Capítulo OITO

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   Lentamente ela tocou os finos dedos em sua bochecha desprovida de cor e sentiu a água, fez um meio círculo levando as gotículas até a boca, eram apenas poucas gotas que não tinham exatamente um gosto doce. Ela abriu os olhos e não viu o céu como era o esperado, mas um rosto viking, o rosto daquele moreno que possuía a espada mística, as gotas que pingavam em seu rosto não era proveniente de chuva qualquer, elas escorriam da bolsa de água feita de couro curtido e que estava mal fechada.

   Sasuke a ergueu apoiando-a pelo antebraço a colocando sentada no último banco. Estendeu a bolsa de água e esperou com que ela bebesse, desesperada, quase a ponto de se engasgar e perder o fôlego de tanto tossir.

   — Calma, a água não vai fugir.

   Mas ela o ignorou, estava morta de sede, bebeu o máximo que sua barriga aguentou receber. Abaixou a bolsa e limpou com a frente da mão sua boca e queixo de toda a água escorrida.

   — Coma. — Ele apontou para o prato com carne ao seu lado e saiu de perto para tomar o lugar dela no remo, aquele lugar sim havia sido feito para ele, seus braços eram grossos do qual o permitia exercer suas funções manuais com vigor.

   Sakura tomou mais duas boas goladas de água, suas mãos tremiam enquanto levava a carne até a boca, não sabia quando seria sua próxima refeição, visto que não é de costume alimentar escravos.

   Comeu até o último resquício que sobrou no prato, e chupando a ponta dos dedos olhou à sua frente, a vela agitava-se com os fortes sopros do vento, o drakkar era incrivelmente veloz.

   Uma voz lhe tirou a atenção.

   — Está assustada, jovem bela? — Ela olhou em volta, mas nada viu. — Aqui, ou aqui? — A voz mudava de posição velozmente. — Rá, linda como Atena. — Olhou por toda parte. — Atrás de você — ela se virou depressa e viu um homem flutuando à sua frente. Ele era alto e magro, cabelos dourados como o trigo maduro e olhos esverdeados como os dela, ele se abaixou um pouco — surpresa!

   — Her..... Hermes? — Gaguejou. — Filho de Zeus e de Maia, o que faz aqui? — Cochichou temendo ser ouvida.

   — Sou o grande mensageiro, esqueceu? — Tocou a mão no peito estufado se glorificando.

   Hermes com aquelas suas chamativas sandálias aladas tornou-se o mensageiro dos Deuses e também levava as almas humanas até Hades, Hermes sempre foi um deus astuto, e de certa forma charlatão. Já que na história do tal deus, conta que em seu primeiro dia de vida, este roubou 50 vacas de seu irmão Apolo, inventou o fogo, os sacrifícios, entre outras coisas. Além de ser um deus que seduz, não estranhou as mais variadas lendas o ligando com diversos descendentes nascidos de humanas.

   — Alguém pode ver-te... — A jovem estava preocupada, olhando para os vikings atrás de si.

   — Não — Sorriu com brancos e brilhantes dentes — A mensagem que trago é para ti, então só você pode me ver ou ouvir.

   — E... Que mensagem é essa? E de quem? — Estava ansiosa. Uma mensagem de um deus... Esperava que fosse um aviso de ajuda.

   — Que pressa é essa, jovem linda? Contarei se me deres um doce beijo. — Disse chegando perto do rosto da moça.

   Hermes era realmente uma criatura astuta. Ele não perderia a chance de, mais tarde, se gabar aos outros deuses que beijou a criação de Atena, uma jovem tão doce e parecida com a deusa.

   Ela lentamente se aproximou e tocou seus lábios nos do deus fanfarrão. Foi um beijo breve.

   — Por favor, agora me conte.

A Arma dos Deuses - Vikings [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora