CAPÍTULO TRÊS

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Arrumando-se para o Baile de Inverno - ainda achava isso uma caretice - Rebeka terminava de amarrar o cabelo, em um rabo de cavalo alto, deixando o cabelo se dividir em seus ombros.

Seu celular tocou, avisando a chegada de uma mensagem.

MENCÍA

Estou chegando na sua casa.

REBEKA

Ok, já estou pronta.

Descendo para esperar pela namorada na sala, Rebeka observou a movimentação da mãe, que falava ao telefone, andando de um lado para o outro.

- Eu já falei que quero esse carregamento amanhã, o fluxo está grande na boate e não podemos perder vendas.

Rebeka sabia do que a mãe estava falando e, infelizmente não era sobre a chegada de mercadoria para a boate que tinha montado, pelo menos não lícita. Sua mãe estava novamente vendendo drogas, quer dizer, provavelmente nunca havia parado. Beka sente a tristeza tomar posse de si, afinal, estava tão feliz quando pensou que a mãe tinha parado com isso. Entretanto, pelo visto, logo, logo teria que visitar a mãe novamente na cadeia e não sabia o que seria de si, mais uma vez.

- Preciso desligar. - Sandra que viu a filha se aproximando, tratou logo de encerrar a ligação. - Você está linda, meu amor.

Rebeka não conseguiu e também nem quis fingir um sorriso para a mãe.

- Se eu tivesse outro lugar para ficar, já teria ido embora.

Sandra suspira.

- Filha, já expliquei...

- Já explicou o quê, mãe? - Rebeka se estressa. - Não tem explicação. Você sabe que eu me envolvi com essa merda no ano passado e que quase me ferrei. Lutei por você! Tudo que eu quero é uma vida normal, chata e monótona. Só isso. Sem problemas. Sem perigos.

Enquanto se servia de uma bebida no mini bar da sala de sua casa, Sandra não consegue olhar para os olhos da filha. Sabia o quanto havia errado com Rebeka quando a colocou naquele mundo e, principalmente quando tentou de fato a trazer para seus negócios ilícitos. Aquele era um erro que não iria mais acontecer. Porém, ela própria estar envolvida era uma outra coisa.

- Filha, eu não vou te colocar me perigo. Prometo. Mas você acha que manter a nossa vida é fácil? A gente viveu na merda por muitos anos enquanto tentava fazer tudo certo, se eu voltar a ser assim, não sei se conseguiria manter nosso estilo de vida.

- Como não vai me colocar em perigo? Aquele dia, aqui com meus amigos, aqueles traficantes armados invadiram a nossa casa. É óbvio que eu corro perigo com você fazendo o que faz.

"E, mais, eu não me importo com a vida que a gente leva. Eu prefiro a nossa vida antiga a essa merda."

- Aqueles idiotas já tiveram o que merecem, não vai mais acontecer.

- Você tem a boate, mãe. Tem como fazer daquilo uma boa fonte de renda, talvez até manter nosso estilo de vida. Mas da forma certa. Por favor, faz isso por mim.

Sandra não acreditava naquilo. Era óbvio que os trabalhos lícitos nunca renderiam como o tráfico de drogas. Antes que pudesse responder, a campainha de sua casa tocou.

Como se estivesse em busca de uma fuga, Rebeka foi rapidamente até a porta, abrindo-a.

- Boa noite, linda! - Mencía sorria. - Ainda estou impactada com o quão gata você está.

Rebeka voltou a olhar para a mãe, que as encarava. Queria que ela dissesse que mudaria por ela, no entanto, não só que dissesse, mas que de fato fizesse.

PASSIONAL - MENBEKAOnde histórias criam vida. Descubra agora