Capítulo 8 - 10 de junho de 2015

739 70 62
                                    

10 de junho de 2015

Eu deslizei o pincel por mais uma camada de tinta na paleta de cores e passei logo em seguida na tela. Os detalhes estavam tomando forma e eu contornava pacientemente o pincel fino nos traços da pintura ainda não acabada, mas já bela à minha frente.

Eu escutei algumas batidas na porta e apenas murmurei "entra", enquanto ainda observava atenciosamente a tela a minha frente.

Olá... — Eu escutei a voz da Cheryl adentrar no quarto e imediatamente me virei tentando, desajeitadamente, com meu corpo, esconder a pintura de seus olhos. Eu pensei que ela tivesse ido à cidade, mas pelo visto eu estava errada.

―Oi... o quê você está fazendo por aqui? Pensei que fosse a cidade comprar algumas coisas para o hotel. – Eu falei sem jeito.

—Eu ia, mas a Ally disse que também estava precisando ir à cidade e disse que poderia comprar as coisas para mim. – Ela explicou calma.

―Hum... entendi... – Eu disse coçando rapidamente minha nuca.

—Você está estranha... o que está pintando dessa vez? – Ela perguntou com um olhar curioso e eu praticamente congelei.

―Ah nada... não é nada... – Eu tentava dissimular, mas ela apenas arqueou uma das sobrancelhas cruzando seus braços.

—Eu já te disse que você é uma péssima atriz... Me deixa ver, por favorzinho. – Ela pediu fazendo um bico.

―Não está nem terminada ainda, Cheryl. – Eu tentei negar e ela bufou.

—Ok, tudo bem, não vou insistir. – Ela falou levantando as mãos em rendimento, antes de virar os calcanhares e caminhar de volta para a porta.

―Ótimo. – Eu disse aliviada.

—Bom, de qualquer forma, eu vim aqui te fazer um convite. – Ela comentou já na porta do quarto.

―Qual convite? – Eu perguntei interessante.

—Eu, Ally, Troy, Betty e Rosário vamos a um bar que costumamos frequentar por aqui essa noite... Você sabe... comer, tomar alguma coisa, dançar um pouco... Estou convidando os outros hóspedes para se juntarem a nós e conhecer o local, você deveria ir também. – Ela explicou calma e eu assenti.

―Parece bom por mim. – Eu disse dando de ombros.

Bueno, nós vamos lá para umas 18hrs, nos encontre no hall do hotel. – Ela informou com um leve sorriso.

―Sim, senhorita. – Eu afirmei sorrido de volta e eu a encarei me observando com um olhar estranho. – O que foi? – Eu perguntei franzindo a testa.

Mas antes que ela respondesse e que eu tivesse tempo de reagir, ela conseguiu correr de volta para dentro do quarto, como uma verdadeira lebre, me deixando para trás com cara de boba.

Eu deveria saber que ela não tinha desistido tão fácil assim de ver o que eu estava pintando e agora, lá estava eu, sem saber onde enfiava a cara, enquanto ela analisava a pintura. Você é realmente irritante certas horas Blossom.

—Sou eu? – Ela perguntou alternando seu olhar entre mim e a pintura.

―Bem... é... quer dizer... é sim, mas você sabe... eu... – Eu estava completamente sem jeito, sem saber qual seria sua reação ao saber que eu estava pintando um quadro com ela como figura principal. Ela poderia adorar ou poderia odiar e me achar uma psicopata... – Cheryl, olha, eu só achei que iria combinar com a paisagem e bem, você é linda... – Eu tentava explicar, enquanto ela continuava vendo o quadro.

Me Ojos MarrónOnde histórias criam vida. Descubra agora