempo para respirar. — Fique atento, garoto. Em um campo de batalha nem sempre haverá tempo para respirar. Não importa o quão cansado esteja, jamais baixe a guarda.

Entre arremetidas e bloqueios, chutes e golpes tão fortes quanto velozes, socos e alguns cortes, o tilintar das lâminas tornam-se a trilha sonora que embala uma nova lição para a vida do segundo príncipe do fogo…

E essa lição, Ken jamais irá esquecer.

~*~

Cinco anos depois...

— Está enferrujado, velhote!

— Seu moleque! — Takeshi resmunga, mas de fato sua coluna reclamou após ter sido acertado por uma cotovelada investida por Ken. — Ainda posso lhe dar uma boa lição! — o general pisa sobre a ponta da espada fazendo a lâmina saltar, para em seguida,  fechar o punho sobre o cabo no ar. Ken observou atentamente cada movimento, e de fato achou impressionante, mas não a ponto de repensar a possibilidade de um bom embate.

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