Capítulo 18

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Acordei e percebi que estava em um local totalmente diferente. Minha vista estava meio embaçada, mas eu consegui perceber que onde eu estava era feito de madeira. Entretanto o ambiente era escuro e fedia. Eu estava  com um pano na boca, sentada na cadeira, amarrada em várias cordas. Comecei a me bater tentando sair daquele lugar. "Ai não, não, não, não é o que estou pensando" pensei.

De repente, uma porta se abriu e uma luz entrou no ambiente, uma pessoa com uma máscara no rosto, trazia um prato com comida e jogou no chão, próximo ao meu pé.

- Coma, para não morrer de fome.

Mas ele era burro, sonso ou o quê? Como eu iria comer se havia um pano na minha boca? Com o umbigo? Porém não foi muito tempo para que ele notasse, e tirasse aquele pano.

- SOCORROOOO!! - comecei a gritar imediatamente e o moço começou a rir da minha cara, não sei o que havia de engraçado naquela cena, eu estava apavorada

- Ninguém vai te ouvir daqui, garotinha. Então, pode gritar a vontade.

- Se gritar não adianta nada, para que diacho vocês colocaram um pano na minha boca? - ele arregalou os olhos e colocou o pano novamente

Respirei fundo e comecei a analisar melhor onde eu estava. Então o moço retirou o pano novamente e eu o encarei.

- Você é bipolar ou o quê?

- Come logo, caramba. Se não meu chefe me mata. - colocou a mão na cintura, demonstrando ter uma arma ali e meu corpo se arrepiou, mas não de uma forma positiva

- Então você trabalha para alguém?

- Eu e minha boca grande... - deu um tapa no próprio rosto e eu segurei meu riso

- Quem são vocês? E o que querem comigo?

- Boa tarde, Bela Adormecida. - um outro homem surgiu, da mesma porta que o primeiro havia entrado

Aproximou-se de mim e passou a mão no meu rosto, estava sem máscara, mas mesmo assim, eu não conseguia o reconhecer.

Mais dois homens entraram e eu comecei a sentir mais medo ainda, medo do que poderiam fazer comigo, do que queriam fazer.

- O que querem comigo? Pelo amor, me deixem ir embora, não tem razão para me manter aqui.

- Muito pelo contrário, ex-cunhada.

Então foi ali, naquele exato momento, que eu reconheci o irmão do Richard. Logo previ a merda que havia acontecido, provavelmente ele tinha descoberto que... eu havia assassinado o irmão dele.

Eu tentava seguir em frente, mas sempre que eu me lembrava do acontecido, eu me sentia mal, muito mal mesmo. E agora eu estava pagando pelo meu pecado. Que ódio, que droga.

- O que você quer, Ralph? - eu respirava estressada, se não estivesse amarrada com certeza já teria enfiado a mão na cara dele

- Por que não me chama de anônimo? Foi tão legal as nossas conversas.

- Espera, então... o anônimo era você?

- Acreditou mesmo que era o Joshua? Coitada. - revirou os olhos rindo - Ele não liga para você, muito pelo contrário, tem seguido a vida muito bem, sabia?

- Tá, e para quê você quer me sequestrando mesmo? - fingi não me importar com o que ele havia falado anteriormente

Começou a andar de um lado para o outro, então teve a excelente ideia de colocar o pano novamente na minha boca (que pelo amor, isso já estava virando palhaçada), e pegou o celular. Percebi que estava ligando para alguém e no instante seguinte ouvi o "alô" de Josh. Meu coração acelerou e meus olhos lacrimejaram por um instante, eu sentia...saudades.

Ralph virou o celular para mim e então eu pude ver o loirinho que tomou um susto quando me viu. Era uma chamada de vídeo e aquilo me causou um aperto tão grande.

Josh desligou o telefonema e Ralph sorria, olhando para mim, parecia se divertir com tudo que estava acontecendo. Como se estivesse acontecendo o que ele havia planejado.

- Você viu como ele ficou desesperado? Eu achei fofo. - ironizou a situação - Mais tarde eu volto, e vê se come direito, não quero ninguém passando fome.

