Capítulo 20

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Josh Beauchamp pov's

Quando eu acordei e vi que a Heyoon e eu havíamos dormido juntos e que estávamos de conchinha, me surpreendi. Por um momento pensei que era delírio da minha cabeça, mas não, era verdade.

Quando a Heyoon foi sequestrada, eu me senti um maluco, queria imediatamente ir atrás dela, porque eu sentia que deveria protegê-la, mas eu falhei. Contudo, agora que eu tinha ela nos meus braços, no sentido literal, tudo fazia sentido.

Fiquei olhando para a garota que dormia feito um anjo. Como alguém podia ser tão lindo até dormindo? Não sei como, mas ela conseguia tal façanha.

Ela acordou, com um pouco de preguiça, quando percebeu o que havia acontecido se levantou rapidamente.

- NÃO ME OLHA! - gritou desesperada como se a pior coisa do mundo tivesse acontecido

- Por que não?

- Não quero que me veja, porque a minha aparência assim que acordo é uma das piores coisas que poderá ver em toda sua vida.

- Deixe de drama. Sem contar que eu já morei com você, e isso é mentira. Você é linda de todas as formas. - eu falei isso tão natural, que só vim perceber que havia a elogiado depois de um tempo

Ela se virou para mim e tirou a mão que cobria o rosto, sorriu envergonhada. E deitou novamente.

- É sério que ficarei aqui por muito tempo? E os meus pais? Eles vão ficar preocupados. - comentou enquanto olhava para o teto

- É só até a poeira abaixar, logo logo passa. - respirei fundo

- Tem certeza? Por acaso você acha que ele vai desistir de vingar a morte do irmão tão fácil assim?

Ok. Ela tinha um ponto, provavelmente ele não desistiria tão facil, nem tão rápido. Comecei a pensar em alguma coisa, o que eu poderia fazer?

Olhei para a garota ao meu lado que me olhava também.

- Já disse que você fica muito lindo concentrado? - sorriu satisfeita

- Só concentrado? - provoquei e ela riu

- Bobo.

Depois de algums minutos em silêncio, uma ideia surgiu em minha mente. Nós deveríamos viajar! E quando eu digo "nós" não me refiro apenas a ela e eu, mas também a seus pais e a sua irmã, pois com toda certeza, caso Ralph não encontrasse a gente, iria atrás da familia da Heyoon, e não queríamos isso obviamente.

- Eu tive uma ideia, mas antes de te contar, precisamos passar na sua casa, aí você diz a seus pais que está bem e que vai para a casa daquela sua amiga lá.

- Eu não posso usar a Sina novamente, Josh. Sem contar que meus pais jamais deixariam eu ir para a casa dela depois de sumir assim dessa forma, e se eles souberem que fui sequestrada, vão dar queixa na polícia.

- E a polícia não resolve nada. - bufei - Mas você precisa de roupas limpas e de um banho...

- Será que nessa pousada não deve haver lavanderia? Ou você passa na casa da Sina, conta o que aconteceu e pede roupas emprestadas. - sugeriu

- Às vezes você me surpreende. - ri - Tudo bem, eu vou passar na casa da Sina, contar que você está bem e volto, tá legal? - assentiu - Consegue ficar sozinha por um tempo? Sem arrumar encrenca?

- Não é por nada, mas foi você que me envolveu nisso tudo. - deu de ombros

Dei um beijo em sua testa e um abraço, peguei meu celular que estava em cima de uma mesa branca que havia por ali e coloquei no bolso. Além disso, vesti novamente a minha jaqueta preta e saí daquele ambiente.

Não me sentia muito bem em deixar a garota ali sozinha, mas antes de sair me certifiquei de que não havia ninguém suspeito. Claro que eu não iria sair assim, pedi para que May e Jonas, um dos nossos homens, para que ficassem por perto, dessa forma eles poderiam ajudar se algo acontecesse.

Peguei a minha moto e parti para a casa da tal da Sina.

Assim que cheguei, a garota abriu a porta rapidamente. Pude perceber um certo desespero em seus olhos, logo imaginei que estivesse dessa forma por causa da Heyoon, afinal ela não tinha nenhuma notícias da garota.

Ela me deixou entrar e então me serviu água gelada em um copo de vidro. A água de salsicha mirim, a Joalin, também apareceu nervosa.

Não me deram uma boa noite, nem nada, já foram perguntando se eu tinha notícias da amiga querida.

- Uma boa noite para vocês também. - respirei fundo

- Deixe de graça, garoto. Só deixei você entrar porque pensei que você deveria ter notícias da Yoon. Você tem?

- Sim, eu tenho. - respondi depois de alguns segundos em silêncio e as garotas comemoraram

- Vou ligar rapidamente para os pais dela, você não tem noção do quanto eles estão preocupados.

- Ei, ei, ei, calma lá. Tem uma coisa que eu não contei. - respirei fundo

- Desembucha logo, onde ela está? - Joalin indagou enquanto tremia as mãos

- Bem, ela está... no motel.

- Pera, o quê? No MOTEL? - disseram em uníssono e eu me segurei para não rir

- Sim. - menti - Ficamos juntos lá desde ontem, saímos um pouco hoje para espairecer, mas já voltamos. Inclusive, Sina, vim pegar umas roupas suas emprestadas, sabe como é, né?

- Eu me recuso a acreditar nisso! A Heyoon jamais faria isso, eu conheço a minha amiga!!

- Será mesmo? - revirei os olhos - Para de enrolar e me dá logo as roupas, estou com pressa.

- Mas a mãe dela disse que ligou para você e você disse que não tinha notícias dela! - Miserável, não sei quem é pior, a Sina ou a cópia mirim dela.

- Sim, tem razão. Eu menti para ela, imagina o quão constrangedor seria contar que a filhinha queridinha estava no motel comigo? Ia pegar mal. Agora chega, e me deem as roupas que a garota neste exato momento quer comer e as roupas estão sujas, além de precisar de um banho.

- Egoísta, passa a noite toda comendo e sendo comida e ainda quer as roupas da minha irmã para comer mais. - Joalin bufou e foi para o quarto

Sina subiu as escadas para pegar as roupas enquanto bufava, não demorou muito para que voltasse e me entregasse.

- Aqui está, mas quando chegar lá, pede para ela me ligar, por favor?

- Tudo bem. - assenti sem nem contestar

Como mentiroso, sou um belo de um mafioso.

Não sei como as meninas acreditaram que a Heyoon sumiria, sem dar notícia alguma, por estar em um motel com um cara como eu. Só sei que funcionou.

Agora era pensar no que dizer para seus pais, e como pedir para viajar com eles depois desses dias cabulosos.

Eles vão me matar.

E não só a mim, mas a Heyoon também.

Assim que chego na pousada, percebo uma moto um tanto quanto estranha em frente ao estabelecimento. "Que não seja o Cobra ou um de seus capangas" penso.

Desço rapidamente da minha e entro na pousada ligeiramente.

Encontro a recepcionista deitada no chão, ensanguentada. Dou um passo para trás revirando os olhos e rangendo os dentes enquanto corro em direção a escada. Provavelmente a Heyoon estava em perigo.

Pego a minha arma que estava no meu bolso e engatilho, não sabia o que poderia encontrar.

Sem pensar muito, chuto a porta do quarto e encontro a Heyoon chorando em cima da cama. Havia sangue em seu corpo, arranhões e partes roxas. Além disso, a janela estava com o vidro quebrado, andei até lá e quando olhei para baixo, havia um corpo no chão, estraçalhado.

Puta que pariu.

O Inquilino - Heyosh (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora