2 dias atrás
"Mayd estava sentada em frente a um espelho de ouro penteando seus longos cabelos ruivos enquanto esperava por sua mestra. Do quarto, ele podia ouvir as músicas agitadas tocando no salão. Os serviçais corriam de um lado para o outro pelos corredores levando comida até os convidados no salão principal.
A porta do quarto de Mayd foi aberta e sua mestra entrou no local indo em sua direção. A mulher de meia idade e cabelos loiros com alguns fios brancos colocou uma pequena tiara de ouro adornada por preciosos diamantes azuis no cabelo da jovem. Também a vestiu com um manto azul celeste com bordados dourados e entregou uma pequena faca de ouro com uma pequena águia desenhada no cabo de couro azul.
— Está pronta? — perguntou a mulher.
— Sim — a jovem respondeu com o nariz empinado e um sorriso esnobe. — Eu sempre estive pronta.
A mulher curvou os lábios para cima em um sorriso divertido. Estendeu a mão para Mayd e juntas saíram do quarto.
Em silêncio, caminharam em direção ao salão, porém, antes de chegarem ao local, alguns servos começaram a correr pelos corredores .
— O que estão fazendo!? — Mayd rosnou depois de agarrar com força o braço de um servo que passava ao seu lado. — Aonde pensam que vão!?
O velho servo a encarou com os olhos assustados.
— E-eles estão aqui! — ele gaguejou com a voz trêmula. — Vamos todos morrer!
Antes que Mayd perguntasse mais detalhes, gritos agudos vieram do salão principal. Outras pessoas corriam e esbarravam em seu corpo a fazendo perder um pouco do equilíbrio e soltar o servo.
Uma multidão de homens com armaduras prateadas com brasão vermelho em formato de cobra atacavam seus guardas e empregados.
— O que vamos fazer? — Mayd perguntou para sua mestra.
— Sobreviver! — A mulher agarrou a jovem e a puxou até um corredor escuro com apenas algumas velas.
No fim do corredor, a mulher parou em frente a uma parede de pedra com algumas palavras escritas em uma língua antiga que Mayd conhecia.
— Me dê a faca! — a mulher pediu e a moça a entregou.
A mulher fez um pequeno corte superficial em sua mão esquerda. Passou um pouco de sangue na parede desenhando pequenos símbolos e recitou as palavras escritas: patefacio sursum.
Os gritos se aproximavam rapidamente. Os homens chegaram ao início do corredor onde elas estavam e correram em sua direção.
A parede se abriu e as duas entraram em uma pequena biblioteca escura. Elas podiam escutar os passos dos inimigos do outro lado. Eles batiam na parede tentando arrombar.
— E agora?
Mayd olhou para sua mestra e percebeu sua pele pálida. A mulher a encarava com os olhos cansados.
— O que aconteceu? Você não devia estar assim!
— Eu estou doente —a mulher respondeu.
— Por que não me contou!?
— Eu adiantei seu ritual para eu conseguir participar.
— Você disse que eu finalmente estava pronta!
— Você sempre esteve pronta.