"Olha como ele se importa, gente." satirizei nos pensamentos.

Só ficou um homem, o primeiro que havia chegado. Ele ficou parado na porta, provavelmente para se certificar de que eu não iria fugir? Ainda mais naquelas condições? A não ser que...

Josh Beauchamp pov's

- Joshh, ligação para você, número desconhecido. - Krys me entregou o celular e eu atendi aquela chamada, achando que seria apenas uma cobrança da minha operadora, mas bem... eu estava enganado, completamente enganado

Um cara que eu não faço a mínima ideia de quem seja, estava do outro lado da linha. Ele não me disse nada, apenas virou a câmera e então a Heyoon apareceu, com um rosto machucado, estava com um lenço, não sei, na boca e cheia de cordas amarradas pelo seu corpo, prendendo-a em uma cadeira.

Puta que pariu, Heyoon havia sido sequestrada.

Desliguei o telefonema e fechei a minha mão com raiva, senti o meu sangue fever e então me levantei. Krys me olhou assustado perguntando o que havia acontecido.

- A Heyoon foi sequestrada. Temos que acabar com aquele vagabundo. - fui abrindo a porta mas o garoto me puxou pela jaqueta

- Aquieta o rabo, Joshua. Cê nem conhece o cara, não conhece as estratégias que ele costuma usar, nem sabe onde eles estão. Por acaso tá achando que é adivinha?

Ele tinha razão, se esse cara estivesse planejando justamente isso, eu já teria me ferrado. Voltei a me sentar na cadeira e a pensar no que eu deveria fazer.

- Krys, descubra o endereço do cara que me ligou, por favor.

- Para já. - respondeu pegando o celular da minha mão

- Vou chamar o May.

Assim que conseguimos reunir todos os rapazes, fomos capazes de descobrir onde a Heyoon se encontrava, o que não é uma surpresa já que todos nós somos qualificados.

Descobrimos também quem era o rapaz que havia ligado: Ralph, irmão do Cobra. Ele conseguia ser ainda pior que o irmão, entretanto tinha dado uma "pausa" da vida do crime porque havia se casado e tido um filho, mas agora voltou para vingar a morte do irmão.

E mais uma vez, o mesmo plano idiota do Cobra: pegar a Heyoon para me atingir. Não faço ideia do porquê deles acharem que isso é genial, isso é manjado e chato.

Bom, descobrimos muitas coisas do passado dele, constatamos um dos nossos homens da polícia e nos deram toda a ficha criminal. Ele já havia sequestrado muitas pessoas, estava ligado a tráfico de drogas, mas o que me chamou a atenção é que ele nunca, nunca assassinou alguém, ou pelo menos nunca foi pego. Então, não sabia dizer se ele pretendia matar ou não a Heyoon.

Depois de todo esse trabalho e mais um pouco, resolvemos que o Krys, o May juntamente com outro comparça, iria buscar a Heyoon. Eu ficaria na nossa Sede, provavelmente o tal do Ralph espera que eu a busque, então nada melhor do que fazer o que ele não espera.

É uma ideia realmente boa, na teoria, porque na execução foi extremamente difícil. Tudo que eu queria era pegar a minha moto, ou um dos carros, tanto faz, e resgatar ela.

Foi quando recebi a ligação dos seus pais, perguntando se eu sabia algo do paradeiro, já que havia passado muito da hora dela voltar e nada.

Já era noite, e ela deveria voltar mais ou menos as 12 horas.

Menti, disse que não sabia de nada. Consegui ouvir a voz de desespero da mãe e eu respirei fundo, eu não poderia falar nada, nem que ia ficar tudo bem, porque nem isso eu sabia.

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Oioi gentee, sei que demorei um pouco para postar, mas eu estava em época de avaliações então eu estava estudando e focada nisso. Entretanto, eu escrevi algumas coisinhas, portanto alguns capítulos já estão prontos. Estarei postando aos poucos, pois estou revisando, tudo bem?

Se cuidem, e bebam água 🦋

O Inquilino - Heyosh (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora