Capítulo 85

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Sarah

— Estamos falando dos princípios dos direitos romano e já falamos do primeiro, agora vamos para o segundo, Alterum non laedere que significa, "Não prejudicar ninguém". A importância desse princípio nesse mundo e no outro é imenso. Claro, vocês cresceram ouvindo para não machucar o amiguinho ou não brigar, mas aqui estamos falando de algo muito maior, todos aqui são adultos e sobrenaturais, não podemos "prejudicar" uma pessoa pelo simples fato de sermos.. como eu posso dizer?

— Soberanos? — Uma garota com uma cara nojenta pergunta

— Não, não somos "soberanos" a ninguém, Rayka, o fato de não podermos prejudicar outra pessoa, ainda mais se for um mortal é por sermos sobrenaturais, isso seria um tanto injusto. — Kroni fala.

— O problema não é nosso se eles não têm poderes. — Ela volta a falar.

— Realmente o problema não é nosso, porém isso não nos dá o direito de prejudicar um mortal. Prejudicar uma pessoa traz consequências para um sobrenatural, o que vocês não sabem é que cada um de nós que temos um poder, temos uma ficha, mais conhecida como a ficha da consciência, os mortais chamam isso de karma. Para o nosso azar, quando fazemos uma maldade, ou seja, quando prejudicamos alguém, as consequências vem, e quando vem, ela vem mil vezes pior. E antes que vocês perguntem, é literalmente mil vezes pior. — Ele fala e eu fico um pouco confusa.

— Está dizendo que se uma pessoa tentar me matar, eu não posso revidar se não eu vou sofrer mil vezes mais? — Um menino perguntou e era exatamente isso que eu estava pensando.

— Não, deixa eu dar um exemplo... Quando um lobo que não é alfa, mata uma pessoa inocente, os olhos dele mudam de cor pela culpa, e é exatamente isso que acontece com os demais sobrenaturais, Se alguém tentar te matar, você vai se defender, sua ficha da consciência continuará limpa, porém se você prejudicar uma pessoa sem motivo algum ou por motivos egoístas, aí sim você irá sofrer as consequências. — Ele fala e esclarece a dúvida que pairava em minha mente. — E o terceiro e último princípio é, Suum cuique tribuere ( dê a cada um o que lhe é devido ). Aqui entra a parte do "Olho por olho, dente por dente" Se uma pessoa tentar tirar uma vida, ela merece ter a vida tirada dela.

— E se essa pessoa apenas "tentar" porém, não tirar de fato? — Kevin pergunta.

— So de pensar em matar, já matou. — Kroni fala. — Uma coisa é você ficar com raiva de uma pessoa que te irritou e você pensar nela morta, outra coisa é uma pessoa chegar a planejar ou tentar tirar uma vida. Uma pessoa que chega perto de fazer isso, não merece ter uma vida. E claro que isso vale para uma pessoa bondosa, dê a cada um o que lhe é devido, se uma pessoa te der amor, de a ela amor, porque é isso que ela merece.

— Tá só para entender, se eu matar alguém que esteja tentando me matar eu não serei "condenada" por isso, certo? — A tal da Raika pergunta.

— Exatamente. — Kroni responde e estreita os olhos para ela. — E não tente enganar o destino, até porque a única coisa que não temos controle nesse mundo é o destino, até a morte podemos controlar, mas o destino não. — Isso parece um aviso.. — A aula acabou, agora o Halaf irá entrar. — Ele diz e olha outra vez para a garota e depois olha pra mim, ele sorri e sai.

Não demora muito e Halaf passa pela porta e todos gritam e fazem barulho, ele rir e levanta os braços, ele se curva em reverência. Acabo rindo do seu jeito..

— Como vocês estão? Com a mudança do cronograma eu recebi alguns alunos novos. — Ele olha por toda a sala. — Graças a Odin todos são bonitos. — Ele brinca e todos caem na gargalhada. — Então... Vamos entrar em outra etapa da história dos deuses?

— Professor, pode começar a falar sobre o Hércules? — Uma menina pede.

— E porque? — Halaf pergunta.

— Porque ele é gostosão, professor. — Ela fala e as meninas gritam.

— Eu posso falar rapidamente sobre os 12 trabalhos de Hércules, que na verdade foram só 10. — Ele fala depois da uma gargalhada.

