Ângela - 2

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Ângela suspirou.

Finalmente tinha achado a sala de monitoramento do edifício, mesmo com a planta em mãos foi um pouco trabalhoso com tanta movimentação e barulho desconcentrando-a. Geralmente sempre preferiu a paz e o silêncio, mas pela segurança de Emylie poderia abrir mão disso mais um pouco.

Conhecia Emylie desde o fundamental, ela sempre foi uma garota vivida, energética, o que na maioria das vezes sempre foi o oposto dela. Emylie era o oposto dela em basicamente tudo, em relação aos status social, convivência familiar, personalidade e gostos.

Quando Ângela ficou órfã, perdeu os poucos amigos que tinham na escola, mas Emylie começou a apoia-la e se aproximar cada vez mais dela quando viu como os antigos amigos as deixaram sozinha nesse momento frágil e desde então uma protegia a outra. E é isso que iria fazer nesse momento.

Não foi difícil enganar os dois guardas da sala de monitoramento. Era fácil, tinha colocado algo especial na comida dos dois no breve intervalo que tinham de tarde, com o tempo acabou retardando um pouco os efeitos, mas ela esperava por isso. Sempre era tudo calculado. Quando os dois guardam desistiram da luta interna e foram para o banheiro, ela aproveitou e começou a desativar as câmeras.

Logo em seguida encontrou Emylie com uma taça nas mãos olhando firmemente para o outro lado do salão. Não precisava olhar para direção para saber para quem ela estava olhando.

— Deu tudo certo. Agora vamos para a parte dois do nosso plano — Disse ela, olhando para a amiga que estava com a cara fechada. — Pronta?

— Sempre estive.

— Se você quiser desistir, eu entendo — Analisou o rosto da amiga — Sabe Ângela, fiquei sonhando com esse momento durante dias — Fazendo movimentos circulares na taça. — Foi tempo o suficiente para saber que estou mais do que pronta.

— Ótimo.

Após um momento entreguei um pequeno papel para um dos vários mordomos que circulavam o salão, falando para que entregasse o papel dobrado para "o moço de terno cinza de listrado" e que o encontraria facilmente no outro lado do salão.

Novamente foi fácil, homens sempre consideravam mulheres ingênuas, possivelmente achava que iria ser algum bilhete de flerte. Isso sempre facilitava o trabalho.

— Vá primeiro, aparecerei no terraço após 20 minutos para não criar tanto movimento naquela direção.

— Certo — Disse Emylie, humedecendo os lábios que estavam secos pela ansiedade. — Que a caçada comece.

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