CAPÍTULO SETE

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Levantando-se em desespero, Rebeka ainda olhava para a Valentina. A garota que estava com o maiô da natação e tinha deixado os óculos cair no chão, ainda estava petrificada a porta, com olhos verdes arregalados.

— Tina! — Rebeka exclama, indo até a garota, com Samuel atrás de si.

Valentina, em um lapso, sai do transe que estava. Com Rebeka já próxima de si, ela tenta se virar, indo embora. Mas Rebeka segura em seu braço, a impedindo.

— Espera... — pede Rebeka. — O que você escutou...

— Você matou aquele homem!

— Não, não é assim... Por favor, me deixe explicar — ela suplica. — Vamos conversar.

Valentina olha nos olhos de Rebeka e depois nos olhos de Samuel, a frase de Beka ainda reverberada pelos seus ouvidos.

"A gente sabe quem matou o Armando e nós somos cúmplices, ajudamos a desaparecer com o corpo. "

— Nós não matamos ninguém — Samuel fala pela primeira vez, interrompendo os olhares de Valentina e Rebeka que se encaravam.

— É, por favor, você me conhece — diz Rebeka, ainda encarando a garota. — Por favor, me permita explicar toda essa situação.

Rebeka suplica, não só com toda a sua voz, mas com toda a sua expressão, permitindo que todo o desespero e medo se esvaia de si.

— Não te conheço mais... — murmura Valentina.

De uma só vez, a garota nova em Las Encinas vira-se, saindo e deixando tanto Rebeka quanto Samuel parados, encarando a silhueta dela indo embora. A insegurança os tomava de todas as formas.

— Se ela entrar na sala de interrogatório agora...

— Acabou pra gente — completa Rebeka, sentindo seus olhos lacrimejar.

Mesmo que por momentos parecesse que não conseguia andar, Rebeka conseguiu deixar a área da piscina e então estava no corredor, sentada em um dos bancos, ao lado de Mencía. Logo, seriam elas as interrogadas.

Descendo as escadas, Valentina aparece. Já sem o maiô, ela já estava com o uniforme e também com a mochila, pois tinha sido liberada das últimas aulas, afinal, ela não seria uma das alunas interrogadas porque não estava presente na noite de ano novo e era uma aluna nova.

Quando Rebeka olhou em seus olhos, no momento que passava por eles, ela desviou o olhar, o que Mencía estranhou já que a garota sempre fazia questão de encarar sua namorada. Seguindo seu caminho, a porta da sala que servia para interrogatório se abria, com Patrick saindo de lá e deixando a porta entreaberta. Valentina parou de frente a porta. Quase instantaneamente, Rebeka sentiu sua respiração parar.

Será que ela entraria? Entraria e contaria o que escutou da própria boca de Rebeka, fazendo com que o investigador do caso já mandasse prendê-la? Tudo seria acabado em milésimos de segundos.

Deixando de olhar a porta, Valentina voltou-se a Rebeka, que a encarava, com olhos arregalados, o medo sendo explícito. Engolindo em seco, ela olhou novamente a porta, dava para ver parte do corpo do investigador, que escrevia em um bloco de anotações. Talvez tentando encontrar pistas. Ela poderia ajudá-lo; poderia lhe dar não só uma pista, mas a verdade. No entanto, não sabia o que fazer, sua mente ainda nem tinha processado tudo o que tinha acontecido. Foi assim que ela voltou a caminhar, deixando o investigador e Rebeka para traz.

Rebeka deixou que a respiração se esvaísse, permitindo-se sentir um mínimo resquício de esperança. A garota tinha na sua frente a chance de contar e não contou. Talvez fosse um bom sinal.

PASSIONAL - MENBEKAOnde histórias criam vida. Descubra agora