Capítulo 3

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— P-provar a teoria? — Harry gaguejou.

Ele não gostou nada daquilo. 'Provar' implicava que algum tipo de ação teria que ser tomada, e ele não tinha certeza se estava pronto para algo assim com alguém como Draco Malfoy. Ele não tinha certeza se  algum dia  estaria pronto.

— Sim, Potter — Malfoy respondeu com um longo suspiro de sofrimento. Ele parou por um momento para pegar um pedacinho de torta de melaço com o garfo. — Caso contrário, como saberemos com certeza?

O cheiro de torta de melaço definitivamente não estava fazendo nada para acalmar os nervos de Harry. Ele se lembrou de seus anos em Hogwarts, quando ele havia passado muitas refeições noturnas enfiando furiosamente o garfo em sua fatia da mesma sobremesa, normalmente enquanto olhava para Malfoy do outro lado das mesas do Salão Principal.

— Você não acha que já deveríamos saber? — Harry perguntou a ele, mais para distrair Malfoy e ganhar tempo do que para descobrir sua opinião.

Malfoy balançou a cabeça lentamente.

— Aparentemente não sabemos. — Ele pegou outro pequeno pedaço de torta.

— O que teríamos que fazer, exatamente? — Harry perguntou, antes que ele pudesse se conter. 

Ele tentou se lembrar de quantos copos de cerveja amanteigada havia bebido antes de Malfoy chegar, apenas no caso de ele realmente estar muito embriagado para pensar racionalmente, mas parecia ter perdido temporariamente a capacidade de contar, junto com a capacidade de considerar as possíveis consequências antes ele falou.

— Eu acho que um beijo deve bastar —Malfoy respondeu. Seu tom de voz soou quase casual, mas Harry percebeu que ele estava o olhando fixamente com o que parecia ser uma pitada de incerteza, como se esperasse por uma reação.

Tentando o seu melhor para resistir ao impulso de ofegar, ou fugir, ou balançar a cabeça, Harry olhou para Malfoy, se perguntando mais uma vez como ele havia se metido em uma situação como essa em primeiro lugar.

Ele sentiu uma gota de suor escorrer lentamente pela nuca. Quando ele era adolescente, levou anos para criar coragem para beijar alguém pela primeira vez. Ele havia presumido que a sensação inicial de estranheza associada ao flerte e amassos havia gradualmente desaparecido com a idade e a experiência, mas agora, de repente, ele se sentia como um adolescente inexperiente de novo, completamente fora de si.

O fato de um bruxo, em vez de uma bruxa, estar pedindo um beijo não era exatamente a causa da ansiedade de Harry. Ele pensou novamente em alguns de seus ex-colegas homens e se perguntou o que ele teria feito se um deles tivesse se aproximado de sua mesa no Três Vassouras ao invés de Malfoy e sugerido um beijo experimental após alguns drinques. Ele poderia ter deixado que eles o persuadissem a concordar, se tivessem soado convincentes o suficiente, ou se ele estivesse entediado após um longo dia de trabalho e tivesse certeza de que não havia alunos de Hogwarts por perto.

O problema é que era Draco Malfoy, o bruxo que ele odiava apaixonadamente, com quem mal falava há anos e de muitas maneiras ainda desconfiava, e que queria beijá-lo.

Os dois continuaram sentados em um silêncio desconfortável, enquanto Harry tentava e não conseguia entender seus pensamentos e Malfoy cutucava o garfo desajeitadamente nos restos de sua torta de melaço.

Proving A Theory (Tradução PT/BR) Onde histórias criam vida. Descubra agora