41. Única chance

397 32 1
                                    

Quando comecei a despertar eu percebi que estava em movimento e me lembrava muito vagamente de um carro prata.

A minha visão estava escura, senti um pano na minha boca e meus pulsos estavam amarrados.

O bandido não é burro, vai saber pra onde esse desgraçado estava me levando e a mando de quem. Será que o Humberto faria isso comigo?

Ouvi uma voz feminina dizer:

- Ela está acordando.

Ouvi uma risada debochada e uma voz masculina disse:

- Apaga a princesinha de novo ou é seguro deixar ela acordar?
- É seguro desde que não tiremos a venda e a mordaça.

Tudo ficou quieto pelo que pareceram horas, mas provavelmente foram só alguns minutos, quando a mulher falou:

- Merda, tá acabando.
- Fica tranquila, a gente dá um jeito nisso em breve.

Ficaram quietos por mais três séculos e, do nada, o carro parou.

Provavelmente tínhamos chegado no lugar onde iriam me deixar pra morrer.

Abriram a porta do carro e eu virei a cabeça para o local do barulho, mas alguém me puxou para fora e disse:

- Fica quieta pelo seu bem, entendeu?

Fiz que sim com a cabeça, então ele falou:

- Espero que você saiba ficar encolhida.

Ele abriu alguma parte do carro e a mulher disse:

- Esquece, aí não vai dar.
- Então a gente faz o que?
- Dá pra colocar aqui.
- Aí cabe?
- Se ela souber ficar quieta e encolhida vai dar certinho.

Ouvi outro barulho no carro, então o cara disse:

- Você ouviu a minha parceira, não ouviu? Deita aí e fica na tua se quiser continuar viva, sacou?

Fiz que sim com a cabeça e entrei no que parecia ser o vão entre o banco de trás e o da frente.

O carro voltou a andar e depois de um tempo parou de novo. Ouvi uma terceira voz perguntar:

- Enche quanto?
- Trezentos - o homem falou.

Provavelmente estavam em um posto de gasolina:

- Precisa de chave pra abrir a tampa.
- Aqui - a mulher falou.

Ouvi o barulho da chave sendo tirada da ignição e das portas destravando.

Se me levarem para sei lá onde muito provavelmente vão me estuprar e depois me matar.

Se eu tentar fugir provavelmente vão me matar, de qualquer jeito eu vou morrer, então foda-se.

Quando ia tentar me levantar ouvi um barulho no carro e o cara do posto disse:

- Tá sem água, se tentar andar mais um pouco o motor vai dar pau.
- Pode colocar - a mulher falou.
- Puta que pariu, bem agora isso?

Antes que eu pudesse ouvir o final da conversa eu me sentei vagarosamente e com a ponta dos dedos abri a porta e saí correndo.

Eu iria correr até onde desse, sabia que provavelmente eu iria me ferrar, mas dane-se, eu não tinha nada a perder.

No meio do caminho eu trombei em uma pessoa e derrubei alguma coisa no chão.

Antes que pudesse tomar qualquer atitude eu senti alguém me puxando pelos pulsos e um negócio gelado foi encostado na minha cabeça.

Tentei gritar e não sei se algum som minimamente audível saiu, o fato é que eu fui posta de novo no banco do carro e a mulher disse:

- Põe a princesinha de Bauru pra dormir, lá a gente vê o que ele quer fazer com ela.

Me deram mais uma porrada na cabeça e eu caí em sono profundo com o carro já em movimento.
________________

Pessoal, estou com um problema de saúde chamado periodontite e não estou conseguindo atendimento no hospital público, então peço encarecidamente que orem por mim e vou deixar a minha chave PIX caso alguém queira me ajudar a comprar medicação para tentar cessar a minha dor:

43394861836

43394861836

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Indomável - Livro 13 (Série Família Cavallero) [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora