Capítulo 2 - Juliette

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Clique. Clique. Clique. Clique. 

Não tinha mais nada em minha mão e eu continuava apertando. Clique. Clique. Clique. Continuava pensando em Warner e implorando aos deuses que fizessem ele vir até mim. Clique. Clique. Clique. Apertava um dedo contra o outro, imaginando que era o paiger. Imaginando que assim ele viria até mim. 

Abri os olhos, sentindo o ar entrar pela minha garganta de uma vez. Eu respirei de uma vez e então, senti meus pulmões falharem de repente. Minha boca ficou aberta, tentando puxar o ar para dentro e não vinha nada. Parecia não ter ar. Parecia que meu corpo havia parado de funcionar direito. 

Calma. 

Eu disse para mim mesma silenciosamente. Calma. Apenas calma. 

O ar voltou e o mundo pareceu se acertar de novo. Ao dar uma olhada em volta, o que eu vi me fez desejar não respirar mais, como antes. Me deixou com saudades da morte e do que ela quase representou naquele momento. Salvação. Pura salvação. 

Estava de volta ao hospício. Trancada no mesmo quarto de antes — ao menos para mim era igual —, sozinha. A mesma janela. As mesmas paredes. A mesma porta. O mesmo buraco na porta. A mesma cama. O mesmo ar gelado e solitário. Eu estava sozinha de novo naquele lugar. Sozinha. Apenas sozinha. Warner sequer deve imaginar que estou aqui. Dessa vez há uma mesa ao meu lado. Lascas no teto confirmam que por mais que sejam lugares parecidos, não são iguais.

— SOCORRO! — Eu grito, me aproveitando de todo aquele ar.

Mãos e pernas algemadas, presas a cama com algemas de ferro. Se me concentrasse o suficiente, poderia estourá-las. Só precisava da raiva. Precisava reunir toda a minha raiva para conseguir. 

 Analise o local, meu amor. Jurei ouvir a voz dele falando comigo. Abri bem os olhos, tentando identificar mais coisas sobre o buraco em que alguém — provavelmente Adam — havia me jogado. De objeto, tinha apenas minha cama. De pessoa, eu. Presa a ela como um animal. Olhei para cima e vi uma bolsa de medicamente pendurada, o fio preso nela seguia direto ao meu braço. 

Estavam injetando alguma coisa em mim. 

Clique. Clique. Clique. 

Só conseguia pensar em Aaron. Como será que será que ele está? E Kenji? E James? É por eles que preciso sair daqui. Preciso sair daqui para impedir Warner de ter uma sincope e destruir o mundo a minha procura. Preciso sair daqui. 

Tento me mexer, buscando força o suficiente para estourar as algemas e tudo o que consigo, é uma pontada na cabeça que me faz gritar. Parecia vir de dentro de mim a dor. O grito preencheu quase todo o cômodo, ficando preso comigo e reverberando sem pressa de ir embora. Antes que eu possa me desesperar de novo a porta é aberta, bem lentamente. Meu olhar vai dos sapatos até o rosto da pessoa que entrava. 

Quis explodir quando o reconheci.

— Anderson. — O ódio em minha voz é muito claro. — Você deveria estar morto.

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