CAPÍTULO UM

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Se tem algo que não esperava era estar no quarto de Mencía, deitada na cama dela, ao lado dela. Mas tem sido assim nas últimas semanas, já que agora Mencía tenta se dar melhor com a família e obedecer ao pai.

Rebeka ainda não se sente cem por cento confortável ali, principalmente por causa do Benjamin, mas ele nunca mais a tratou mal, o que é um ponto positivo. Mas, talvez por no início da relação não frequentar a casa da namorada, agora não seja um ambiente que se sinta tão à vontade.

— Oi? Terra chamando Beka — Mencía dá selinhos em Rebeka, tentando chamar sua atenção.

— Oi, estou aqui!

Mencía, que estava ao lado de Rebeka, senta no colo da mesma, que está encostada na cabeceira da cama, com as pernas esticadas.

— Que tal a gente fazer outra Chocolate Party, hein? — Mencía sorri, maliciosamente. — Você me viciou em chocolate novamente. Mas só se estiver no seu corpo — ela sussurra.

— Que? Não, Mencía. Não dá pra fazer isso com seu pai aqui.

— A casa é enorme, ninguém vai nos ouvir.

Mencía a beija, tentando deitá-la na cama, mas Rebeka desvia e a mantém em seu colo.

— Seu pai vem aqui te verificar sempre quando estou aqui. Ele já falou que quer que a gente fique com a porta aberta.

Mencía revira os olhos e se joga na cama, olhando para o teto. Seu pai de fato era um pé no saco com relação a namorados e namoradas em casa.

— Se você quiser, a gente pode ir para outro lugar — Rebeka diz. Ela se deita, encostando a cabeça no ombro de Mencía, sentindo o perfume que tanto adorava dela.

— Não quero sair.

Rebeka olha para Mencía, que está fitando o teto. Beka já aprendeu a identificar esse olhar de medo que Mencía tem agora, toda vez que fala sobre saírem. Na verdade, ela não estava tanto em casa pelo pai, mas sim por medo de sair.

— Ei, já falei pra você. Não tem com o que se preocupar.

— Como não, Beka? — Os olhos de Mencía já começam a lacrimejar, como sempre quando falam deste assunto. — O Armando está por aí, ninguém o encontra. E se ele tiver à espreita, só esperando eu sair e se ele me pegar, sabe Deus o que vai fazer comigo desta vez.

Vendo os olhos da namorada cheios de lágrimas, Rebeka sente o peito apertar por não poder dizer a verdade a ela. Aquele filho de puta estava morto e nunca mais iria atormentá-la.

— Ele nunca mais vai atrás de você, linda. — Rebeka limpa a lágrima solitária que escorre pelo rosto de Mencía. — Ele sabe que a Ari iria contar ao seu pai, é óbvio que ele fugiu naquela noite. Acabou. Aquilo tudo acabou.

Mencía já tinha escutado aquilo inúmeras vezes desde que contou a verdade a seu pai. Armando deve ter fugido, pois imaginava que Ari, que tinha sobrevivido, iria contar tudo a seu pai.

Benjamim, ainda movia céus e terras para encontrar o desgraçado que tinha feito aquilo com suas duas filhas, mas nada chegava até ele. Não tinha rastro.

— Eu não sei o que seria de mim sem você, Beka. — Mencía se vira pra ela. — Você me salvou tantas vezes, não desistiu de mim e se não fosse você na noite de ano novo, não sei o que teria acontecido de tão transtornado que ele estava.

— Não tem pra que ficar imaginando o que teria acontecido, isso só vai te fazer mal. — Rebeka acaricia o rosto de Mencía. — Eu estava lá e sempre vou estar lá pra você, porque... Porque eu amo você, Mencía.

PASSIONAL - MENBEKAOnde histórias criam vida. Descubra agora