— Por isso você é o melhor professor de toda essa escola. — Ela fala.

— Não se anime muito, irei falar bem rapidamente. — Ele fala rindo. — Bom, Hércules... O cara era bem forte... Bom, vamos lá, como sempre Zeus não consegue ficar com o órgão genital nas calças e engravidou uma mulher casada, Alcmene, que gerou Hércules, Hera ficou puta e tentou acabar com o bastardo, porém Atena gostava do seu meio irmão e fez de tudo para proteger o coitado. Bom, Hércules cresceu, se casou e teve um filho, mas Hera fez um feitiço e deixou ele louco e assim ele matou toda a sua família.

— Pior que Zeus, só Hera. — Kevin fala.

— Sim, ela era uma maluca. — Halaf fala. — Voltando... Com isso ele foi condenado a realizar uma porrada de trabalho que certamente o mataria. Ele teria que servir ao rei Euristeu realizando 10 árduos trabalhos escolhidos por ele. Antes de realizar os trabalhos, Atena presenteou Hércules com alguns presentes.. Uma espada de Hermes, um arco e flecha de Apolo, um peitoral de ouro feito por Hefesto e uma túnica mágica presenteada por ela. Essa túnica tinha o poder de afastar os pesadelos que o atormentavam durante as noites por ter matado a sua família. Euristeu apesar de ser um rei sentia inveja de Hércules por sua força e fama, porque por mais que fosse um rei, Hércules tinha muito mais fama que ele. — Alguém abre a porta com força e vejo que era meu pai. Merda. — Algum problema? — Halaf pergunta.

— Pode liberar Sarah, Kevin e Collins? — Ele pergunta e parece um pouco nervoso. — Me levanto sem esperar a resposta de Halaf.

— Claro. — Ele parece estar preocupado, nem pego nada da mesa e vou andando na direção do meu pai, quando passo pelo Halaf e ele fala baixinho. — Se precisar de ajuda para qualquer coisa me chama que eu saio daqui no mesmo momento.

— Obrigado. — Falo e abraço ele. O Halaf, desde o dia em que minha vida mudou completamente esteve ao meu lado. Eu tenho um carinho enorme por ele, mesmo antes de descobrir toda essa parte de minha vida. E fico feliz por ele gostar de mim também.

Ando até o meu pai Phill e os meninos vindo atrás, quando saímos da sala ele pega o meu braço.

— Collins, irei abrir um portal, preciso de sustento. — Meu pai fala e eu não entendo nada.

Collins pega na minha mão e logo depois na mão do Kevin, meu pai me solta apenas para fazer alguns sinais com as mãos e logo fala algo que eu não consegui entender, algo aparece em nossa frente, é algo como uma fenda, meu pai agarra meu braço outra vez e passa pela fenda, ele me puxa e logo eu também passo e vejo que estou na casa dele, os meninos chegam logo atrás.

— O que aconteceu? — Kevin pergunta.

— Descobrimos, aliás, confirmamos, a mesma pessoa que quase te matou, é do mesmo bando das pessoas que matou o Dominic e eles estavam na escola para tentar te matar outra vez. — Meu pai fala e eu fico apavorada.

— Merda. — Collins fala

— Eles não estão sozinhos, além de lobos ele tem bruxas, as flechas são impregnadas de mata-lobo e magia negra.

— Quais são as chances de matar esses filhos da puta? — Kevin pergunta.

— Isso não importa. — Meu pai Dominic aparece. — Se o lider morrer, outro assumirá o lugar dele... Temos que matar todos.

— Ok, mas como faremos isso? — Collins pergunta.

— Nosso novo amigo sabe muito sobre eles. — Dominic fala.. — Kauê pode ser útil.

— Não irei botar ele em perigo por minha causa. — Kevin fala.

— Nunca. — Falo.

—Estou falando de tirar informações dele, não de jogá-lo como isca, vocês são loucos? — Meu pai fala.

— Cadê ele? — Collins pergunta.

— Está no porão estudando. — Meu pai fala. — E está disposto a dizer tudo que sabe.

— Seja lá o que resolvemos fazer, ele fica de fora. — Collins fala. 

Lunae Magicae - Legado da NathawayOnde histórias criam vida. Descubra agora