CAPÍTULO OITO

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Uma das grandes salas da casa do diretor e CEO Benjamim estava fria. Não só pelo ar-condicionado, mas pelo momento. Mencía e Rebeka observavam de longe, tentando não serem vistas; o investigador sentado em uma poltrona, com sua prancheta, enquanto fazia perguntas a Ari, que estava sentada a sua frente, no sofá, ao lado de uma advogada e de Benjamim que estava em pé atrás do sofá, observando tudo, parecendo bem irritado.

— Senhorita, eu preciso que você se lembre daquela noite — o inspetor fala novamente, deixando a prancheta de lado e parecendo cansado. Afinal, devia estar mesmo, pois fazia semanas que estavam investigando a morte de Armando, mas não tinham chegado a lugar algum. — O corpo de Armando Albuquerque foi encontrado no lago do clube do lago e, Armando desapareceu na mesma noite que a senhorita foi espancada no clube do lago. Pode ser uma coincidência, mas eu não acredito nisto. Portanto, você precisa se lembrar daquela noite.

Depois de investigar todos os alunos e todos os presentes na festa de ano novo, o detetive não havia chegado a lugar algum e, por isto, se manteve a única coisa que sabia: Ari tinha sofrido um atentado na mesma noite do desaparecimento de Armando. Essa era a única ligação que sabia e tentava de todas as formas conseguir mais informações a partir disto.

— Deixa eu ver se entendi — diz Benjamim, que parecia nervoso com a situação. — Você está dizendo que a minha filha, vítima de uma agressão que quase a levou a morte, matou o Armando?

— Benjamim, por favor — a advogada pede, levantando-se.

— Não, isso é ridículo! — Ele blasfema. — Vocês nem descobriram o que aconteceu com a minha filha e ainda vem acusá-la dessa sandice, dentro da minha casa.

Mencía aperta a mão de Rebeka enquanto observa a discussão. Por mais que tenha sentido o alívio de saber que Armando nunca mais encostaria nela, parecia que o pesadelo não acabava, pois agora essa investigação que não levava a lugar algum, atormentava a todos.

— Nossa, sua mão está tão suada, Beka — ela sussurra a namorada, que está vidrada no investigador e em Benjamin.

Rebeka tenta sorrir para a namorada, mostrando naturalidade, mas a realidade é que o medo se apossava de si a cada instante.

Quando o investigador também se levanta, encarando Benjamim, ambas voltam sua atenção a eles.

— Senhor Blanco, isso é uma investigação. E queira o senhor ou não, a sua filha é o único acontecimento diferente daquela mesma noite.

— Isso é inaceitável...

— Por favor, Benjamin, deixa que eu conduzo — a advogada pede novamente. Com eles mais calmos, ela pede que o investigador se sente novamente, fazendo o mesmo. — Investigador, todos nós sabemos da importância desta investigação e obviamente vamos colaborar com o que for necessário, mas como já disse, minha cliente não tem lembranças daquela noite, que vale lembrar que ela ficou em coma.

O investigador suspira, algo ali parecia não se encaixar na situação. Ou era só seu desejo de conseguir concluir esse caso.

— Ari?

Ele pergunta a Ari novamente, que até o momento não tinha se pronunciado.

— Eu realmente não me lembro de nada, gostaria muito de lembrar, até para que eu mesma conseguisse saber quem fez aquilo comigo, mas não lembro — Ari responde, com firmeza, como em todas as outras vezes. — Se eu me lembrar, irei até você dizer.

O investigador vê que não tem saída, então assente com a cabeça, resignado e deixa a casa dos Blancos. Sem ainda ter conseguido acesso as filmagens das câmeras naquela noite, ele realmente acreditava que a Ari poderia ser a chave para conseguir mais pistas.

PASSIONAL - MENBEKAOnde histórias criam vida. Descubra agora