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Heyoon

Abrir meus olhos e perceber que eu não estava naquele galpão era ótimo, mas abrir meus olhos e ver e ouvir Josh falando aquelas palavras para mim era melhor ainda.

- Prometo. - Ele entrelaça sua mão na minha. - Seremos apenas nós dois.

Depois de muitos dias de tortura e dor, tanto psicológica quanto física, esse estava sendo um dos melhores momentos para mim, mesmo estando nesta cama de hospital.

-

Três dias se passaram, meu terceiro dia de recuperação, ainda aqui no hospital.

Hoje eu já conseguia sentar sem sentir dor e creio que daqui a alguns dias eu já posso estar em casa totalmente recuperada.

- Lamar está bem, fica tranquila. - Sabina falava enquanto folheava uma revista.

- Ele só veio me ver uma vez, tenho certeza que ele está bravo porque eu coloquei o melhor amigo dele na prisão. - Encaro o teto branco e sem graça do quarto.

- Você não precisa se preocupar com isso. - Ela deixa a revista de lado e me olha. - Você não tem culpa do melhor amigo dele ser um psicopata.

- Ele era seu amigo, Sabina.

- Era, agora eu o odeio. - Volta a folhear a revista com roupinhas de bebê.

- Você não cansa de ver isso não? - Pergunto entediada.

- Gostava de ver roupas para mim e gosto mais ainda de ver para a minha filha. - Ela gargalha e eu rio com sua risada, era tão bom vê-lá assim, feliz.

A porta do quarto é aberta e meu irmão entra pela mesma com um sorriso nos lábios.

- O que foi? - Pergunto estranhando seu semblante.

- Eu tenho uma surpresa pra você.

- Boa ou ruim?

- Desde quando surpresa é ruim?

- Depois de tudo o que eu passei, surpresa não é uma das melhores coisas agora.

- Tudo bem. - Ele suspira. - Boa.

- Ótimo. - Sorrio.

- Podem entrar. - Encaro a porta do quarto e meu queixo quase cai.

Não estava acreditando.

As pessoas a quais eu mais amava no mundo.

A mulher que me deu a luz e o homem que me ensinou a dar meus primeiros passos.

Eles estavam na minha frente.

Depois de meses sem os vê-los era como se eu reencontrassem depois de anos.

Eu queria poder sair dessa cama e pular neles para os dar um abraço, mas não. Tive que esperar eles caminharem lentamente até minha cama e me darem um abraço.

Um abraço cheio de saudades e de cuidados.

Eu os amava tanto.

Senti muita falta disso. De poder toca-los, não só os observar através de uma tela de celular. De poder senti-los, ama-los...

- Você está bem meu amor? - Minha mãe me solta de um abraço apertado e pergunta.

- Sim mãe.

- Se eu pegar aquele homem na rua eu o mato! - Meu pai diz com seu jeito brincalhão e eu rio.

- Nem será preciso pai, ele morrerá atrás das grades.

- Assim espero. - Ele beija minha testa.

- Vou deixar vocês a sós. - Sabina diz se levantando para sair do quarto mas meu irmão a puxa.

- Fica.

- Não, melhor vocês ficarem em um momento de família.

- Você é da família, você carrega minha neta no seu ventre, fique por favor. - Ela implora com seu olhar de gato de botas e Sabina se rende.

-

- Filha e esse seu tal namoradinho que nós ainda não o vimos? - Meu pai pergunta comendo a gelatina que a enfermeira tinha trago, não sei como ele conseguia, era horrível!

- Amor, trouxe alguns tacos, não sei se você já comeu mas eu espero que goste... - A porta do quarto é aberta por Josh entra pela. - Me desculpa, não sabia que estava com visita.

- Falando nele. - rio baixinho.

- Então você é o famoso Joshua? - Meu pai se levanta e caminha até ele. Papai não sabia ser intimidador, era engraçado, estava me controlando ao máximo para não rir.

- Sim, prazer senhor Jeong. - Estende a mão esperando o aperto de meu pai em comprimento.

- O prazer é todo meu.

Mesmo com o quarto cheio, o silêncio pairava pelos ares.

- Então você namora minha filha?

Josh ri e coloca a sacola com tacos em cima de uma mesa que estava no quarto.

- Eu ainda não tive a oportunidade de pedir sua filha em namoro. - Ele passa pelo meu pai e caminha até minha cama com o olhar fixo no meu. - Mas eu acho que agora seria o momento perfeito, ainda mais com a presença e permissão de vocês. - Ele ri e pega minha mão.

Meu pai se aproxima e Josh o olha.

Eu não sou mais uma adolescente.

Josh tira de seu bolso uma caixinha e abre a mesma. Era inevitável não ficar com uma cara de idiota nesse momento.

Era um anel lindo.

Simples e discreto, mas ainda assim muito lindo.

- Queria ter feito isso naquela noite. - Seus olhos verdes me penetravam e flashes da noite se passam na minha mente. - E infelizmente não foi possível... Mas aqui, diante a sua família, você aceita ser minha namorada?

- Claro que aceito. - Sorrio e o abraço - Achei fofinho. - Sussuro em seu ouvido e gargalho.

- Para com isso. - Ele diz baixinho e me separo dele selando nossos lábios.

-

- Sério que você ficou com medo do meu pai? - Pergunto rindo da sua cara.

- Não foi exatamente medo. - Ele se defende e isso só me fez rir mais.

- Você ficou com medo do meu pai, amor! - Tento me acalmar. - Meu pai... - Sou interrompida pela porta do quarto sendo aberta e minha mãe entra com um envelope em mãos.

- Posso ter um momento a sós com minha filha, Josh? - Ela diz com um sorriso no rosto.

- Claro. - Ele se levanta.

- Daqui a pouco te devolvo ela. - Minha mãe brinca e ele ri saindo do quarto.

- O que é isso? - Pergunto encarando o envelope na sua mão. Suas mãos alisam meus cabelos.

- Te amo tanto, sabia?

- Eu sei mãe, também te amo. - Sorrio.

- Isso daqui é sua transferência da faculdade. Ela diz e eu o olho surpresa.

- Que?

- Fiz esse favorzinho para você. Assim você não vai precisar voltar para a Coreia.

- Irei para lá de qualquer maneira, visitar vocês, mãe.

- Não mais. Seu pai e eu acabamos de nós mudar para cá.

- Você só pode estar brincando.

- Claro que não. Nosso lugar é do lado dos nossos filhos, cuidando de vocês.

02 capítulos para a final.

𝗡𝗢 𝗠𝗘𝗦𝗠𝗢 𝗤𝗨𝗔𝗥𝗧𝗢, 𝗁𝖾𝗒𝗈𝗌𝗁 𝖺𝖽𝖺𝗉𝗍𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈.Onde histórias criam vida. Descubra agora