Capítulo QUATRO

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   — Sente-se sacerdotisa — Disse o moreno na popa do primeiro drakkar, ela obedeceu.

   Sakura permanecia quieta até então, contemplou um último vislumbre de sua terra, não entendendo o porquê de seu pai não tê-la tentado salvar, era um acampamento inimigo montado como um parasita em terras do Reino de Helistri. Seu templo, a casa em que cresceu foi queimada, as preciosidades levadas e o povo escravizado, e, aonde estava seu pai?

   O drakkar começou a se movimentar, ela precisou morder a parte interna da bochecha para não chorar, não que ainda houvesse lágrimas para derramar. Mas, não tinha nada além de água e mais água e para onde iriam o seu futuro seria incerto, em pouco tempo sua vida havia tomado um caminho que ela nunca imaginou antes.

   O viking conferia a organização, Naruto havia tomado a dianteira e puxava as cordas, esticando as velas na direção desejada. Os outros integrantes assumiram seus postos em cada uma das saídas dos remos.

   — Por que não me feriu? — Ela perguntou baixinho.

   — Quê? — O moreno abaixou-se para conseguir ouvi-la melhor.

   — Por que a espada não me feriu? — Ela levantou o rosto que antes permanecia fixo em seus pés e o olhou.

   — É isso que também quero saber, sacerdotisa. — Ele não costumava ser calmo daquela maneira, ele era um homem talhado com sangue e tristeza. Ele era um homem manipulador. — Vai me ajudar a descobrir?

   Ela abriu os olhos mais intensamente, ele sorria de canto.

   — O que acontecerá comigo?

   — Não deve pensar nisso Sacerdotisa, só deve tentar lembrar-se do seu passado, qualquer coisa que ache estranho, deve fazer uma força para lembrar-se de tudo e então me contar.

   — Coisas estranhas? Que tipo de coisas exatamente? — Ela ainda estava confusa.

   Sasuke não tomaria novamente uma decisão precipitada, ele precisava ter certeza de que ela é a aberração que tanto procurou. Ele almejava ser aceito por Odin em sua mesa, e brindar com ele a vitória, e precisava do perdão. Ele queria ser reconhecido por seu pai.

   — Coisas como algum ferimento, algo que ouvira de outros sobre você que lhe deixou pensativa ou simplesmente coisas que você não consegue explicar.

   — Como eu lutar com aquele homem e matá-lo sem nunca ter tocado em uma espada antes? — Sakura olhou para o céu... Ela deveria se sentir culpada, mas por que não sentia nada? — Como pegar nessa sua arma mesmo sabendo que ela poderia me matar e nada me ocorrer? — Ela o olhou mais penetrante — Ou então ouvir todos vocês dizerem que sou filha de Atena ou de Odin. — Ela o apedrejara com todas aquelas palavras.

   Ele sorriu de canto novamente.

   — É sacerdotisa, exatamente isso... Mas essas coisas não precisa me contar porque eu já sei.

   Ela pensou um instante e realmente se lembrou de algumas coisas estranhas que lhe aconteceram, não só em sua infância, mas um pouco antes do templo ser invadido, coisas que ouvira quando depositava alfazemas aos pés de sua deusa. Sobre ela ser amada, querida e que seu papel seria imaculado.

   — Não... Não me vem nada em mente... Ao menos agora. — Ela olhou para o chão, nunca soube mentir, mas tudo sairia bem desde que não mantivesse o contato visual. — Mas e essa sua espada?

   — O que tem ela?

   — Vi o que fez com a mão daquele homem... Ela é realmente de Odin?

   — Um presente, na verdade. Ele me deu quando eu ainda era moleque, fui cercado por corvos que juntos vomitavam uma gosma e quando toquei na mesma senti uma espada por de baixo.

A Arma dos Deuses - Vikings [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora