Lembro-me de certa sexta-feira à tarde, quando meu marido estava viajando e cada um de meus filhos tinha ido para a casa de um amigo passar a noite. Com todo mundo fora de casa, era uma oportunidade rara de eu ter algum tempo de silêncio e poder escrever bastante.
Para minha grande surpresa, porém, senti uma terrível solidão e tristeza depois que eles saíram. Pensei em tudo o que estava errado em minha vida, o que me fez ficar desesperadamente deprimida. Era tão horrível que eu não conseguia pensar em mais nada. Esses pensamentos me paralisaram a ponto de eu não ser capaz de ligar para ninguém, ir para lugar nenhum, pôr em dia a correspondência ou fazer qualquer serviço da casa. E, obviamente, acabei não escrevendo nada. Fiquei sentada no quarto com a Bíblia aberta no colo e chorando.
"Senhor, mostra-me o que há de errado comigo e o que devo fazer sobre isso", orei. "Vou jejuar até ouvir tua resposta ou até isso ser quebrado."
Jejuei durante todo o dia de sábado e até a noite. Por volta das quatro da manhã de domingo, acordei com uma profunda ansiedade em minha alma. Eu me levantei e comecei a ler a Bíblia. Quando meus olhos encontraram as palavras de Isaías sobre colocar "veste de louvor em vez de espírito angustiado" (Is 61:3), soube naquele instante que estava lidando com um espírito de angústia. Não havia nada de errado comigo nem com minha vida, mas o inimigo estava tentando me fazer acreditar que havia.
Durante os vinte minutos seguintes, cantei louvores a Deus e falei sua Palavra em voz alta. Disse ao inimigo para se afastar de mim e agradeci ao Senhor por me dar autoridade para fazer isso. Então, de modo absolutamente claro, senti o manto escuro e pesado da opressão espiritual sendo tirado de cima de mim. Aconteceu de maneira tão súbita e completa que me dei conta de que estava lidando com um ataque direto e específico do inimigo.
Ao refletir sobre isso, creio que esse ataque se deu pelo fato de eu estar no meio do processo de elaboração do livro O poder da esposa que ora e o inimigo estar tentando me fazer desistir. Mas aconteceu o contrário. Nos dias que se seguiram, tive uma nova visão para minha vida e para o futuro e renovei o compromisso de indentificar as mentiras do inimigo e resistir a elas. Percebi que deveria ter percebido as mentiras dele no momento em que entraram em minha mente, em vez de considerá-las a verdade.Assuma o controle
Uma grande parte do processo de enfrentar o inimigo de nossa alma é assumir o controle de nossa mente. Como a Bíblia diz, devemos aprender a levar cativo todo pensamento (2Co 10:5).
Para mim, como recém-convertida, foi uma revelação espantosa saber que não precisava dar atenção a todo pensamento que viesse a minha mente. Podia escolher ouvi-lo ou não. Muitos assassinos seriais relatam que ouviram vozes em sua cabeça que lhe diziam como matar, e só seguiram ordens. Quando as pessoas não são ensinadas a discernir as vozes em sua mente, não reconhecem a voz do diabo. Ele é um enganador astuto que chega a cada um de nós e tenta colocar mentiras em nossa mente. Precisamos estar preparadas para ele.As mentiras em que acreditamos
Você já teve pensamentos que ficam se repetindo sem parar na mente como um velho disco riscado? Já lhe ocorreu algum pensamento que causasse uma sensação física, como dor no peito, frio na barriga, nó na garganta, fraqueza nos braços e nas pernas, lágrimas, irritação no rosto e pescoço? Sua mente é atormentada por pensamento do tipo "e se", como "E se eu pulasse da sacada?" ou "E se eu batesse o carro naquele muro?" Você já teve pensamentos do tipo "se ao menos"? Como "Se ao menos eu tivesse dito alguma coisa..." Você já teve pensamentos de autopunição: "Ninguém se preocupa comigo", "Sou uma fracassada", "Eu não valho nada", "Nada que eu faço dá certo"?
Se você já teve pensamentos como esses, saiba que não se trata de Deus dando-lhe uma revelação para sua vida. É o inimigo tentando assumir o controle de sua mente.
A vida tem muito sofrimento, mas com frequência sofremos sem necessidade por causa das mentiras em que acreditamos a respeito de nós mesmas e de nossas condições. Aceitamos como verdade as palavras que são colocadas em nossa mente pelo inimigo, querendo nos ver destruídas. Podemos ficar temerosas, deprimidas, solitárias, zangadas, em dúvidas, confusas, inseguras, desesperadas, abatidas, preocupadas e cheias de autopiedade, tudo por causa das mentiras em que acreditamos. No entanto, podemos vencer cada uma dessas mentiras com a oração, a fé e a verdade da Palavra de Deus.
É preciso, porém, que você tenha consciência de que uma das táticas do inimigo é tentar tomar de você a Palavra de Deus. Ele a levará a questionar a Palavra de Deus, como fez com Eva no jardim. "Será que Deus disse isso mesmo?" "Será que é isso mesmo que ele quer dizer?" "Será que Deus vai mesmo se importar se você fizer isso?" "Deus se preocupa mesmo com você?"
Em seguida, vai desmentir a Palavra de Deus. "Deus não disso isso"; "Deus não se importa com isso"; "Deus não acha que você é assim tão valiosa"; "Deus está deixando de lhe dar boas coisas".
Quando lhe vierem à mente pensamentos que comecem a questionar e contradizer a Palavra de Deus, é sinal de que você está sendo enganada por seu inimigo. Lembre-se de que "Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte" (Pv 14:12). Certos pensamentos podem parecer corretos para você, mas quando você os coloca ao lado da Palavra de Deus, a mentira é exposta.
O engano é o plano continuo de ataque do inimigo. Jesus disse que o diabo "foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8:44). O único poder que o diabo tem é o de levar as pessoas a acreditar nas mentiras dele. Se isso não acontecer, ele não tem poder de realizar seu trabalho.
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O Poder da Mulher que Ora
SpiritualA ORAÇÃO TEM PODER Mas por que é tão difícil orar por si mesma? Idade, estado civil, condição física e espiritual, tempo de conversão, nada disso importa. Se você é mulher, este livro é para você. É bem provável que costume fazer-se alguns ques...