Capítulo 5 - Juliette

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Perdi a noção do tempo

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Perdi a noção do tempo. Não sei mais em que dia estou. Se é manhã, tarde ou noite. Se está chovendo, nevando ou fazendo sol. Não sei mais de nada. Aqui dentro, passando pelas coisas que Anderson me obrigada a passar, eu estou sendo destruída das piores formas possíveis.

Passo boa parte, do que imagino ser um dia, dormindo. A outra parte, estou sendo submetida aos experimentos de Anderson. Não sei se fico feliz por ficar desacordada, ou irritada, pois não sei o que fazem comigo depois de me cedarem. Eu estou com medo. Sinto uma espécie de medo, que jamais senti antes.

Mal consigo mexer meu corpo. E agora, sinto como se as algemas nem estivessem mais me prendendo. Acredito que mesmo que elas sumam, continuarei estática, esperando por alguma coisa. Sem conseguir me mover.

Sempre que respiro, dói. Sempre que falo, dói. Sempre que como, dói. Fazer qualquer coisa dói.

Os médicos de Anderson fazem coisas comigo. Coisas que me deixam esgotada, sem energia, querendo gritar de dor. Fui transferida do quarto em que estava antes e agora, estou cercada de paredes mais resistentes. Enquanto gritava, quase destruí o lugar. Anderson reconheceu que era um risco para a segurança de todos me deixar lá.

Não tento mais usar minhas habilidades. Não tento mais me soltar das algemas. Não tento mais matar ninguém.

Porque não é bom para o bebê.

Sei que os experimentos de Anderson não são comigo exatamente. São com a criaturinha que carrego dentro de mim. É por isso que 90% da minha dor, é na região abdominal. Tenho medo de continuar tentando ir contra a substância que me imobiliza e acabar machucando meu bebê mais ainda.

Não sei de quantas semanas eu estou. Não sei se ele já sente dor. Não sei se ele já pode me ouvir. Eu não sei.

Apenas prefiro acreditar que sim, o bebê pode me ouvir e que não, ele ainda não sente dor. Não sente nada do que Anderson está fazendo com ele. Espero que toda a dor dele seja transferida para mim. Eu aguento qualquer coisa, contanto que o filho que carrego não sinta nada.

Estou cada dia mais afastada do mundo. Cada dia eu me perco um pouco e não sei quando, ou como, vou conseguir me recuperar disso tudo.

— Eu não sabia que estava carregando você. — Pisco, encarando o teto. Considerei erguer a cabeça e olhar para minha barriga, mas logo descartei pois o esforço é grande demais. E dói. Uma dor desnecessária. — Mas agora que sei,  juro que não vou desistir de lutar. Não vou desistir de impedir que Anderson continue fazendo coisas com você. — Pela primeira vez, não me sinto louca. Porque não estou falando sozinha. Estou falando com meu bebê. — Aaron ficaria muito contente, sabe? De saber sobre você. — Eu rio. — Kenji provavelmente iniciaria uma competição, que só existiria na cabeça dele, de ser o tio favorito. Os dois iriam viver discutindo, discordando de tudo. Consigo imaginar "eu sou o pai" versus "e eu sou o padrinho."  Kenji terá diversos apelidos para você, terá que se acostumar com eles.

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⏰ Última atualização: May 25, 2023 ⏰

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