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Aconteceu em etapas, a descida na estrada para a tentação onde eu pus meus pés sem saber. E, segurando na tua mão, te trouxe para aquela caverna escura até que ambos fôssemos engolidos pelas sombras da própria luxúria, vermelho carmesim e escuro na borda dos olhos pela vertigem do prazer. A escuridão não era tão assustadora, pois eu pintava os contornos da nossa bolha com suas cores favoritas.

Acontece que suas cores favoritas nem sempre foram as claras, não é, Jaemin?

Você diz que gosta de amarelo e rosa, mas por que o roxo e vermelho são as que pinta em mim?

Eu não me importo se você cortar minha cintura com suas unhas quando elas se fincam ali, deixando cicatrizes do seu amor em minha pele como se fossem sua obra prima. Pelo contrário, penso que é um quadro que merecia ser colocado em um museu para que todos pudessem ver o quanto eu te satisfaço.

Eu não me importo se você me quebrar inteiro, espalhando meus pedaços só para colocá-los todos de novo do jeito que só você sabe, me deixando em delírio. Pelo contrário, meu coração transborda de admiração pela única pessoa que sei que estou destinado a pertencer.

Eu não me importo se você não quiser se submeter para mim ainda, porque eu já sou submisso a você, sabendo que um dia ainda vou te provar que não existe ninguém que te entende melhor que eu. Pelo contrário, acho bonito o modo que você tenta resistir por nós dois.

Eu não me importo de esperar. Pelo contrário, farei isso feliz se for te tirar o fardo de decidir rotular nós dois.

Você me deixa louco. Você me disse uma vez. E eu sinceramente acho que nem posso dizer que sinto o mesmo, porque parece até absurdo tentar reduzir o que sinto por você. Eu não sou só louco por você, mas algo mais. Mais intenso. Mais profundo. Algo que está grudado em cada uma das minhas células, cobrindo as membranas com aquela massa que corrói e é controlada por cordas em meu peito, martelando contra minhas costelas e fazendo o meu corpo inteiro gritar por obrigação, compromisso, submissão, servidão. As mesmas cordas que fazem meus músculos se contraírem até que eu esteja devidamente ajoelhado à teus pés.

Eu não me importo se seus pedidos forem estranhos. Pelo contrário, quero que confie todos eles à mim.

E por isso não me importo quando você me diz que sempre quis foder o Renjun. Pelo contrário, eu mesmo vou até o quarto dele sussurrar o pedido ao encurralá-lo entre meu corpo e a parede.

Vejo como ele morde o lábio inferior, apesar de seus olhos revelarem espanto.

No fim das contas, ele não se importa de ser fodido na calada da noite, quando ligamos o ar condicionado num frio congelante e o barulho é o suficiente para outros sons não passarem pela porta trancada.

Vejo como você umedece a boca com essa sua língua deliciosa quando analisa a figura do chinês de cima à baixo.

E não preciso que me peça, eu já te entendo o suficiente.

Passo minhas mãos por baixo da blusa larga do garoto, fazendo-o arfar com o contato dos dedos frios que o fazem colar as costas ao meu peitoral.

Renjun geme. E você se aproxima. Fica ao alcance dele, e o nosso hyung segura sua camisa como se te implorasse que fizesse alguma coisa quando eu começo a roçar minha semi ereção atrás dele.

É fofo, sinceramente. Como ele fecha os olhos ansiando o seu beijo.

O nosso lindo vocalista solta sons que parecem ter saído de um vídeo pornô quando eu enfio minha mão dentro da calça dele. Por sorte, sua boca os abafa ao lhe dar um beijo longo e com saliva em excesso.

É fascinante, sinceramente. Como ele se contorce precisando de mais.

O menino começa a se esfregar, sem saber se quer ir para frente, para você, ou se quer ir para trás, para mim. Acho que ele pensou, pelo meu convite de "o Jaemin te quer", que eu ficaria de fora. E seu brinquedinho parece gostar da ideia de que eu irei participar. 

Ótimo. Porque eu quero estar contigo, mesmo se você quiser estar com outros.

É engraçado, sinceramente. Como você me manda ser bruto com ele, da mesma forma que você já foi comigo, porque ele responde tão bem às provocações com aquela língua afiada e teimosa.

Eu o preparo com lubrificante em abundância, sabendo que você gosta de fazer bem molhado. E você começa a tirar suas roupas e se masturbar me assistindo abrir ele com três dedos.

É excitante, sinceramente. Estar prestes a te ver arruiná-lo.

Sento no colchão com as costas encostadas na parede e trago-o para entre minhas pernas, bem aberto de frente para você. Seguro os braços dele para trás, e o peito do menino sobe e desce desregulado. A blusa de botões aberta dá a ele um ar sensual, assim como o cabelo penteado para trás, por mais que provavelmente acabe uma bagunça no final.

É lindo, sinceramente. Poder ver cada centímetro do seu corpo, sua expressão, seus movimentos, quando não sou eu que tenho a mente completamente nublada de prazer.

Renjun, o oposto, tem os olhos brilhantes de lágrimas de deleite. Ele te recebe cada vez que seu quadril se afasta e volta a se chocar contra o corpo magro. Ele joga a cabeça para trás, se apoiando em mim, cada vez que você empurra as pernas dele mais para cima. Ele não resiste quando eu levo uma mão à boca dele, a fim de abafar os gritos que ele começa a soltar.

É incrível, sinceramente. Como você ainda arruma fôlego para me olhar, seus olhos em faíscas por detrás da sua franja agora grudenta de suor. E sorrir para mim. Como se agradecesse por aquela loucura. Como se se divertisse em me ter como seu cúmplice.

Ele começa a ter espasmos, e sei que logo Renjun vai gozar. Vai experimentar toda a espiral de sensações que é receber teu beijo durante um orgasmo delirante. Vai saber como sua língua quente parece causar tontura e confusão.

Mas então você não o beija. Não na boca. Não como faz comigo. Apenas lhe dá selares no pescoço e um último na testa antes de gozar dentro dele com um grunhido profundo.

E é perfeito, sinceramente. Pensar que ele não ganhou o que considero a melhor parte.

Porque me vejo nele.

Me vejo ansiando seus toques. Me vejo esperando que você me dê sempre mais. Me vejo naquela expressão de êxtase após um sexo contigo.

Mas me vejo mais ainda nos seus olhos, Jaemin.

Quando você me pergunta se eu preciso de ajuda para terminar.

Me vejo dizendo para você que não. Porque não preciso que se preocupe comigo.

O seu prazer é o meu prazer.

MAD DOGOnde histórias criam vida. Descubra agora