Capítulo 2

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Peleja

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O mar está calmo… momentâneamente; Acassios sabe.

Não é sua primeira e provavelmente não será sua última batalha; ao menos é isso que espera. 

Ao observar a lua da proa do Megalofós , tenta encontrar nas estrelas a cura para a saudade que sente de casa. Três semanas passaram , e mesmo cercado pela frota marítima de sua nação, sente falta de seu lar, e pensar em seu próximo destino traz um sentimento premonitório ao seu coração.

Vestido despojadamente em uma calça bege, botas no mesmo tom e sua costumeira túnica branca aberta , expondo o peitoral e braços bem trabalhados, permite que a brisa leve da noite acaricie seu rosto de expressões sempre serenas, mas a verdade é que algo inquieta por demais seu espírito. Não consegue desligar-se da tempestade que a guerra causa em seu interior.

Pensa em tudo que o fez decidir partir para Fênix, a capital da nação de fogo , comandada pelo imperador Raiden Yamazaki , seu grande amigo.

Olhando para o brilho intenso da lua ele recorda de uma linda mulher que deixou a três semanas atrás adormecida e nua em sua cama. Focando nessas lembranças, pode fantasiar com saudade e toda necessidade a maciez da pele, dos toques do cheiro único de sua Vasílissa… e então saúda a melancolia.

Uma estrela cadente corta o céu deixando para trás um rastro "resplandecente" ; e ele não conseguiu evitar sorrir ao concluir que nem mesmo as estrelas possuem o brilho dos olhos de sua pequena Lámpsi. – (Brilho)

Seu coração se aquece com a lembrança de sua pequenina luz, desejando poder vê-la novamente...

— Meu senhor. — Seu fiel general Leônidas  calmamente se aproxima —Tudo indica que  por volta das oito estaremos em combate. — avisa.

— Está bem. Obrigado Leônidas.

— Perdoe-me a intromissão , meu rei , mas… é certo que algo o incomoda. — não foi uma pergunta; Leônidas conhece bem seu amigo — Quer falar sobre isso?

— Ora vamos, pare com essas formalidades! — Acassios sorrir — Sabe que somos mais que um rei e seu general. Somos amigos, meu caro. E do que sofro a maioria da frota também sofre; saudade meu amigo… É saudade.

— Percebe-se. — Leônidas imediatamente deixa seu pensamento viajar até Helena, sua esposa, e seus filhos;  o caçula Stérios e sua primeira filha, Áquila. — É para ocasiões como essa que trouxe isto! — ergue uma caneca de barro para o rei. Seria estranho se fosse diante de toda uma côrte , mas sim , é uma caneca de ferro e o rei em nada se sente ofendido, visto que quando está com seus soldados, Acassios não ver-se maior ou menor que eles.  

O simples fato de saber que em um campo de batalha o sangue que corre em suas veias é o mesmo que muitos de seus soldados também derramam, faz dele tão humanamente perecível quanto qualquer outro homem.

— É da boa mesmo? — pergunta olhando para a bebida sendo despejada em sua caneca.

— Ora essa! E eu já lhe dei alguma coisa ruim? — o general questiona de forma descontraída.

— Prefiro não comentar.  — Acassios prova a bebida em uma só gole. O líquido desce queimando por sua garganta e seus olhos lacrimejam obrigando-o a uma careta — Essa é feroz! —  sopra o ar brevemente para livrar-se do ardor e estende a caneca para uma segunda dose. — É da boa.

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