Capítulo 14

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Josh Beauchamp pov

No outro dia, em sua casa, discutíamos sobre tudo que aconteceu. Sobre o assasinato de seu ex, o Krys ferido e sobre a vida que eu levara.

- Como você ficou sabendo o que eu faço? - a encarei

- Não importa... O que eu me pergunto, é como você pode viver dessa forma? Isso não está certo! - a garota dizia de um lado para o outro

- Não é certo para quem tem oportunidade. - respondi simples - Entenda, pirralha. A vida me levou a isso.

- Para de me chamar de pirralha. - Fez uma pausa - Pois saiba que essa sua "vida" fez eu matar uma pessoa.

- A qual tentou te sequestrar. Foi em sua legítima defesa, fica tranquila. - respondi monótono

- Não tem como eu ficar tranquila, Joshua. Estou me sentindo horrível, um monstro. - me olhou com um olhar triste - Como eu vou olhar para os meus pais agora? Sabendo que eu fui capaz de tirar a vida de alguém.

- Olhando? - ri, mas ela me fuzilou com os olhos - Já disse, foi em legítima defesa. Ou era a sua vida, ou era a dele.

- Como pode ser tão insensível?

- Anos de prática. - disse simples

- Por acaso você já matou muitas pessoas? - me perguntou com as sobrancelhas franzidas

- Nah, muitas não. Só o necessário.

- Necessário? O que é necessário para você?

- Heyoon, eu não sou um monstro, ok? E não vou te fazer mal algum.

- Como posso confiar em um criminoso?

- Essa é uma boa pergunta. - respirei fundo e me levantei do sofá - Não cobro confiança sua, na verdade eu nem te julgo. Por isso, eu vou me mudar.

- Se mudar? - disse indo até a mim e mudando o tom da voz - Não precisa disso.

Mas é claro que precisava. Morar na casa dos Jeong com eles sabendo sobre a vida que eu levara, era a mesma coisa de colocar a vida deles em risco. E eu não sou egoísta. Não poderia colocar as minhas necessidades acima da segurança de alguém.

Contudo a garota não parecia entender isso. Confesso que fiquei surpresa com a sua reação, pensei que de alguma maneira quando descobrisse a verdade, iria fazer de tudo para me por pra fora. Porém a realidade foi totalmente diferente.

- Eu peço para que você fique, por favor. Até pelo menos meus pais chegarem de viagem.

- Por que quer tanto que eu fique? - perguntei me aproximando desta

- Por-porque - gaguejou - Porque você é irritante!

- Não entendi. - ri - Já que eu sou irritante, eu não deveria ir embora?

- Eu não sei... - sorriu envergonhada - Eu também não sei porque quero que fique.

- Acho que sei o porquê.

Coloquei os seus cabelos para trás da orelha e passei meu polegar pelos seus lábios e pude perceber a maneira como se arrepiou. Seus olhos penetravam os meus e então eu sorri, consegui notar um olhar de desejo.

Me aproximei vagarosamente, dando espaço para ela se afastar caso não quisesse, mas não foi isso que ela fez, o que me deixou alegre. Encostei os meus lábios nos seus e pude sentir, finalmente, o sabor de sua boca, coloquei minha mão em seu pescoço e acariciei. Tive uma sensação estranha que não sei explicar bem o que foi, só sei que eu nunca tinha sentido isso. Mas meus batimentos cardíacos aceleraram-se. Entretanto, tudo mudou quando eu levei um tapa no rosto. A olhei estranhando a situação e ela levou a mão na boca assustada.

O Inquilino - Heyosh (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora