VI - ALERTA VERMELHO

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Ela está morta! Morta!

Eu desci as escadas correndo, sem entender que gritaria era aquela que acontecia na sala e sem saber quem estava morta. Essa palavra me causou pânico. Encontrei Leonor jogada no chão, rolando no que parecia ser uma poça de lágrimas, enquanto Liza estava abraçada a Thomas, chorando silenciosamente, olhando com compaixão para Leonor.

Ela está morta! – Leonor continuava a gritar tomada pelo desespero.

Quem estava morta? Sem conseguir pensar direito, vasculhei a sala com o olhar em busca da pessoa que faltava. Levei as mãos à boca quando notei a ausência de Isabela. Isabela! Um tremor se espalhou pelo meu corpo. Não podia ser verdade... Senti que eu tinha voltado a sonhar após séculos, mas logo de cara estava sendo um pesadelo. Belisquei minha pele. Era real. Aproximei-me de Leonor e me agachei junto ao seu corpo, puxando-a para um abraço. Primeiro ela recusou, mas quando comecei a chorar nos entregamos em um abraço solidário recheado de tristeza.

— Ela está morta, Cecília. Minha menininha... Morta! Como ela pode estar morta? Ela não pode! Não! – berrou.

Olhei para Liza, que virara o rosto para o outro lado. Thomas permanecia sério e frio, como se não sentisse nada ou não quisesse demonstrar o que sentia. Apenas um figurante em todas as cenas. Ignorando-o, eu tentava entender como uma vampira de 422 anos morreu repentinamente. Os caçadores estavam envolvidos nessa história?

— O que aconteceu, Leonor? Eu não estou entendo.

— Foram aqueles malditos! Aquele maldito! Eu o odeio com todas as minhas forças! Ele não poderia ter feito isso com ela! Desgraçado!

Leonor chorava e gritava cada vez mais alto, a sua dor era palpável. Com a longa idade aprendi que a dor é para todos independente de você ser ou não um vampiro. Perder uma filha, então, não queria nem imaginar o que Leonor estava sentindo.

— Quem são esses malditos? – perguntei.

— Cansei de fugir! Vou matá-los!

Após dizer isso, Leonor levantou-se e saiu correndo porta afora. Liza ia atrás dela, mas Thomas impediu e disse que iria acalmá-la. Nós iríamos ficar ali e fazer companhia uma para a outra ou se proteger, se necessário. Eu ainda não conseguia processar a morte de Isabela, que era como uma irmã mais velha para mim, embora nem sempre nos déssemos bem. De qualquer forma, eu não desejava a sua morte.

— Liza, o que aconteceu? Foram os caçadores? Por favor, me conte a verdade pelo menos uma vez na vida! – choraminguei.

— Eu vou te contar o que eu sei, já que acho inútil continuar mantendo o sigilo, ainda mais depois da morte da Isabela. O segredo perdeu o sentido a partir do momento em que não te protege mais. Mas saiba que quem te deve explicações é Leonor, porque foi ela quem sempre achou melhor que você não soubesse de tudo.

— Fala logo! Eu não aguento mais! – senti-me aflita.

— Sobre a morte de Isabela... Sim, o alerta vermelho disparou. Leonor, Isabela e Thomas foram cercados por caçadores de vampiro durante uma caçada na madrugada. Houve um confronto e Isabela foi morta. Mas na verdade, isso fazia parte dos planos de outros vampiros que querem se vingar da Leonor. Esses mesmos vampiros estavam lá, se passando por caçadores, e um deles foi até quem terminou de matar Isabela, degolando a sua cabeça.

Ah, sim. A morte completa de um vampiro. Não bastava apenas a estaca de madeira no coração. Ela nos matava, mas se fosse retirada poderíamos voltar a viver. No entanto, quando degolava a cabeça, desconectando-a do corpo, como em uma relação entre carne e espírito, aí sim a morte se completava.

[EM REVISÃO] - Uma História Sombria de Amor (Trilogia Entre Vampiros - LIVRO I)Onde histórias criam vida. Descubra agora