Capítulo 9 - 15 de junho de 2015

720 67 22
                                    

15 de junho de 2015

Eu não tinha sido expulsa do hotel desde o dia em que havia beijado a Cheryl e desde então também não tínhamos trocado mais nenhum beijo. Nós trocávamos alguns olhares e sorrisos cumplices, mas sempre havia alguém para nos interromper, até porque, acho que não era uma boa ideia as pessoas do hotel ficarem sabendo o que havia acontecido entre nós, pelo menos não por enquanto...

Rosário havia saído com Troy para comprar algumas coisas no centro e eu me senti aliviada por ficar livre das suas garras por algumas horas, Betty estava cuidando do hotel junto com a avó de Cheryl e Ally estava dando uma aula de jardinagem para os hóspedes interessados. Eu estava sentada em frente à praia observando o mar calmo.

―Disposta para mais um passeio turístico com a melhor guia de la isla ou vai preferir ficar aqui sozinha? – Cheryl perguntou se aproximando de mim.

—Acho que prefiro ficar por aqui sozinha. – Eu falei dando de ombros e ela me olhou boquiaberta.

―Ok, bella... Pode ficar aqui com os mosquitos. – Ela disse empinando o nariz e eu soltei uma risada, antes de me levantar.

—Para onde vamos dessa vez? – Eu perguntei interessada.

―Pensei que não quisesse ir. – Ela falou num tom birrento.

—Você sabe que eu aceito ir a qualquer lugar com você. – Eu comentei simples e ela sorriu desarmando sua cara emburrada.

―Não vou falar para onde vamos, mas você vai gostar. – Ela disse animada.

—Vai me levar para o seu quarto? – Eu brinquei arqueando a sobrancelha e ela me olhou incrédula.

―Ok, Topaz, já vi que é só te dar um pouquinho de liberdade que você já quer abusar. Controle-se, senão eu cancelo sua estadia. – Ela disse decidida e eu soltei uma risada levantando as mãos em rendimento.

Eu passei no meu quarto para colocar um biquíni, já que segundo a Cheryl eu iria precisar e logo depois a encontrei em frente ao hotel. Ela tinha uma mochila nas costas e eu estranhei um pouco aquilo, mas nem perguntei nada porque sabia que ela não iria me falar nada. Nós começamos a caminhar, mas dessa vez, estávamos indo em uma direção diferente, por onde eu ainda não havia andado.

Ela entrou em uma pequena trilha no meio de uma mata, que havia por ali perto, e a cada passo que dávamos as árvores e folhas ficavam cada vez mais densas.

—Não vai me dizer mesmo para onde estamos indo? – Eu perguntei curiosa depois de mais de meia hora caminhando na trilha.

No. – Ela disse simples, antes de quase escorregar em uma pedra que havia no caminho.

—Cuidado. – Eu a alertei segurando em sua mão e ela sorriu levemente.

―Tudo bem, eu sempre acabo caindo igual a uma banana quando ando aqui. – Ela comentou soltando uma risada.

—Já podia esperar isso vindo de você. –Eu brinquei rindo também.

―A culpa não é minha se fui nascer com déficit de equilíbrio. – Ela tentou se defender.

—Déficit de equilíbrio? – Eu perguntei arqueando a sobrancelha.

―É um jeito chique de falar "desastrada". – Ela explicou e eu ri. – Já estamos chegando. – Ela falou me puxando mais pela mão por entre as árvores.

Eu escutava um barulho de água e meus olhos se arregalaram ao ver uma cachoeira de águas cristalinas à nossa frente. O lugar era lindo.

―O que achou? – Ela perguntou me encarando.

Me Ojos MarrónOnde histórias criam vida. Descubra agora