Desconfiando do desconhecido

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Cerca de uma hora havia se passado, tempo suficiente de chegar na escola. Saio do carro acenando com um tchau para minha mãe.
Enquanto caminho até o pátio, observo as outras crianças conversando umas com as outras sobre suas visões no qual o “Mundo Perfeito” se encontrava. Abro meu armário pegando meus livros, e antes de fechar, ouço uma conversa entre professores que foi impossível evitar a curiosidade.

-“As pessoas se assustam com as atitudes de Kira, como um monstro desse ainda está a solta”?- Diz uma professora totalmente irritada –“e ele ainda se nomeia um Deus?”- continuou a mesma.

-“Não tem como nos opor a esse tal de Kira, vamos só ensinar e reforçar a todo momento para aos estudantes, que não devem nunca cometer algum erro que possa irritar esse cara”.- Respondeu o professor que tentava ao máximo acalmar a outra.

Fecho o armário e saio correndo do lugar, eu estava atordoada, como eles podiam falar isso do meu pai? Eles não sabem o que é justiça? Não... Calma... Eu preciso me acalmar... Certo. Respiro fundo e sigo meu caminho até a sala de aula.
Chego no local e sinto os olhares sobre mim, sempre fui uma menina no qual as pessoas se admiravam. Minha beleza era o motivo de tal admiração, já que puxei totalmente a aparência da minha mãe.

Puxo minha cadeira e antes que eu pudesse sentar, sinto alguém tocando meu ombro, especificamente um menino.

Ele possuía cabelos loiros e olhos verdes, aparentemente a mesma idade que eu.

-“Olá... É... Bom, eu...”. Será que ele era gago? Esse pensamento passou na hora pela minha cabeça –“Eu observei você de longe, e não pude evitar de me sentir surpreso com sua beleza”.- E ainda por cima, o garoto era um tarado.

-“Me sinto agradecida pelo elogio, mas quem é você?- Eu nunca havia visto ele por aqui, e pelo sotaque, ele com certeza era de outro país.

-“Pode me chamar de Aslan, como pode perceber eu sou um aluno novo aqui”.- Ele diz com um sorriso simpático no rosto. Meu pai sempre me orientou a tomar cuidado com pessoas que se aproximam muito rápido de você, com certeza esse Aslan quer alguma coisa.

-“Prazer Aslan, meu nome é Sakura, Sakura Yagami. Se me der licença, a aula já vai começar”- Eu não queria puxar muito assunto com ele, e a aula realmente já iria começar.

-“Há sim, me desculpe ter te atrapalhado, podemos conversar em um outro momento”?- Ele pergunta, eu adoraria recusar, mas parando para pensar, e se ele não é mais um querendo capturar Kira...

-“Claro, conversamos melhor na hora do almoço”.- Vejo o mesmo acenando e indo se sentar na mesa do fundo.

As primeiras aulas foram bem chatas, minhas notas nunca foram boas, meu pai raramente me ajudava e meu interesse pelo estudo era péssimo. Nunca fui muito sociável, eu tinha uma amiga de outra sala, já que aqui os outros só me viam como uma “rostinho bonito”, não se interessavam em uma amizade comigo. Na maioria do tempo, eu me pegava pensando em como seria ser a deusa do novo mundo.

-“Sakura, amiga ouvi falar que tinha um garoto lindo falando contigo. Quem era ele”?- Senti um ser gasguita me chamando, era Mikoto, minha amiga de outra sala, estávamos no horário de almoço. A mesma tinha cabelos negros, sua pele era pálida, uma vez meu pai viu a gente conversando e disse que a aparência dela o lembrava de uma pessoa, no qual ele teve problemas no passado.

-“Era mais um interessado somente na minha beleza, feliz agora?”- Eu não queria entrar em detalhes, por eu não ter dormido bem na noite anterior, meu humor só tende a piorar. Ao mesmo tempo, em que estava prestativa na fila do refeitório.

-“Oh entendi, sabe... Não acha que seria interessante tentar se aproximar amigavelmente dele? Digo, as pessoas te admiram e pelo que me falaram, ele foi muito educado com você ”.- Mikoto diz tais coisas com um sentimento de esperança. Devo ressaltar que a fofoca corre rápido por aqui.

-“Mikoto, entenda uma coisa...”- tendo argumentar, quando...

-“Sakura Yagami!!!! Eu já estava rondando quase a escola inteira te procurando”.- Vejo alguém me interrompendo, era Aslan gritando e vindo até  mim.

-“Engraçado, você rondou quase o lugar todo, mas não tentou me procurar no lugar mais óbvio?”- Vejo a fila parada, até perceber que não havia mais ninguém na minha frente, olho para trás e lá estava os outros me olhando com um olhar morta,l eu estava parando a fila a toa. Corro pegando minha comida e sentando em uma mesa afastada. Mikoto senta ao meu lado.

-“Puxa Sakura Yagami, me desculpe a falta de atenção, realmente não passou pela minha cabeça te procurar no lugar mais óbvio”.- Diz Aslan com um tom de ironia. Ele se senta no banco a frente com seu prato de comida.

-“Pode me chamar só de Sakura, e não precisa se desculpar”.- Volto a comer minha refeição com um Aslan me encarando, tem algo errado, esse menino... Tenho que ficar atenta, se ele desconfiar de alguma coisa...

-“Amiga, eu já terminei minha comida, marquei de estudar com algumas pessoas da sala, te vejo depois da aula”.- Diz Mikoto se retirando, deixando eu e o garoto sozinhos.

-“Sabe Sakura, eu queria te perguntar uma coisa. Qual é seu senso de Justiça”?- Arregalo meus olhos na hora, meu coração começou acelerar. Não era possível... Agora eu tenho certeza, ele sabe de alguma coisa.

Aquela Que Cuidará Do Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora