9: Pedras Com Lacinho Podem Ser Ótimos Presentes

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Depois que já tinha chegado em casa, mergulhado debaixo do chuveiro para tomar o maior banho da minha vida e colocado o conjunto de camiseta e short de flanela mais vagabundo que tinha, prendi meu cabelo e fui caçar comida de verdade

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Depois que já tinha chegado em casa, mergulhado debaixo do chuveiro para tomar o maior banho da minha vida e colocado o conjunto de camiseta e short de flanela mais vagabundo que tinha, prendi meu cabelo e fui caçar comida de verdade.

Após fazer a minha tradicional planície, acomodei-me ao lado de Paulo no sofá, as pernas em triângulo e os pés contra o estofado, para tentar me entreter com a programação tediosa dos meios de semana enquanto mastigava, mas logo percebi que seria uma tarefa difícil, porque minha cabeça insistia em voltar para toda a loucura que tinha vivido na lanchonete em horas anteriores.

- Carmelita... - A voz do meu irmão ecoou, de súbito, tirando-me dos meus devaneios errantes sobre balas de caramelo e um casaco xadrez específico que descansava no suporte em meu quarto.

- Que foi? - murmurei, o tom abafado graças à boca cheia , direcionando minhas orbes à ele.

Pude vê-lo limpar a garganta, parecendo embaraçado.

- Eu tô pensando em dar um presente para uma pessoa...

Entendi logo de cara o que estava querendo dizer, mas não podia perder a chance de provocá-lo um pouco.

- E? - Fingi-me de desentendida.

- E eu queria saber se você conhece algum tamanduá que possa me ajudar com isso, é óbvio. - Sarcasmo banhou cada sílaba, acompanhadas do seu rolar de olhos.

Mordi o lábio para conter um riso.

- Você é um idiota. - afirmei, esticando a perna para chutar seu braço.

- Ai! - protestou, capturando meu pé antes que eu pudesse recolhê-lo.

Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso que me fez temer pela minha vida, porque sabia exatamente o que estava se passando na sua cabeça.

Ah, não.

- Nem vem com essa. Eu tô comendo! - afirmei, tentando conter as notas de desespero que inundaram meu tom, enquanto mantinha os dedos firmes nas bordas do prato em meu colo.

Fiz o máximo de força que pude para puxar minha perna de volta, mas a puberdade trouxe muito mais do que pelos no rosto para Paulo; o idiota ficou indiscutivelmente mais forte.

- Deveria ter pensado nisso antes de me chutar.

Com uma determinação sobrenatural, Paulo levou os dedos ao meu pé e começou a escorregar as digitais em cócegas frenéticas sobre a parte de baixo, fazendo-me expurgar uma risada interminável que esvaiu todo o ar dos meus pulmões, conforme meu corpo tremia em convulsões vergonhosas e um fervor de brasa ardia em minhas bochechas.

- Para, filho da mãe! - soltei, entre um riso e outro, tentando manter o prato de vidro firme mas mãos e, ao mesmo tempo, não morrer sem ar. - Eu não vou conseguir te ajudar se eu morrer! - completei, rezando para que fosse o suficiente para me soltar.

Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Estou Fazendo AquiOnde histórias criam vida. Descubra agora