Capítulo 5

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Lucas me olhou assustado e pensando no que eu avia falado.

- Grá-Grávida?! - gaguejou.

- Sim... me desculpe eu não sabia como contar. - disse chorando.

- EU SOU O PAI? - ele estava mais assustado.

- Não, a Mel é o pai. É lógico que é você! - gritei quase pulando no garoto.

- Não, não é possível. - ele começou a passar a mão na nuca. - Você está mentindo. Eu não sou pai de ninguém. Você sai por ai transando com todos e eu levo a culpa? Ah não Caroline, agora você arque com seus erros. - disse saindo do apartamento e fechando a porta com força.

Eu me sentei no chão e comecei a chorar, sem saber o que fazia. Mel foi atrás dele, pra tentar convencer ele que era verdade, mais o garoto era mais duro que pedra. Fui para o meu quarto, a fim de relaxar e pensar na vida. Quando estava quase pegando no sono, escutei a porta se abrindo, me virei e vi o Lucas ali, parado me olhando.

- Tá tudo bem? - perguntei.

- Sim... eu... Bom, eu queria me desculpar, eu sou meio babaca. - passou a mão na nuca, me olhou e deu um sorriso. - Eu assumo Carol. Acredito em você.

- Você é um babaca. - sorri e ele sorriu de volta - Eu vou dar para adoção. - disse meio receosa, me sentei na cama e o observei, ele me olhou indignado e abriu a boca pra falar algo, mas logo fechou. Passou a mão nos cabelos e me olhou novamente.

- Não, não Carol. - se aproximou e sentou em minha frente. - Eu sei que eu e você foi apenas uma noite, mais cara, sacanagem sua. - ele passou a mão em minha barriga e me olhou, com um olhar calmo. - Não faz isso Carol. - disse pegando em minha mão e fazendo carinho.

- Eu vou pensar. - sorri e ele sorriu de volta, nossos olhares se fixaram e eu senti uma sensação estranha, aqueles toques, aqueles olhares, haviam feito meu coração disparar de modo que nunca tinha acontecido antes.

Ficamos ali, horas conversando e ele queria tirar a ideia de dar pra adoção, não entendi o porque, mas mesmo assim, procurava enrolar ele o máximo possível, sim ele era o pai, mas o que eu estava fazendo era para o bem de todos, eu e ele nunca teríamos condições de criar bem uma criança, claro que nossas famílias tinham boas condições, mas eu não queria que meus pais soubessem que a sua filinha perturbada estava grávida, grávida de um cara que nem sequer tinha uma relação séria.
Tudo estava bem, pelo menos parecia estar, passamos o dia conversando sobre como seria Mel propôs um acordo, eu ficava com a cama, e o Lucas no chão, fiquei com dó, mais comigo ele não dormia.

★ ★ ★

- Pelo amor de Deus, fica quieto! - murmurei irritada e puxei a coberta pra "tampar" minha cabeça e tentar ignorar os gemidos dele.

- Carolzinha, esse chão é duro e estou com dor na costa! Me deixa dormir aí com você. - disse manhoso.

- Não, durma ai, ou no sofá, mas aqui você não coloca a bunda. - respondi e ele ficou quieto, como eu estava virada pro lado oposto dele, dei um sorriso vitorioso ao ouvir ele bufando. Até que senti a cama se mexendo, olhei para o lado e vi ele, sorrindo para mim - O que você está fazendo aqui? Pode sair! - sussurrei e lhe dei um empurrão, ele me deu um olhar de cachorrinho sem dono e aquilo me amoleceu.- Apenas hoje! Agora vire pro canto e durma. - ele me abraçou e deu um beijo na minha cabeça. - Não dei liberdade de me abraçar Lucas, muito menos me beijar. - o toque dele, ah o toque, meu Deus que sensação.

- Então porque está me deixando dormir aqui? - susurrou e me deu outro beijo, mas agora na nuca.

- Porque sou generosa. - me virei e vi o quanto estávamos próximos, nossas respirações se misturaram e eu queria beija-lo, mas minha consciência falou mais alto. - Sai pra lá Lucas, anda. - disse empurrando ele pro lado.

Cada um virou para um lado e ouvi um suspiro dele, eu não iria me deixar levar pelas vontades dele, não dessa vez.

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