Certa vez ouvi uma entrevista de rádio com alguns membros de uma gangue de Los Angeles. Na época, o índice de criminalidade estava extremamente alto naquela cidade por causa de uma onda assustadora de criminosos que passavam de carro atirando e de homicídios cometidos por membros de gangues. Esses rapazes — alguns mal entrando na adolescência e outros com pouco mais de 20 anos — disseram que o principal motivo de terem se juntado a uma gangue foi saber que pertenciam a um grupo. Numa declaração assustadora, alguns deles admitiram que fariam o que fosse preciso para serem aceitos e respeitados pelo grupo, até mesmo cometer um homicídio.
Alguns dos rapazes revelaram que o teste para saber se seriam mesmo aceitos na gangue era sair às ruas e matar alguém. Não havia nenhum outro motivo para o homicídio, se-não preencher um requisito de iniciação e provar que fariam qualquer coisa pelo grupo. Alguns confessaram que odiaram cometer tal ato e desejavam que houvesse outra alternativa. Contudo, estavam desesperados para pertencer a uma família, então foram em frente e mataram. Foi uma revelação assustadora para todos nós que morávamos lá, pois significava que não havia lugar seguro.
Por essa mesma época, um amigo nosso estava em frente a própria casa em plena luz do dia e foi abordado por dois desses meninos. Eles estavam andando pela rua, que ficava num bairro residencial muito agradável e tranquilo, quando um deles puxou uma arma, atirou em nosso amigo à queima-roupa e fugiu. Não houve nenhum furto ou tentativa de qualquer outro delito. Nosso amigo devia ter anjos cuidando dele, pois sobreviveu, o que não acontece com a maior parte das pessoas que são vítimas desse tipo de ocorrência. No entanto, o dano causado ao seu corpo afetou muito sua habilidade de realizar o trabalho em que se especializara, e ele levou anos para se recuperar.
Os rapazes da entrevista não tinham nenhum senso de propósito para a vida deles além de pertencer a uma gangue. A maioria havia sido criada sem pai e, em alguns casos, também sem mãe. Tenho certeza de que, se cada um deles tivesse um forte senso de família, amor e aceitação de outras pessoas, jamais teria escolhido esse estilo de vida destrutivo. Isso ilustra quão desesperadamente as pessoas precisam de outras. Quando jovens são privados de relacionamentos saudáveis, no temor do Senhor, buscam relacionamentos doentios. Assim é que se formam as gangues.
Todas nós precisamos desesperadamente de um senso de família, de relacionamentos, precisamos saber que fazemos parte de um grupo. Se você não percebe essa necessidade em si mesma, é porque provavelmente ela sempre foi preenchida. Deus nos criou para vivermos em família. Temos uma carência natural de fazer parte de algo que nos dê um senso de aceitação, afirmação, de que somos necessárias e valorizadas. Contudo, mesmo que nunca tenhamos recebido isso de nossas próprias famílias biológicas, tenho boas notícias. Deus nos coloca em famílias espirituais. Em vários sentidos elas podem ser igualmente importantes.A importância de ter uma família espiritual
Deus é nosso Pai. Nós somos filhos de Deus. Isso significa que nós, que cremos em Jesus, somos todos irmãos e irmás. A família é grande demais para viver toda numa mesma casa, de modo que Deus nos coloca em casas separadas. Podemos chamá-las de igrejas. O relacionamento dentro dessas famílias da igreja é essencial para nossa felicidade. A maneira como nos relacionamos com outras pessoas na igreja afetará em grande parte a qualidade de nossa vida no Senhor. Não podemos jamais alcançar nosso destino pleno separadas das pessoas que Deus coloca em nossa vida. Não quero dizer que elas necessa- riamente nos ajudarão a fazer nossas coisas, mas o relacionamento com elas contribuirá para nosso sucesso.
É importante dividir o jugo com pessoas que andam com Deus. A prestação de contas é resultante de relacionamentos próximos com fiéis firmes, que por sua vez também prestam contas a outros fiéis firmes. É importante prestar contas, pois todas nós podemos ser enganadas. Temos um ponto cego. Precisamos de pessoas que nos ajudem a enxergar a verdade sobre nós mesmas e nossa vida. Além disso, precisamos do tipo de relacionamento que não se desintegra quando a verdade é dita em amor.
Isso não significa que você jamais terá problemas em seus relacionamentos na igreja ou, se tiver, será um sinal de que está no lugar errado. Todos os relacionamentos têm coisas que precisam ser trabalhadas. Superar esses problemas é o que enriquece a convivência. Contudo, precisamos aprender a proteger o relacionamento com nossa família espiritual em oração.
Seu inimigo não quer que você faça parte de uma família espiritual ou tenha relacionamentos com pessoas tementes a Deus. Isso porque ele sabe como esses relacionamentos são benéficos para você. Sabe que, se você não está ligada a uma família espiritual e comprometida com ela, vai acabar de alguma forma vivendo em rebeldia, quer seja essa sua intenção, quer não. Ele sabe que você jamais será tudo o que Deus a criou para ser se não estiver ligada a uma família espiritual. É por isso que ele tentará romper seus relacionamentos. E é por isso que você deve protegê-los com a oração.
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O Poder da Mulher que Ora
EspiritualA ORAÇÃO TEM PODER Mas por que é tão difícil orar por si mesma? Idade, estado civil, condição física e espiritual, tempo de conversão, nada disso importa. Se você é mulher, este livro é para você. É bem provável que costume fazer-se alguns ques...