Capítulo 4 - Aaron

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Existe apenas uma palavra capaz de descrever exatamente o que sinto nesse momento: desespero

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Existe apenas uma palavra capaz de descrever exatamente o que sinto nesse momento: desespero. O mais puro desespero. 

Não sei onde Juliette está. Não sei onde Adam está. Todos dizem que preciso manter a calma, que preciso focar o suficiente para ter o controle da situação. Mas, não estou focado, não estou controlado. Estou desesperado. Meu estado atual é deplorável. 

Desde que Juliette sumiu misteriosamente, tenho trabalhado mais do que nunca ao lado de Delalieu e Kenji em busca da minha noiva. Nós três, juntos, formamos uma boa equipe, pois temos o mesmo objetivo, ainda que em intensidades diferentes. Nosso foco é encontrar Juliette, sã e salva. Não em outro estado além desse. 

Dormir se tornou algo dispensável. Algo que não importa mais. 

Todos os dias, perto das cinco da manhã, Kenji e eu, acompanhados de alguns soldados, fazemos uma ronda - não muito respeitosa - pelas casas dos moradores do setor 45. Em resumo, invadimos para ter certeza de que ela não está lá. 

Já tentei me comunicar com os outros setores em busca de minha noiva, mas todos os outros comandantes alegam não saber de nada. E depois de algumas boas ameaças, eles continuam não sabendo de nada. 

Estamos completamente no escuro. 

Confesso que já não consigo pensar com tanta clareza quanto antes. Não quando Juliette está desaparecida e eu não tenho uma única pista de onde começar. Um ponto de partida. 

Meu pai está morto. Não posso culpá-lo por isso e o fato de Adam estar envolvido, me deixa confuso. Estaria Adam trabalhando com os outros comandantes? 

Não. Ele não faria isso. 

Ou faria? 

— Senhor. — A voz de Delalieu chama minha atenção de repente. Ergo o olhar, buscando pelo meu tenente na penumbra que se tornou meu escritório.  — Creio que esteja tarde, senhor. O senhor precisa dormir. 

Pisco algumas vezes, tentando me acostumar a escuridão. Meus olhos estão inchados e cheios de olheiras, acredito que finalmente meu fim chegou. 

Eu sei que Juliette tem poder suficiente para se proteger e cuidar de si mesma. Ela não precisa de mim ou de qualquer outra pessoa. Ela sozinha é suficiente.

Mas também sei, que Adam ainda era um ponto sensível. Sei que se ela tiver baixado a guarda por poucos segundos... Não.  

Ela está bem. Não está machucada. E está procurando uma forma de voltar para mim. 

— Eu preciso dormir? — Pergunto, calmamente. — O que preciso, Delalieu, é encontrar minha noiva e trazer ela para casa em segurança. O que eu preciso, é encontrar Adam e acabar com ele. 

Se ele estiver mesmo envolvido no sumiço de Juliette como acho que estou, nem mesmo nosso laço sanguíneo ou James, irão me impedir de matá-lo.  

— Sim, senhor, mas.. 

— Mas nada. — Interrompo. — Traga-me uma xícara de café e mande o Kishimoto vir até aqui. Temos trabalho a fazer. 

— Senhor... 

Agora.  

— Sim, senhor. Apenas saiba que... — Ele para por alguns instantes pensando se deve ou não prosseguir, por fim: — não poderá encontrá-la, se não conseguir ficar em pé. 

Não sei como ele sabe que ando enfrentando crises de tontura ultimamente. Claro, ele sabe de tudo quase sempre. 

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